Petrópolis (RJ) – Comemorando os 810 anos da vocação franciscana de Santa Clara de Assis, a editora o Mensageiro de Santo Antônio apresenta o lançamento da sua mais nova obra “Clara de nome, claríssima de vida”. No próximo sábado (11/06), a partir das 16h, acontece o lançamento do livro em Petrópolis (RJ), na Loja Católica Pequena Flor que fica na Galeria Pedro II, centro.

Daniel Silbernagel é um dos autores e faz parte da Ordem Franciscana Secular, Fraternidade Nossa Senhora dos Anjos de Petrópolis, fundada pelos Freis Alberto Beckhäuser e Frei Antônio Moser, in memoriam. Ele explica que o prefácio foi escrito pela Irmã Maria Bernarda do Bom Pastor, OSC, Abadessa do Mosteiro de Cascavel no Paraná (PR). Já o capítulo I, que discorre sobre a biografia de Santa Clara, contou com a participação de Frei Diogo Luis Fuitem, OFMConv, e organizador do livro. O capítulo II foi escrito por Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM, e trata sobre a vocação Franciscana de Santa Clara. Por fim, o capítulo III que é a conclusão da obra, foi elaborado por Daniel Silbernagel e aborda a busca do privilégio da pobreza como forma de vida a partir de Santa Clara de Assis.

Na apresentação do livro, Frei Diogo Luis afirma que uma jovem de nome Clara é a figura que se quer destacar no livro. “Viveu em tempos remotos, há 800 anos, e sua cidade é Assis, no centro da Itália. Nascida em 1193, ela figurava entre os nobres da cidade. Era a primogênita do casal Favarone e Hortolana e contava com outras duas irmãs: Catarina e Beatriz. Morava no palácio junto à Igreja de São Rufino. Tratava-se de uma jovem de acentuada formosura, educada para contrair um bom matrimônio”, escreveu.

Segundo o franciscano, o coração de Clara enamorou-se pelo ideal que São Francisco, seu conterrâneo, havia abraçado. “E aqui começa um novo caminho, fruto de uma escolha radical. Escolha que se consolida quando, pois, numa noite, Clara foge sozinha de seu palácio, às escondidas dos pais e da família, e chega até Santa Maria dos Anjos, capela que ficava fora dos muros de Assis, onde se apresenta a São Francisco. Prostrando-se em oração diante do altar, tem seus louros cabelos cortados. Reveste-se de uma túnica grosseira, trocando o cinto por uma áspera corda. Começava a nova aventura que vamos conhecer nestas páginas”, revelou.

Para o organizador e editor chefe da editora, vale a pena identificar o caminho que Clara percorreu. “Porque muitos, em nosso tempo – e isso já ocorreu também no passado –, ambicionam seguir a Deus, mas esse seguimento não possui densidade, nem profundidade. O que admiramos, ao conhecermos a trajetória de Santa Clara, é a sua disposição de enfrentar todos os obstáculos para concretizar o ideal de servir a Deus, mediante uma existência de plena dedicação e de amor ao Altíssimo e Bom Senhor, Senhor de sua vida. Crê num Deus amado, do qual ela desfruta a companhia dia e noite. Devota-se inteiramente a Jesus Cristo, Àquele cujos desejos são para ela ordens. Dessa forma, ao invés de sua personalidade ser diminuída, fica engrandecida e atravessa os séculos, tornando-se modelo não apenas para as suas companheiras e seguidoras, as Irmãs Clarissas, mas também para todos os que se sentem atraídos pela força de seu testemunho. Verdadeiramente, podemos afirmar que ela é Clara de nome e claríssima de vida! O biógrafo Tomás de Celano assim escreveu a respeito: “Nobre de nascimento, mais nobre pela graça; virgem de corpo, mas puríssima de espírito; jovem em anos, mas amadurecida em juízo; Clara de nome, mas clara de vida, claríssima pela virtude” (1 Cel 18)”, definiu.

Esta obra, que homenageia Clara e sua vocação, após uma breve biografia, quer aprofundar aspectos valiosos de sua vocação, personalidade e obra, bem como a questão pela qual tanto lutou, a saber, o caminho da altíssima pobreza como meio de identificação com o Evangelho. Eis o modo como ela recebeu e viveu seu carisma na Igreja. Esse trabalho visa recordar sua vocação franciscana, que, segundo as Fontes Franciscanas, é evento ocorrido no ano de 1212. Transcorreram-se, pois 810 anos. A efeméride relembra esse fato decisivo na vida de Santa Clara e que marcou o início da trajetória dessa grande mulher.

Frei Augusto Luiz Gabriel, com informações de Daniel Silbernagel