Frei João Francisco está pronto para o pastoreio
07/10/2012
Moacir Beggo
São Paulo (SP) – Todo o simbolismo da parábola do Bom Pastor marcou a ordenação presbiteral de Frei João Francisco da Silva, no sábado (6/10), às 18 horas, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima e São Roque, na Vila Tolstói, em São Paulo.
A Igreja e Fraternidade dos Frades Capuchinhos abriram suas portas para receber os Frades Menores da Província da Imaculada Conceição e o seu confrade Frei João Francisco, que foi ordenado presbítero pelas mãos do bispo franciscano de Óbidos (PA), Dom Bernardo Johannes Bahlmann.
O Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, fez o pedido a D. Bernardo no início do rito da ordenação para que ordenasse Frei João Francisco. Além da Fraternidade Capuchinha, de seus confrades , religiosos e religiosas, os postulantes do Seminário Frei Galvão, onde Frei João Francisco é orientador, a família do ordenando marcou presença junto com a mãe, Dona Maria Lindete da Silva.
A escolha do bispo ordenante de Frei João Francisco tinha um motivo especial. Dom Bernardo era o guardião do Convento São Francisco, em São Paulo, quando o jovem João Francisco procurou os frades para pedir orientação vocacional.
Esse gesto alegrou muito o bispo, que deixou sua diocese na Amazônia para ordenar o confrade. “Muito obrigado pelo convite de poder estar aqui na minha Província de origem. Confesso que muitas vezes sinto saudades do meu tempo na Província”, revelou.
Dom Bernardo lembrou que toda a liturgia do dia estava carregada com o simbolismo da parábola do Bom Pastor. A começar pelo lema escolhido por Frei João Francisco: “O Senhor é o Pastor que me conduz, não me falta coisa alguma”.
“Essa imagem do Bom Pastor expressa justamente o ministério presbiteral. O sacerdote é aquele que carrega os mais frágeis, os desprotegidos, os perdidos, e olha que não são poucos os que estão perdidos neste mundo tão complexo! Por isso, o sacerdote é hoje um referencial onde as pessoas procuram alívio, onde possam encontrar os ombros do Bom Pastor para nos ajudar nos momentos que precisamos”, ressaltou.
No meio da homilia, Dom Bernardo pediu às Irmãs Franciscanas da Ação Pastoral que levantassem para apresentá-las ao povo. E explicou: Frei João Francisco foi professor no colégio das irmãs, que têm como símbolo o Bom Pastor. “Se vocês observarem o tau que elas usam, há o símbolo de um báculo, porque elas têm como carisma o pastoreio, o Bom Pastor. Com certeza, Frei João Francisco, esse espírito que havia no Colégio onde você era professor o absorveu. E quem sabe não foi isso que aconteceu quando você procurou os frades no Convento São Francisco?”, perguntou o bispo de Óbidos.
Dom Bernardo deixou uma mensagem para Frei João Francisco, lembrando que o pároco de sua cidade natal disse que o presbítero, quando celebrasse a Missa, deveria desaparecer para o Cristo ficar em primeiro plano. “Essa é nossa função de padre. Nós deveremos desaparecer para o Cristo aparecer”.
Terminada a homilia teve início o rito de ordenação (clique aqui e veja como é o rito). Frei João Francisco foi revestido das vestes litúrgicas por Frei Daniel Dallandrea, guardião da
Fraternidade do Postulantado Frei Galvão de Guaratinguetá (SP). Já como presbítero, Frei João recebeu o cálice e patena de Dom Bernardo e, pela primeira vez, ele exerceu o seu ministério, concelebrando com o bispo e os presbíteros.
AGRADECIMENTOS
O Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, agradeceu em nome dos frades da Província da Imaculada a presença do bispo de Óbidos, a acolhida dos Capuchinhos, a comunidade e a família. “Eu fui mestre do Frei João Francisco no Noviciado. Hoje, mais do que nunca, entendi o referencial, mãe e irmãos, dos quais ele falava muito. Vocês foram, sem dúvida, o grande pano de fundo da história de vida, da vocação de Frei João Francisco. Mãe, agora nossa mãe, irmãos e irmãs, nosso muito obrigado”, enfatizou.
Já o pároco Frei José Carlos de Oliveira, em nome de seus confrades da Fraternidade (Frei José Sales Ramos e Frei Claudio Moraes Messias), agradeceu à equipe missionária que durante quatro dias esteve na Paróquia e a Frei João Francisco: “Nos sentimos felizes por participar de sua história vocacional, sua história de fé. Foi aqui que foi batizado, recebeu a crisma e trabalhou pastoralmente, antes de fazer sua opção religiosa”.
O novo presbítero agradeceu ao bispo, aos frades, amigos, à comunidade, movimentos e pastorais. “Assim que eu procurei a Paróquia para organizar a minha ordenação, Frei José Carlos disse: ‘Nós suspendemos toda a nossa agenda e a estrutura é de vocês’. Muito obrigado a vocês por isso. Me sinto muito à vontade e me sinto em casa, como disse a mim Frei Juca. Realmente eu estou em casa”, agradeceu.
Até este momento, Frei João Francisco estava muito tranquilo e sereno. Mas não resistiu quando falou da importância de sua família na história vocacional, especialmente do papel de sua mãe. “Dizem que a vocação nasce do berço. Recordo-me da minha infância, quando vínhamos limpar a igreja e carregávamos baldes, tirávamos o pó dos bancos, ‘tudo para Deus’, como minha mãe dizia. Acho que era um prenúncio desse ministério que hoje eu abraço, o ministério do serviço aos pequenos e humildes, que aprendi com a dureza da vida e com a suavidade e o frescor da oração colocada em meus lábios pela senhora, mãe, e pela avó, Maria das Dores, que hoje se alegra no céu juntamente com vô e meu pai, que a irmã morte levou precocemente. Obrigado por tudo mãe!”, completou a frase em meio ao choro, especialmente quando falou do pai.
Frei João Francisco celebrou a Primeira Missa na mesma Paróquia no domingo (7/10), às 11 horas, tendo como pregador Frei Adriano Freixo Pinto, que foi seu guardião em Petrópolis, enquanto era estudante de Teologia.
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