Peregrinos de Frei Galvão conhecem o Convento São Francisco e Mosteiro da Luz
21/06/2023
São Paulo (SP) – “Hoje nós somos peregrinos. Aquilo que nossos irmãos experimentam lá em Guaratinguetá, no Santuário Frei Galvão, hoje nós experimentamos aqui. Lá acolhemos aqueles que chegam, hoje somos acolhidos pelas Irmãs Concepcionistas, no Mosteiro da Luz. Antes fomos acolhidos pelo Convento São Francisco, pelo Mosteiro de São Bento e, muito mais do que isso, somos acolhidos por Deus, que já nos esperava neste local”. Frei Jonas Ribeiro da Silva, frade da Fraternidade do Santuário Frei Galvão, em Guaratinguetá (SP), resumiu em poucas palavras a peregrinação que um grupo de 50 pessoas fez nesta terça-feira, 20 de junho, nos lugares onde viveu o primeiro Santo brasileiro na capital paulistana.
O grupo, segundo o reitor do Santuário, Frei Diego Atalino de Melo, saiu ainda de madrugada da terra onde nasceu Frei Galvão, chegando no centro de São Paulo, onde está o Convento São Francisco, às 9 horas. Ali conheceram as instalações do Convento onde o franciscano viveu por mais de 55 anos, sendo porteiro, confessor, pregador, assistente da Ordem Terceira, missionário, guardião e definidor da Província. Depois, os peregrinos conheceram o Mosteiro São Bento, no trajeto que o santo brasileiro fazia para ir todo dia ao Mosteiro da Luz. A sua belíssima construção é considerada o mais importante monumento arquitetônico colonial do século XVIII.
“Certamente, este dia ficará marcado na memória de todos. Na nossa vida ouvíamos falar deste Mosteiro e, hoje, estamos tendo a graça de estar nele e entrar na história de nosso querido santo nesta capela, onde ele muitas vezes celebrou o Santo Sacrifício”, acrescentou Frei Jonas.
“Nosso santuário, todos os dias, recebe inúmeros peregrinos, hoje vem em peregrinação a este Mosteiro que fala tanto da vida de Frei Galvão. Para nós, franciscanos, é importante resgatar todos os aspectos, todas as fases da vida do primeiro santo brasileiro e, é claro, falar de Frei Galvão é também falar de uma vida doada, é falar de uma vida de santidade construída aqui nesta cidade de São Paulo, uma vida que se doou na construção deste Mosteiro, uma vida que se doou, com cuidado e amor, na assistência espiritual às Irmãs Concepcionistas. Estar no Mosteiro da Luz, hoje, significa sentir a concretude da devoção de Frei Galvão pela Imaculada Conceição. Por isso, para nós, é um dia cheio de significados. Essas paredes aqui falam de Frei Galvão, o silêncio desse mosteiro, no meio desta cidade agitada, fala da santidade de Frei Galvão. O recolhimento, o som que vem de dentro da clausura das irmãs falam de Deus”, explicou o Reitor Frei Diego.
No Mosteiro da Luz, os peregrinos também visitaram o Museu de Arte Sacra, posaram para foto oficial e rezaram e se emocionaram no túmulo de Frei Galvão. O final foi inédito, porque as Irmãs abriram a clausura para que Frei Diego presidisse a celebração da Missa na capela interna com todos os peregrinos. “Nós estamos bastante emocionados e muito felizes pelo privilégio de conhecer o Convento São Francisco, local onde certamente Frei Galvão foi forjando a sua santidade e onde viveu quase 60 anos da sua vida, de conhecer este mosteiro da Luz, onde ele doou boa parte de sua vida, idealizou e onde concretizou esta construção e onde se encontram os seus restos mortais, e o privilégio de poder celebrar a Eucaristia na clausura, no mesmo local em que ele tantas vezes celebrou com as Irmãs”, definiu Frei Diego.
O encontro dos peregrinos com as Irmãs foi um dos momentos mais emocionantes, que levou a Frei Diego brincar: “Tem gente que nem dormiu”.
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Segundo o frade, nos escritos biográficos, Frei Galvão foi várias vezes em Guaratinguetá, inclusive pedir ajuda para este Mosteiro. “E nós viemos com o desejo de repetir este gesto, simples e singelo de Frei Galvão, de carinho e amor por essas Irmãs, por esse Mosteiro. Para isso, o nosso povo trouxe, na simplicidade, a partilha do pouco que temos. Além do alimento daquilo que trouxemos para partilhar com vocês, vamos nos alimentar da Eucaristia”, disse o frade Reitor. Os peregrinos, além das cestas de alimentos, fizeram uma troca de cartas, de abraços e carinho.
“Para nós, é um motivo de graça, de alegria e uma forma de divulgarmos o primeiro santo brasileiro. E agradecemos por tantas graças recebidas e também pedimos que ele continue intercedendo por toda a nossa Província Franciscana, intercedendo por nosso Santuário Frei Galvão, em Guaratinguetá, e também por todas as vocações masculinas e femininas. Que Frei Galvão abençoe a todos nós e que sejamos assim como ele construtores do reino de Deus”, completou Frei Diego.
Frei Jonas lembrou que os peregrinos devem partilhar com aqueles que ficaram em casa as experiências que viveram nesta peregrinação: “Aquilo que nós experimentamos não fique guardado somente na nossa memória, nas fotografias, mas que tenhamos também o privilégio de testemunhar tudo o que vivemos”.
A Província Franciscana da Imaculada Conceição assumiu o Santuário Frei Galvão no dia 11 de abril de 2021, onde está a Fraternidade formada por Frei Diego, Frei Jonas, Frei Leandro Costa Ramos e Frei Roberto Ishara.
FREI GALVÃO, O PEREGRINO
Além das funções no Convento São Francisco e como incansável construtor do Mosteiro da Luz, ele ainda arrumava tempo para ser missionário. Sempre andando a pé, edificando a todos pelo seu bom exemplo e sua vibrante pregação, deixava marcas profundas por onde passava.
Percorrendo o estado de São Paulo, chegou ao Rio de Janeiro e ao Norte do Paraná. Entre as inúmeras cidades pelas quais passou, estão as do litoral paulista e proximidades: São Vicente – primeira cidade do Brasil -, Itanhaém, São Luís do Paraitinga – cidade histórica entre Taubaté e Ubatuba; e por muitas cidades do Interior, entre as quais Piracicaba, Itu, Mogi das Cruzes, Porto Feliz, Sorocaba, Jau, Taubaté, Pindamonhangaba, Guaratinguetá, onde nasceu, e tantas outras.
Moacir Beggo e Leandro Martins Carneiro