Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Papa: “A nossa vida é um hoje que não se repetirá”

12/01/2017

Papa Francisco

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Cidade do Vaticano – A nossa vida é um hoje que não se repetirá. Na missa matutina desta quinta-feira, 12, na Casa Santa Marta, o Papa exortou a não ter o coração endurecido, sem fé, mas aberto ao Senhor.

“Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações”. A homilia de Francisco foi inspirada na primeira leitura, extraída da Carta aos Hebreus, e se desenvolveu em torno de duas palavras: “hoje” e “coração”.

O hoje do qual fala o Espírito Santo é “a nossa vida”, um hoje “repleto de dias”, mas “depois do qual não haverá um replay, um amanhã”, “um hoje no qual recebemos o amor de Deus”, a promessa de Deus de encontrá-lo”, explicou o Papa, “um hoje” no qual podemos renovar “a nossa aliança com a fidelidade de Deus”.

Porém, há “somente um só hoje na nossa vida” e a tentação é de dizer: “Sim, farei amanhã”. A tentação do amanhã que não haverá”, como o próprio Jesus explica nas parábolas das dez virgens: as cinco tolas não levaram o óleo e as lâmpadas, e quando foram comprar, encontraram a porta fechada. Francisco fez referência também à parábola daquele que bate à porta pedindo ao Senhor: “Comi contigo, estive contigo…”. “Não te conheço: chegastes tarde …”:

“Eu digo isso não para assustar, mas simplesmente para dizer que a nossa vida é um hoje: hoje ou nunca. Eu penso nisto. O amanhã será o amanhã eterno, sem anoitecer, com o Senhor, para sempre. Se eu sou fiel a este hoje. E a pergunta que lhes faço é esta que faz o Espírito Santo: ‘Como eu vivo este hoje?’”.

A segunda palavra que é repetida na Leitura é “coração”. Com o coração, de fato, “encontramos o Senhor” e muitas vezes Jesus repreende, dizendo: “tardos de coração”, tardos no compreender. Portanto, o convite é para não induzir o coração e a questionar-se se não seja “sem fé” ou “seduzido pelo pecado”:

“No nosso coração se joga o hoje. Sempre me impressiona quando encontro uma pessoa idosa – muitas vezes sacerdotes ou freirinhas – que me dizem: ‘Padre, reze pela minha perseverança final’ – ‘Mas viveu bem toda a vida, todos os dias do seu hoje foram no serviço do Senhor, mas tem medo …?’ – ‘Não, não: a minha vida ainda não findou: eu gostaria de vivê-la plenamente, rezar para que o hoje chegue pleno, pleno, com o coração firme na fé, e não destruído pelo pecado, pelos vícios, pela corrupção…”.

Portanto, o Papa exorta a interrogar-nos sobre o nosso “hoje” e sobre o nosso coração. O “hoje” é repleto de dias, mas não se repetirá. Os dias se repetem até quando o Senhor dirá “chega”.
Mas o “hoje” não se repete: é esta a vida. O coração é aberto ao Senhor, não fechado, não endurecido, não sem fé, não perverso, não seduzido pelo pecado. O Senhor encontrou tantas pessoas que tinham o coração fechado: os doutores da Lei, todos os que o perseguiam, que o colocavam à prova para condená-lo… até que conseguiram. Voltemos para as nossas casas somente com estas duas perguntas: como está o meu “hoje”? O ocaso pode ser hoje mesmo, neste mesmo dia ou em tantos outros. Mas, como está o meu “hoje” na presença do Senhor? O meu coração, como está? Está aberto? Está firme na fé? Ele se deixa conduzir pelo amor do Senhor? Com estas duas perguntas peçamos ao Senhor a graça da qual cada um de nós necessita.

PAPA VISITARÁ NESTE DOMINGO UMA PARÓQUIA EM GUIDONI

Cidade do Vaticano – O Papa Francisco visitará no próximo domingo, 15, às 16h locais, a Paróquia de Santa Maria em Setteville, em Guidonia, situada na periferia leste de Roma.

Uma visita desejada pelo Santo Padre para levar apoio e conforto ao vice pároco Pe. Giuseppe Berardino, 47 anos, que sofre gravemente de Esclerose Lateral Amiotrófica há mais de dois anos. O Pontífice celebrará a missa com a comunidade paroquial.

A notícia foi acolhida com surpresa e emoção pela comunidade. “Não esperávamos a visita do Papa a este pequeno ângulo de Roma”, disse o Pe. Luigi Tedoldi, Pároco de Santa Maria em Setteville há 21 anos.

Solidariedade

“Quando foi diagnosticada a doença, Pe. Giuseppe quis que eu ficasse em casa com ele. Ele chegou à Paróquia de Setteville 14 anos atrás quando era seminarista no Redemptoris Mater. Recebeu a ordenação diaconal, e depois em 11 de maio de 2003, foi ordenado sacerdote. A doença se manifestou há mais de dois anos”, afirmou Pe. Luigi na entrevista ao jornal online Roma Sette.

“Tudo começou com uma queda que teve num acampamento de verão com os jovens”, explicou Pe. Luigi. “Em dois meses ele ficou completamente paralisado e não podia usar nem mesmo o computador para se comunicar através do movimento dos olhos. Disseram-me no Policlínico Gemelli que nunca tinham visto um caso assim tão rápido e violento”, frisou o pároco.

“Ele é muito amado pela comunidade, de modo particular pelos jovens que acompanhava, e nos fins de semana, quando o enfermeiro está de folga, cerca de vinte casais se alternam para ficar com ele. Eles têm um grande carinho por Pe. Giuseppe e decidiram ficar ao seu lado até mesmo no fim de semana do Natal”, disse o sacerdote emocionado.

Vida paroquial

Santa Maria em Setteville é uma paróquia jovem, criada há 40 anos. A igreja foi inaugurada em 15 de janeiro de 2000. Uma comunidade viva que abrange uma população de seis mil habitantes e desse número mais de 20% participa ativamente da vida paroquial. São famílias jovens e numerosas.

“Temos famílias com sete filhos. É difícil encontrar nesta comunidade o filho único e em minhas catequeses digo sempre que as relações não nascem dos amigos, uma criança não forma o seu caráter com as amizades, mas com um irmão”, disse ainda o pároco.

“A paróquia tem um oratório onde se realizam atividades de formação e recreativas, frequentado assiduamente por 130 adolescentes de 13 a 18 anos e animado por cerca de 20 casais de jovens. Está presente também um grupo de escoteiros formado por centenas de garotos. Temos ainda oito comunidades neocatecumenais, a Ordem da Santíssima Trindade, e um grupo de oração de Pe. Pio. Onze casais preparam as famílias para o Batismo dos filhos. A Caritas também é muito ativa”, frisou Pe. Luigi.

“Geralmente gastamos mil euros por mês com a Caritas”, explicou o sacerdote. “Este ano, foram gastos 37 mil euros extras porque temos casos graves de indigência. Portanto, a gente ajuda se é preciso pagar uma conta ou se uma família não consegue pagar a prestação da casa. Quando não consigo resolver sozinho, pois não faço coletas, tem sempre alguém pronto para oferecer sua ajuda a quem se encontra em dificuldade”, concluiu Pe. Luigi.


Fonte: Rádio Vaticano