Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

“A Amazônia nos chama”, diz o Ministro Geral na sua coluna “Ponto de Vista”

28/06/2023

Notícias

Em 1982, Frei John Vaughn, então Ministro geral, escreveu uma carta à Ordem intitulada: “A África nos chama”. Assim começou a presença na África Oriental e, no dia 2 de junho passado, celebrei esta lembrança com os irmãos da Província de São Francisco em Nairóbi. Foi um momento de agradecimento, memória e olhar para o futuro desta jovem e vivaz Entidade, hoje espalhada por nove países daquela parte do continente africano, até Madagáscar e Mauritânia.

Em 1982 comecei meu noviciado e lembro bem que a carta do Ministro geral despertou em nós entusiasmo e paixão pelo futuro. Sentimos que pertencíamos a uma fraternidade de horizontes amplos e que caminhava para novas terras. Recordando este aniversário, perguntei-me, precisamente na África, o que resta desse impulso em nós hoje?

Devo confessar que encontro este movimento missionário em várias Entidades da Ordem, como por exemplo na Ásia, que agora se torna cada vez mais missionária para a própria Ásia.

Também na África esse passo começa a ser percebido, de modo que os irmãos daquele Continente começam a se responsabilizar pela abertura de novas presenças justamente na África.

De resto, creio que somos chamados a um novo ardor missionário. Por exemplo, hoje gostaria de dizer à Ordem que a Amazônia nos chama, porque esta região transcende a si mesma e com seus desafios é um sinal para todo o planeta. Os irmãos da América Latina o estão assumindo, mas permanece a abertura aos frades da Ordem para possíveis vocações nesta área.

Até o Caribe está pedindo para apoiar nossa presença.

Como não pensar então na Custódia da Terra Santa, a primeira de nossas missões, que precisa urgentemente de novos frades, para responder à missão que a Igreja nos confiou de guardar os Lugares Santos e acompanhar o caminho dos cristãos, cada vez menos, que vivem naquela terra, e dos muitos peregrinos que a visitam.

Já pedi atenção para a nossa pequena e preciosa presença em Marrocos, onde estamos presentes entre aquele povo há 800 anos, para testemunhar que só Deus é bom.

Temos o mesmo tipo de presença carismática na Turquia, assim como na Líbia, onde é urgente que alguns irmãos respondam ao chamado para permanecer naquele país dilacerado pela guerra.

Na Ásia, estamos respondendo a vários apelos: Tailândia, Myanmar, Papua Nova Guiné, Laos e Camboja… Pequenas sementes esperando para crescer.

Há outra frente missionária que talvez pensemos menos: os países já cristãos, onde nossa presença é cada vez mais fraca. Estou pensando na Europa, América do Norte, como Austrália e Nova Zelândia e alguns países da América Latina. São estas realidades que nos pedem uma nova abertura: de fato, como anunciar o Evangelho em países que o acolheram durante séculos e hoje eles precisam de um testemunho que possa falar com pessoas que já se esqueceram o cristianismo ou que nunca o conheceram ainda?

A nova presença internacional em Londres que se iniciará nos próximos meses é um pequeno sinal nesse sentido.

Estamos repensando nossa presença na Rússia, que queremos manter como um grão de mostarda, um testemunho de encontro, paz e reconciliação.

O testemunho e a missão pertencem intimamente ao nosso carisma. Responder-lhes é vital para nós. Deixar os nossos países, as nossas línguas e culturas e tornar-nos peregrinos e estrangeiros em novas terras põe em movimento a nossa vocação.

Pensemos nisto enquanto agradecemos ao Senhor os quarenta anos da nossa presença na África oriental, recordando com gratidão, entre outros, Frei Giacomo Bini, que com outros irmãos deu um impulso decisivo a essa realidade.


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