Experiência marcou um tempo de aprendizado, serviço e encontro com as realidades desafiadoras da sociedade urbana

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Entre os dias 1º e 28 de julho, os postulantes da Província da Imaculada Conceição do Brasil vivenciaram um intenso e significativo período de estágio pastoral e voluntariado no Sefras – Ação Social Franciscana, localizado em São Paulo (SP). A iniciativa teve como objetivo proporcionar aos jovens em formação uma experiência concreta com as diversas frentes de atuação social inspiradas no carisma franciscano.

Durante as quatro semanas, os postulantes foram acolhidos pela Fraternidade Santo Antônio do Pari, sede central da Ação Social, onde passaram a residir e se integrar às atividades diárias. Segundo Frei Jeâ Paulo Andrade, mestre da etapa do postulantado, o tempo de estágio durante o ano formativo proporciona um contato real e direto com diferentes contextos e realidades, muitas delas complexas e desafiadoras, “representando o encontro de Francisco de Assis com o leproso, com os marginalizados e com todas as situações de vulnerabilidade presentes na sociedade”.

Logo na primeira semana, os postulantes participaram de momentos introdutórios e formativos. Frei Vagner Sassi, diretor-presidente do Sefras, apresentou a estrutura organizacional da instituição, suas áreas de atuação e a missão franciscana que orienta os projetos sociais. Na sequência, Rosângela Pezoti, supervisora técnica da entidade, conduziu uma formação sobre as políticas públicas no Brasil, promovendo reflexões críticas sobre a realidade social e respondendo aos questionamentos dos participantes.

Após essa preparação, os nove postulantes foram distribuídos em quatro frentes de trabalho: Recifran (Serviço de Apoio à Reciclagem), Casa de Clara (Centro de Convivência e Apoio à Pessoa Idosa), Casa Franciscana e “Chá do Padre” (ambas responsáveis pelo atendimento à população em situação de rua). De segunda a sexta-feira, os jovens se dedicaram às rotinas de cada projeto, colaborando desde a preparação e entrega de refeições até a organização de materiais recicláveis e a promoção de momentos de convivência e lazer. A interação com os atendidos e com os demais voluntários proporcionou experiências marcantes de empatia, escuta e serviço.

Além do trabalho direto nas unidades do Sefras, os postulantes também realizaram visitas às fraternidades franciscanas presentes na capital paulista, fortalecendo os laços com a missão e a presença da Ordem dos Frades Menores na cidade.

Aproveitando o clima das festas juninas e julinas, o grupo participou da tradicional Festa Julina do Sefras, realizada na unidade do Jardim Peri Alto, onde está situada a Fraternidade Franciscana Dom Paulo Evaristo Arns. O evento reforçou o espírito comunitário, celebrando a vida e a cultura popular com a comunidade e colaboradores da instituição. No campo cultural, os postulantes também visitaram museus, igrejas históricas e pontos turísticos do centro de São Paulo, além de participarem do projeto “Ópera Fora da Caixa”, promovido pelo Theatro Municipal de São Paulo.

Durante os momentos de partilha, os postulantes refletiram sobre os aprendizados da experiência, destacando que a vivência pastoral vai além do assistencialismo. Para eles, o período de estágio representou um verdadeiro encontro transformador, capaz de iluminar a caminhada vocacional e sobretudo o entendimento da fé a partir da realidade concreta.

“Percebemos que o seguimento de Jesus, na espiritualidade franciscana, exige mais do que a compreensão de elementos religiosos. É preciso viver a fé em contato direto com o mundo real, com seus sofrimentos e esperanças,” compartilhou um dos postulantes.

A experiência no Sefras foi marcada não apenas pelo serviço prestado, mas pela convivência fraterna e pela sensibilidade pastoral despertada no coração de cada jovem. A acolhida calorosa da Fraternidade Santo Antônio do Pari também foi ressaltada como um sinal de verdadeira amizade e comunhão.

Ao final da experiência, ficou claro que, mais do que um estágio, o período vivido em São Paulo foi uma verdadeira imersão na dinâmica do encontro, como propõe o carisma de Francisco de Assis, onde o lema “Acolher, cuidar e defender” não é resumido em “verbos espalhados” presentes em uma organização social, mas resume perfeitamente o espírito dessa etapa formativa, que certamente deixará marcas profundas na trajetória de cada postulante e no caminho da construção de uma sociedade mais justa, fraterna e solidária.

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Texto: Postulante Cauã Bertolacini