O segundo dia da Semana Missionária em preparação à Ordenação Presbiteral de Frei João Manoel Zechinatto foi celebrado nesta quinta-feira, 4 de setembro, em clima de intensa espiritualidade e gratidão. Durante o dia, frades e missionários estiveram presentes na Matriz São Benedito e nas Comunidades Sant’Ana e São Francisco, em Amparo (SP), levando a Palavra de Deus às famílias, visitando doentes, idosos e membros das comunidades locais.

Essas visitas, sempre marcadas pela simplicidade evangélica, revelaram a ternura de um Deus que caminha com seu povo. Entre bênçãos, orações e escuta fraterna, os missionários renovaram os laços de fé e proximidade entre a Igreja e as famílias.

Celebração na Matriz São Benedito

À noite, a Matriz São Benedito reuniu grande número de fiéis para a Santa Missa do segundo dia do Tríduo. O tema proposto foi a Vocação Religiosa, ocasião em que Frei João professou seu juramento de fidelidade diante de Deus, da Igreja e de seus irmãos de fraternidade.

A Eucaristia foi presidida por Frei Adriano Dias do Nascimento, que já exerceu o ministério de pároco na Paróquia São Benedito e acompanhou de perto a caminhada vocacional de Frei João e de sua família. Sua presença, portanto, foi carregada de significado e memória agradecida.

A Palavra de Deus e a Vocação Religiosa

As leituras proclamadas neste dia (cf. Cl 1,9-14; Lc 5,1-11) convidaram à confiança no chamado divino. No Evangelho, Jesus pede a Pedro que avance para águas mais profundas e lance as redes, revelando a fecundidade da missão quando realizada em obediência à Palavra do Senhor.

Inspirado por este trecho, Frei Adriano recordou na sua homilia que a missão da Igreja não nasce de nós mesmos, mas é sempre obra de Cristo:

“Tudo o que somos e fazemos não deve ser para nós mesmos, mas para o Senhor. Ele é o sentido e a razão da nossa missão. ”

Dirigindo-se a Frei João, sublinhou que sua vocação não foi apenas fruto de uma circunstância ou da vontade própria, mas dom de Deus cultivado pela família, sustentado pela comunidade e amadurecido na Ordem Franciscana. E acrescentou:

“Ser franciscano é viver na simplicidade, na pobreza evangélica, na castidade e na obediência como entrega amorosa. É assim que sua vida será fecunda: não pelo que você faz, mas pelo que você é diante de Deus e de seus irmãos. ”

Ainda em sua homilia, destacou o testemunho que o consagrado é chamado a dar ao mundo:

“O religioso é aquele que lembra à Igreja e à sociedade que existe um Bem maior pelo qual vale a pena gastar toda a vida. O coração de um consagrado deve ser indiviso, livre para amar a todos, mas de modo especial, para amar a Deus com todo o ser.”

E concluiu:

“Frei João, sua vocação é um presente não apenas para sua família ou para a comunidade franciscana, mas para toda a Igreja. Hoje, esta comunidade que o viu crescer pode contemplar os frutos do chamado de Deus em sua vida.”

Juramento de fidelidade

Após a homilia, Frei João, diante de seus confrades de fraternidade Frei Marx Rodrigues dos Reis e Frei João Lopes, fez solenemente a declaração de celibato e renovou seu compromisso de viver em fidelidade os votos religiosos de pobreza, obediência e castidade. O momento foi vivido pela assembleia com profundo recolhimento e emoção, como sinal da consagração definitiva de sua vida a Cristo e à Igreja.

Ação de graças

No fim da celebração, Frei João dirigiu palavras de gratidão à sua família, à comunidade paroquial, aos frades, irmãs e a todos os presentes. Renovou o convite para a ordenação presbiteral e para sua primeira missa, momentos que serão a continuidade desta caminhada de fé e entrega iniciada no Batismo e aprofundada na vida religiosa franciscana.

Assim, o segundo dia do Tríduo confirmou que a vocação religiosa é dom precioso para a Igreja e para o mundo, testemunho da presença viva de Cristo entre os homens e mulheres e resposta generosa ao chamado: “Avança para águas mais profundas” (Lc 5,4).

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Texto: Frei Jeâ Paulo Andrade/ Fotos: Frei Roger Strapazzon