Terceiro dia do Tríduo: a alegria do vinho novo e a vocação presbiteral de Frei João
05/09/2025

A Semana Missionária em preparação à Ordenação Presbiteral de Frei João Manoel Zechinatto chegou ao seu terceiro dia nesta sexta-feira, 5 de setembro, com visitas missionárias nas comunidades São José da Boa Vereda, Santa Cruz dos Pereiras e Santa Cruz do Sertãozinho. Os missionários e frades, em espírito de fraternidade e simplicidade, foram ao encontro das famílias, levando a bênção de Deus às famílias.
Nas estradas de terra de Amparo e no coração do interior da paróquia, a missão revelou o rosto de uma Igreja viva, próxima de seu povo, anunciando a Boa-Nova do Evangelho com gestos de ternura e proximidade.
Celebração em São José da Boa Vereda
À noite, a comunidade de São José da Boa Vereda acolheu com alegria a Santa Missa do terceiro dia do Tríduo, cujo tema foi a Vocação Presbiteral. A celebração foi presidida por Frei Eduardo Schiel, colega de turma de Frei João, com quem partilhou um período de formação franciscana, tornando ainda mais fraterno e simbólico este momento.

As leituras do dia (cf. Cl 1,15-20; Lc 5,33-39) apresentaram Cristo como “imagem do Deus invisível” e convidaram à acolhida do “vinho novo” do Reino de Deus. Inspirado pelo Evangelho, Frei Eduardo recordou que o presbítero é chamado a ser sinal desta novidade do Espírito:
“O sacerdócio é este vinho novo que Deus derrama em tua vida, Frei João. Ele não pode ser guardado em odres velhos, mas precisa de um coração novo, capaz de acolher a graça e de transbordar amor e esperança.”
A homilia do vinho novo
Em sua homilia, Frei Eduardo destacou três dimensões simbólicas do vinho, aplicadas à vida e ao ministério presbiteral. O vinho, disse ele, alivia a pressão, cura e traz alegria. Assim também deve ser o sacerdote:
“No confessionário, você aliviará o peso de muitos corações; no cuidado aos enfermos e sofredores, será instrumento de cura e consolo; na celebração da Eucaristia e na vida fraterna, irradiará a alegria que vem de Deus.”
Recordando a teologia franciscana do amor, sublinhou ainda:
“Um sacerdote sem amor é apenas um funcionário do Sagrado. Mas um sacerdote que ama, que se doa e se coloca no caminho com o povo, torna-se sinal da misericórdia de Deus. O amor transforma, cura, dá sentido à dor e vence até mesmo a cruz.”
Por fim, evocando a realidade do sertão e as imagens de Guimarães Rosa, o pregador concluiu:
“Que tua vida presbiteral floresça mesmo nas sequidões que encontrarás. Que tu sejas paz, alegria, refúgio e cura para tantos que buscam em ti o rosto de Cristo.”
Juramento de fidelidade
Após a homilia, Frei João fez o juramento de fidelidade à Igreja. Em gesto profundamente simbólico, colocou suas mãos sobre a Sagrada Escritura, sustentada por lideranças leigas da comunidade.

Esse sinal revelou que a vocação presbiteral não se constrói sozinho, mas nasce e floresce em comunhão com o povo de Deus. Assim, Frei João professou sua entrega total a Cristo e à Igreja diante daqueles que, cotidianamente, edificam a vida comunitária.
Ação de graças
Ao final da celebração, Frei João expressou sua gratidão pela presença e acolhida. Recordou sua família, os missionários e todas as comunidades visitadas nestes dias. De modo especial, agradeceu às Irmãs da Congregação das Pequenas Missionárias de Maria Imaculada, aos postulantes franciscanos e ao povo simples do interior, cuja fé e generosidade marcaram profundamente o caminho da missão.
Texto: Frei Jeâ Paulo Andrade/ Fotos: Frei Roger Strapazzon
















