A Santa Missa da novena de Frei Galvão desta quarta-feira, às 15h, foi altar de mais uma acolhida de um novo sacerdote da Província da Imaculada. Frei João Manoel Zechinatto presidiu a celebração, que foi um momento de profundo louvor a Deus, em um dia também simbólico, no qual a Igreja celebra a memória litúrgica de São João Paulo II, um construtor de pontes para o seu tempo.

Em sua homilia, Frei João, inspirado pelo Evangelho de Lucas e pelo tema do sétimo dia da novena “ Frei Galvão, o administrador fiel que promove a paz que vem da caridade e da fé viva”, refletiu sobre o mau administrador e as suas consequências para a humanidade, bem como os reflexos que essa parábola traz para nós. A sociedade, quando busca coisas grandes, acaba se desviando do caminho de Deus.

Segundo o presbítero, muitos tentaram, com o passar dos séculos, criar um grande império que dominasse todos os povos e todos os países. Contudo, o que alguns tentaram com a espada e com a riqueza terrena, Cristo conseguiu com o amor, a caridade e a partilha. Jesus Cristo e sua mensagem não acabaram na cruz nem no sepulcro.

Frei João ainda salientou que Deus é vida e seu ensinamento ecoará por toda a eternidade. “Todo aquele que vive profundamente seu Evangelho ‘ressuscita’ junto com Ele, e a prova disso é a vida dos santos da Igreja, que são como ‘tradutores’ de Cristo para nós. Frei Galvão foi um desses grandes administradores dos bens e da graça de Deus. Ele não fechou seu coração, sendo dócil à ação do Senhor. Este santo permitiu que a graça transbordasse em seus feitos, de tal maneira que sua Páscoa não é sinal de um fim, porque ele continua vivo em harmonia com os fiéis no céu e na terra”.

Motivando os devotos de Frei Galvão, disse: “Na Celebração Eucarística permanecemos de pé como o Ressuscitado, e se estamos participando desse mistério, é porque faz parte do propósito de Deus para nós”.

O frade também lembrou que, no dia de São João Paulo II — o Papa que beatificou São Frei Galvão — era importante recordar uma de suas belas frases: “Não tenhais medo, escancarai vossos corações a Cristo!”

“Seguindo o exemplo desses grandes santos, reconheçamos que o Senhor é o Deus da vida. Se lá fora há algo da vida que nos derruba, aqui dentro tem um Deus que nos levanta e nos quer de pé”.

Frei João fez questão de expressar sua felicidade em celebrar pela primeira vez em um Santuário, especialmente na Festa de São Frei Galvão.

As qualidades e os dons de São Frei Galvão foram destacados pelo Padre Antônio Maria durante a Celebração Eucarística do período da noite. O presbítero, muito conhecido por suas canções e momentos oracionais do terço, marcou a noite da novena em louvor a Frei Galvão. Lembrando do cuidado do primeiro santo brasileiro com os enfermos, o padre cantou a música “Cura, Senhor”, que foi o ponto de partida para um momento de profunda reflexão e interiorização.

Durante toda a sua reflexão, Padre Antônio Maria mostrou como São Frei Galvão é um sinal de Deus para nós aqui na terra.

“Deus confiou muitas almas a Frei Galvão, por isso estamos comemorando esta novena. Não nos preocupemos com coisas que não nos edificam no caminho de santidade, mas foquemos em Jesus Crucificado. Frei Galvão foi um servo fiel de Nosso Senhor. Não são os milagres extraordinários que mostram a santidade; cada pessoa tem seus dons. São Frei Galvão bilocava e levitava, porém, sua santidade estava na prática da bondade e, principalmente, da caridade, virtude muito presente na criação das pílulas”.

Segundo o presbítero, esse grande santo morreu no mesmo ano da proclamação da República. “Inspirados por isso, devemos gritar ‘Independência!’ do pecado. Essa é a verdadeira santidade. Paz é fazer a vontade de Deus no cotidiano, como Maria, a Rainha da Paz. Promover a paz como os santos não é fácil, mas vale a pena. Só sentiremos a verdadeira paz se vivermos a caridade e o amor. Paz é amar; não só dentro da Igreja, mas vivendo cada missa no dia a dia, com fé. Deus quer nos amar, e Ele muito nos ama. Por isso, entendamos que as dificuldades da vida não representam a ausência do amor divino”.

Padre Antônio Maria afirmou que devemos agradecer pelas coisas da vida. “Muitas vezes só percebemos o quanto Deus nos agraciou quando perdemos o que tínhamos. Um exemplo disso é percebermos o quanto são importantes nossos joelhos apenas depois de eles terem se danificado. Com eles quebrados, não se pode mais ajoelhar, e esse gesto simboliza o ato de nos fazermos pequeninos diante de Deus”.

“Deus muito nos ama; peçamos que Ele nos dê esperança. São Frei Galvão é o caminho, o canal da graça com que Deus nos agracia. Tenhamos e sigamos o exemplo que esse santo nos deixou de seguimento a Deus em sua totalidade, onde nenhuma dificuldade física ou espiritual se tornará um problema”, finalizou.

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Frei Filipo Carpi Girão, OFM