“A ferida do racismo em nossa sociedade foi exposta”
18/06/2020
Até quando, Javé, vou pedir socorro,
sem que me escutes?
Até quando clamarei a ti: «Violência!»
sem que tu me tragas a salvação?
Por que me fazes ver o crime e contemplar a injustiça?
Opressão e violência estão à minha frente;
surgem processos e levantam-se rixas.
(Habacuc 1, 2-3)
Mais uma vez, a ferida do racismo em nossa sociedade foi exposta pelo que parece ser um comportamento negligente e irresponsável da parte das pessoas em quem deveríamos confiar para manter a paz e promover a não-violência, ou seja, agentes da ordem e funcionários públicos.
A Comissão Nacional de Justiça, Paz e Integridade da Criação da Ordem Franciscana Secular nos Estados Unidos, por meio desta nota, declara que o racismo é moralmente errado. Não ama nem respeita a vida. Nem a Escritura, nem nossa Regra de Vida, nem nossa fé a justificam, por nenhuma razão nem nenhuma circunstância.
Nossa doutrina social católica nos chama a respeitar e honrar a dignidade de toda a vida humana, desde sua concepção no útero materno até sua morte natural. Não faz exclusões com base na cor ou na origem étnica e não exige que se exclua nenhuma outra distinção. Somos chamados a honrar e a respeitar a vida das pessoas que amamos e das pessoas que achamos difíceis de amar; pessoas que são como nós e pessoas que são diferentes de nós.
As mortes de George Floyd, Breonna Taylor, Ahmaud Arbery e tantos outros têm suas circunstâncias trágicas e brutais, mas eles têm em comum uma questão central que não pode ser ignorada: se eles fossem brancos, e as circunstâncias fossem idênticas, estariam vivos?
Como cristãos católicos e franciscanos, devemos responder ao racismo da seguinte maneira:
Identificar e erradicar, em nossas instituições sociais, as estruturas que perpetuam o racismo e as substituir por estruturas justas e equitativas, que valorizam a vida e os dons de cada pessoa.
Rezar pelo fim do racismo; de fato, orar por solidariedade interracial, por nossas leis e práticas de fé para refletirem nossa compaixão e valor pela dignidade de toda a vida humana; e que os amantes e seguidores de Jesus e Francisco de Assis sejam responsáveis por criar um verdadeiro sentido de equidade e justiça racial em nossa terra e em nossa Igreja.
Identificar e confrontar nossos próprios preconceitos raciais inconscientes. Depois de uma história compartilhada de centenas de anos neste país, todos nós os temos. Eles entram na nossa vida e cultura, muitas vezes sem ser vistos. Mas podemos ser mais justos e abertos ao descobrir esses preconceitos inconscientes e substituí-los por amor e compromisso.
E, finalmente, precisamos ter um diálogo seguro e significativo sobre esses preconceitos raciais. Devemos, por nós mesmos e por nossos irmãos e irmãs, desenvolver um forte sentido de comunidade e fraternidade por meio de conversas pacíficas. Este é realmente um momento de conversão onde o diálogo e a educação são necessários. Nossa Santa Regra nos chama a ser “portadores da paz” e todos nós devemos nos encarregar de levar a paz enquanto vamos pelo caminho da santidade como irmãos e irmãs, com mãos abertas e um coração alegre. Vem, Espírito Santo! Senhor, faz com que assim seja!
Fonte: secularfranciscansusa.org