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A influência das redes sociais é tema da Assembleia do Sefras

03/08/2019

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O Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras) reuniu em Assembleia, no final de julho, em Tanguá, no Rio de Janeiro, os colaboradores e frades desta Frente da Solidariedade para com os Empobrecidos. Pelo Governo da Província, participou o Vigário Provincial Frei Gustavo Medella, que é também Secretário para a Evangelização. Esta foi a 16ª edição da Assembleia anual e teve como tema: “A conjuntura atual e a influência das redes sociais na atuação socioeducativa”. Além da formação, a assembleia apresentou propostas para o planejamento estratégico social do próximo ano.

Na mística de abertura, destacou-se o viés profético desta assembleia. Vivemos tempos desafiadores e a luta pela resistência precisa permear nossos estudos, planejamentos e, no fazer social, é importante a convivência fraterna, que “fortalece nossos vínculos com aqueles que estão na mesma caminhada e na mesma luta”, avaliou o diretor-presidente Frei José Francisco na abertura.

A primeira assessoria foi dada pelo professor do Instituto Federal de Barretos, Christian Tadeu Gilioti, que provocou o grupo a enxergar a atual conjuntura de desmonte das políticas sociais e posicionar as ações a partir dessa realidade. Gilioti destacou a importância de se olhar não só para o cenário de São Paulo e Rio de Janeiro, mas também para o cenário nacional, continental e global.

O segundo dia de assembleia foi dedicado ao debate sobre as redes sociais e os impactos que elas causam em nossos serviços, principalmente no que tange às atividades socioeducativas das crianças, adolescentes e jovens. O debate foi conduzido pela professora Claudia Prioste, da UNESP- Araraquara, que lembrou como as tecnologias configuram um novo jeito de ser e fazer sociedade, dando ênfase à importância de se pensar meios para a desconstrução das fake news, estereótipos, individualismo radical e demais inferências que as tecnologias fazem na vida cotidiana.

O último dia deu espaço para projetar o próximo ano, a partir de todos os estudos realizados, dos debates travados e também da avaliação dos serviços. Para isso, Frei José ressaltou a importância de criar caminhos de construção do trabalho socioeducativo e pensar as atividades tendo como referência a formação integral dos atendidos do Sefras. A coordenadora técnica Rosângela Pezoti conduziu a construção de propostas e alinhamentos para o Planejamento Estratégico Social 2020. Uma mística encerrou os trabalhos recordando a trajetória vivenciada na assembleia, as lutas enfrentadas no cotidiano dos serviços e uma prece pelo fim da opressão. O momento foi concluído com uma confraternização que reuniu todos os participantes em um espaço de descontração e alegria.

Para Frei Marx Rodrigues, coordenador de Formação, só o fato de se reunir em colegiado já é algo que merece destaque.”Nós precisamos, sempre de novo, valorizar a capacidade do diálogo, de entender a importância do outro na construção da nossa identidade”, acredita o frade.

Segundo ele, dentro de um ambiente de trabalho, torna-se ainda mais importante criar um espaço em que todos os trabalhadores, entre os mais variados papéis de atuação, possam se reunir e conversar com igual valor. “Além disso, cabe ressaltar que em um trabalho social é preciso ler o seu tempo, entender para onde se direciona o mundo neste turbilhão de coisas e ideias. Hoje, mais do que nunca, é preciso entender esse tempo, muito difícil para nós e para todo o nosso país. Um tempo em que os empobrecidos, além de discriminados, também são perseguidos em suas indigências”, acredita Frei Marx, acrescentando que a Assembleia tem essa capacidade de pensar o coletivo no seu tempo, nas suas urgências, para propor um novo mundo: “Ainda que timidamente, é muito louvável”, completou.

Rafael Sad Assis Corrêa