Famílias lotam Campinho do Convento da Penha no encerramento da Semana da Família
22/08/2022
Milhares de pessoas subiram ao Campinho do Convento da Penha, na tarde do último sábado (20) para o Encerramento da Semana Nacional da Família. A tradicional Romaria das Famílias teve início na Praça Duque de Caxias, no Centro de Vila Velha, na sequência, os fiéis caminharam até o Santuário de Nossa Senhora da Penha, depois de dois anos sem as atividades presenciais.
A Semana da Família foi marcada por celebrações, orações e reflexões sobre as famílias. A casa é a extensão da Igreja, ou seja, a família é a “Igreja Doméstica” – como primeiro chamou o Papa João Paulo II -, onde é ensinado o caminho de santidade e são cultivados os valores humanos.
Baseada nos quatro pilares das diretrizes de evangelização da Igreja (pão, palavra, caridade e missão), a Semana Nacional da Família é uma proposta da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Ela tem início no Dia dos Pais, refletindo a importância da vocação paterna e se encerra na Solenidade da Assunção de Maria, a Mãe das Famílias. Com isso, há uma grande mobilização de grupos e comunidades, que desde 1992, ocorre com momentos de oração, formação, reflexão, encontros e celebrações. Neste ano, o tema foi: “Amor familiar, vocação e caminho de santidade”.
Ao longo da semana, nas Celebrações das 15h, os movimentos ligados à Pastoral Familiar da Arquidiocese de Vitória, participaram da Liturgia. Já no sábado, foi o coroamento da Semana. A Missa de Encerramento foi presidida pelo Arcebispo Emérito de Mariana (MG), Dom Geraldo Lyrio Rocha, com participação do Padre Abel Andrade (coordenador de Pastoral da Área de Vila Velha) e do Frei Alessandro Dias do Nascimento, representando a Fraternidade do Franciscana do Convento.
Na homilia, Dom Geraldo destacou a Igreja celebra a realização plena do Mistério Pascal de Cristo na Santíssima Virgem. Sendo ela a “cheia de graça”, o Pai quis associá-la definitivamente à ressurreição de seu Filho Jesus.
“A leitura, tirada do primeiro livro das Crônicas, fala da Arca da Aliança como sinal da presença de Deus no meio do povo de Israel. A liturgia aplica esse texto a Maria, pois ela pode ser considerada a ‘Arca da Nova Aliança’, pois acolheu, em seu seio virginal, o Verbo encarnado. Assim como a arca da antiga aliança foi transportada para Jerusalém, Maria, arca da nova aliança, em sua Assunção, é transportada para a glória do céu”, iniciou Dom Geraldo Lyrio.
O Arcebispo Emérito de Mariana ainda explicou o trecho de Lucas 11, 28: “feliz o ventre que te trouxe e os seios que te amamentaram! Como a mulher que se encontrava no meio da multidão a ouvir o que Jesus dizia ao povo, nós clamamos: ‘Ó Maria, feliz o ventre que te trouxe e os seios que te amamentaram. Jesus confirma e amplia, também hoje para nós, estas palavras elogiosas dirigidas à sua Mãe, estende essa Bem-Aventurança para além dos laços do sangue e a aplica a todos aqueles que acolhem, guardam e praticam a sua palavra”, disse.
Na sequência, ainda durante a reflexão, Dom Geraldo Lyrio relacionou um trecho da homilia do Papa Francisco na Solenidade da Santa Mãe de Deus em 2019, pedindo que “deixemo-nos olhar, deixemo-nos abraçar, deixemo-nos tomar pela mão… por Maria”:
– Deixemo-nos olhar. Acontece, sobretudo, nos momentos de necessidade, quando nos encontramos enredados nós mais intrincados da vida, que justamente olhemos para Nossa Senhora, para a Mãe. Mas é lindo, antes de tudo, deixar-se olhar por Nossa Senhora. Quando nos olha, ela não vê pecadores, mas filhos. ‘Diz-se que os olhos são o espelho da alma; os olhos da Cheia de Graça espelham a beleza de Deus, refletem sobre nós o paraíso. Jesus disse que os olhos são ‘a lâmpada do corpo’ (Mt 6, 22): os olhos de Nossa Senhora sabem iluminar toda a escuridão, reacendem por todo o lado a esperança. O seu olhar, voltado para nós, diz: ‘Queridos filhos, coragem! Eu estou aqui, a vossa mãe’.
– Deixemo-nos abraçar. Depois do olhar, entra em cena o coração, no qual Maria ‘conservava todas estas coisas, ponderando-as’ (Lc 2, 19). Por outras palavras, Nossa Senhora tomava tudo a peito, abraçava tudo, eventos favoráveis e contrários. E tudo ponderava, isto é, levava a Deus. Eis o seu segredo. Da mesma forma, tem a peito a vida de cada um de nós: deseja abraçar todas as nossas situações e apresentá-las a Deus.
– Deixemo-nos tomar pela mão. As mães tomam pela mão os filhos e introduzem-nos amorosamente na vida. Mas hoje, quantos filhos, seguindo por conta própria, perdem a direção, creem-se fortes e extraviam-se, livres e tornam-se escravos! Quantos, esquecidos do carinho materno, vivem zangados consigo mesmos e indiferentes a tudo! Quantos, infelizmente, reagem a tudo e a todos com veneno e malvadez! A vida é assim: Mostrar-se mau, às vezes, até parece um sinal de fortaleza; mas é só fraqueza! Precisamos aprender com as mães que o heroísmo está em doar-se, a fortaleza em ter piedade, a sabedoria na mansidão.
Dom Geraldo encerrou a partilha da Palavra invocando a proteção de Nossa Senhora da Penha sobre os fiéis. Ao final, houve homenagens às famílias e a bênção final.
Semana da Família em Paróquia de Aracruz-ES
Ainda motivados pela proposta da CNBB de celebrar o amor da família como um caminho de santidade e vocação, a Paróquia São João Batista de Aracruz, região norte do Espírito Santo (Diocese de Colatina), realizou a primeira edição da “Romaria das Famílias de Aracruz ao Convento da Penha”. A Missa das 9h no último domingo (21) foi presidida pelo Padre Antônio Luiz Pazolini Pandolfi e concelebrada pelo Guardião e Reitor do Convento, Frei Djalmo Fuck.
Na homilia, Padre Antônio Luiz refletiu sobre a vida e a santidade perfeita de Maria, na Solenidade da Assunção de Nossa Senhora. “Estamos aqui hoje para consagrarmos nossas famílias a Deus, pedimos a bênção de Deus por Nossa Senhora e a Liturgia nos ajuda muito a vivermos este mistério. A primeira leitura (Apocalipse 11,19; 12,1.3-6.10) mostrou o grande sinal de Deus no céu. Maria, mulher vitoriosa, gloriosa, rainha, ‘tendo a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas’, Maria já vitoriosa. Por isso, suplicamos que nossas famílias também vençam, como Nossa Senhora e Jesus venceram. Que nossas famílias vençam o pecado, o dragão dos vícios, da infidelidade…”, comentou.
Ainda no comentário da Liturgia da Palavra, o sacerdote disse que professar a fé, como Isabel fez com Maria, é essencial para a vida cristã. “Queridos, a fé é um elemento essencial para nossa vida e para nossas famílias. Bem-aventuradas nossas famílias se acreditarem, se tiverem fé, se esperarem e confiarem em Deus, nunca se desapegarem das mãos do Pai e das mãos de nossa Mãe”, afirmou.
Cristian Oliveira