“Que você se encante com esse ministério”, pede D. Wilson a Frei Junior
14/05/2022
Santo Amaro da Imperatriz (SC) – Pelas mãos Dom Wilson Tadeu Jönck, Arcebispo de Florianópolis, durante a Celebração Eucarística neste sábado (14/5), às 15h, Frei Junior Mendes recebeu o segundo grau do Sacramento da Ordem. “Você é ordenado sacerdote não porque quer. É porque Deus quer. Não foi você que escolheu, mas Deus o escolheu para isso. E todo dia você responderá com fidelidade a este chamado de Deus, que o enviou exatamente para uma função, um ministério dentro da igreja”, exortou o Arcebispo a Frei Junior.
O pároco Frei Germano Guesser saudou e acolheu a todos em nome da Fraternidade Santo Amaro e Dom Wilson destacou que a ordenação de Frei Junior era um momento importante para a comunidade. “Temos um só sentimento: de alegria e gratidão. E isso que queremos expressar nesta celebração”, disse.
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Esse clima festivo e fraternal tomou conta dos paroquianos de Santo Amaro da Imperatriz (SC), dos frades da Província da Imaculada, entre eles o Ministro Provincial Frei Paulo Roberto Pereira, dos religiosos e religiosas, seminaristas, que se reuniram na bela Matriz de Santo Amaro para, juntos, celebrarem a ordenação presbiteral deste jovem santo-amarense. Presentes também os paroquianos da Paróquia São Francisco de Chopinzinho (PR), onde atualmente reside Frei Junior.
O ordenando esteve acompanhado na procissão de entrada por seus pais Ganilton Mendes e Maria de Lourdes Mendes.
Dom Wilson Tadeu Jönck, em sua homilia, ressaltou que o presbiterado, “isto é, o tornar-se padre, nós entendemos quando olhamos aquilo que é mistério da encarnação. Cristo, que é Deus, se torna um ser humano para nos trazer uma grande mensagem: uma mensagem de salvação. Algo que dê sentido à nossa vida, que é algo novo para todos nós. É o que Cristo veio realizar neste mundo”.
“Não há nada mais grandioso e mais realizador do que esse mistério da encarnação de Deus: se fazer homem, se fazer um de nós e nos salvar”, enfatizou.
“E a Igreja foi fundada por esse mesmo Jesus para continuar a sua missão, pregar o mesmo Evangelho, pregar a mesma novidade, e que este novo estilo de vida cristã pudesse de fato ser espalhado pelo mundo todo e tocasse todos os corações”, acrescentou.
Segundo Dom Wilson, Jesus fez isso por pouco tempo, mas constituiu os apóstolos e já tinha outros discípulos que O seguiam. Estes foram divulgando esta mensagem pela pregação, pelo ensinamento, mas sobretudo pelo testemunho de vida. “O livro dos Atos dos Apóstolos que lemos neste Tempo Pascal nos mostra como isso aconteceu. A Igreja tem essa mesma missão de divulgar e fazer chegar a cada coração esta mensagem. A igreja é uma instituição. Quem vai fazer isso são os membros da Igreja. São os cristãos, são os batizados”, explicou.
Para Dom Wilson, entre esses batizados alguns são chamados pelo próprio Deus para se dedicarem exclusivamente a esta missão, que foi a missão do próprio Cristo. “E estes são os sacerdotes, os padres, que estão a serviço de Deus como Cristo estava a serviço de Deus. Servem a Deus servindo à comunidade, colocando-se a serviço de todos. Cristo veio para todos. Aqueles que O Conhecem, aqueles que O aceitam e aqueles que O rejeitam. Veio para estes também.
É para estes, diácono Junior, que que você se torna sacerdote para chegar a todos eles e fazer da sua vida aquilo que Cristo fez de sua vida terrena: fazer o bem a todos e aproveitar cada minuto de sua vida para, com palavras, com testemunho, servir aos outros naquilo que Deus quer acontecer no coração de cada um. Essa será sua vida de padre”, ensinou o Arcebispo.
Dom Wilson lembrou a Frei Junior que “vivemos hoje um momento muito especial na vida da Igreja. Um novo modo de compreender a Igreja”. Segundo ele, a palavra que define esse momento é sinodalidade. “Exatamente se aprender a ir a todos. Aqueles que vêm à Igreja, mas também aqueles que não vêm. Aqueles que acham que não devem vir, aqueles que falam mal. A sinodalidade nos pede que andemos com todos eles. Como Cristo andou com aqueles dois de Emaús, que iam reclamando da vida pela estrada a fora, mas Jesus foi andando com eles. Você vai encontrar, não tanto dentro da Igreja, muita gente reclamando, não entendendo isso, criticando aquilo. Jesus veio para todos esses. Você se torna padre para todos”, indicou.
“Ser testemunho do Evangelho, ser a presença do Cristo que salva todos. Sim, você é ordenado sacerdote exatamente para isso. E que você se encante com esse ministério”, desejou o Arcebispo.
Ele, porém, lembrou que Frei Junior terá dificuldades, como Cristo também teve dificuldades. “Ele até morreu. Talvez você nãos seja crucificado, mas dificuldades certamente encontrará”, acrescentou. “O mundo espera de você esta presença, este testemunho”, insistiu.
“Aqui lembro aqueles gregos que queriam conhecer Jesus, se aproximam de Felipe e manifestam o desejo de conhecer Jesus e pedem para levar até Ele. Não é pedido muito mais do que isso pra você: levar todos a Jesus. E pode fazer isso com toda a convicção. O desejo de encontrar Jesus está no coração de toda pessoa humana. Mesmo daquele que você acha que não. No fundo, no fundo, toda a rebeldia é um desejo de encontrar Cristo. E você vai favorecer isso com sua fé, com seu trabalho, administrando os sacramentos, perdoando os pecados, celebrando a Eucaristia, tornado Cristo presente como alimento o Corpo e Sangue de Cristo, é o que você vai fazer de sua vida. E nos alegramos muito, Frei Junior, por sua generosidade e sua disponibilidade. E Pedimos que Deus fortaleça esta sua convicção, fortaleça esta sua generosidade por hoje e por todos os dias de sua vida”, concluiu.
O RITO
O rito da ordenação presbiteral começou antes da homilia de Dom Wilson, com a chamada do candidato. Animado e alimentado com a Palavra de Deus, Frei Junior foi chamado pelo diácono Frei Alan Leal de Matos: “Queira se aproximar o que será ordenado presbítero, Frei Junior Mendes”. O ordenado respondeu: “Presente!”
O guardião da Fraternidade São Francisco de Chopinzinho, Frei Olivo Marafon, fez o pedido ao bispo para que ordenasse Frei Junior, e Dom Wilson perguntou: “Podes dizer se ele é digno deste ministério?”
Segundo Frei Olivo, ouvindo os testemunhos dos paroquianos de Chopinzinho e dos formadores da Província, “dou testemunho que ele foi considerado digno para o ministério presbiteral”. Dom Wilson respondeu: “Com auxílio de Nosso Senhor Jesus Cristo e Salvador, nós escolhemos esse nosso irmão para a Ordem do Presbiterado! Graças a Deus!”
Depois, de joelhos, Frei Junior colocou suas mãos nas mãos do bispo e prometeu obediência a ele e ao seu legítimo superior. Em seguida, prostrado, em sinal de total dedicação a Deus, o eleito e toda a assembleia cantaram a “Ladainha de Todos os Santos”, pedindo assim a intercessão daqueles que nos precederam na fé. Veio, então, o momento central da ordenação: a imposição das mãos e a Prece da Ordenação.
Cada momento ou gesto do rito foi explicado por Frei Jeâ Paulo Andrade, o animador vocacional da Província. Segundo ele, pela imposição das mãos do bispo e a prece é conferido ao eleito o dom do Espírito Santo, que o transforma e o capacita para a sua missão. Em silêncio, primeiro o bispo, depois todos os sacerdotes, um por um, impõe as mãos sobre a cabeça do eleito.
Terminado este momento, Frei Junior recebeu as vestes de presbítero (casula e estola), trazidas pela tia Luzia e o primo Paulo Sérgio. Frei Junior foi revestido dos paramentos próprios do presbítero com a ajuda de Frei Josemberg Cardozo Aranha, colega de turma, ordenado na semana passada.
O bispo, agora, ungiu com o óleo da crisma a palma das mãos do novo presbítero e amarrou suas mãos, que foram desatadas pelos pais. Frei Junior, então, deu a sua primeira bênção aos pais, enquanto era saudado pela assembleia. Em seguida, seus pais carregaram em procissão o cálice e a patena e Frei Junior recebeu das mãos de Dom Wilson o cálice para trazer Cristo Eucarístico às pessoas.
Terminado o rito, Frei Junior já pôde participar como concelebrante da Eucaristia.
AGRADECIMENTOS
Frei Jeâ Paulo, animador vocacional da Província, explicou que durante toda esta semana uma grande equipe de missionários esteve na Paróquia de Santo Amaro realizando uma Semana Vocacional. “Essa celebração é, então, todo o coroamento do trabalho que foi realizado. Aqui é o testemunho de vocações: a vocação matrimonial, a vocação religiosa e a vocação presbiteral”, disse, convidando os vocacionados e seminaristas para se colocarem no presbitério, lembrando com isso a necessidade de rezar pelas vocações.
Em nome dos frades da Província da Imaculada Conceição, o Ministro Provincial Frei Paulo Roberto Pereira resumiu esse momento: Gratidão.
“Muito obrigado Dom Wilson, religioso que é de uma família religiosa também. O sr. sabe que pode contar com a Família Franciscana e nós temos a pretensão de servir à Igreja e oferecer aquilo que a gente tem que é a fraternidade. A palavra sinodalidade, traduzida no dia a dia das nossas casas, é fraternidade também. Então, muito obrigado por sua fraternal bondade em oferecer para o serviço da Igreja mais um irmão nosso agora no ministério presbiteral”, disse.
Frei Paulo agradeceu à comunidade paroquial que gerou tantas vocações, vocações franciscanas e vocações a serviço da Igreja. “Muito obrigado pela vocação do Frei Junior, nascido aqui nesta comunidade. Vocação nascida na vivência com vocês. Então, é a comunidade que gera vocações. Rezemos para que nossas famílias e comunidades continuem a gerar vocações”, pediu.
“Obrigado ao Junior pela decisão de ser frade franciscano e de servir a Igreja a partir do ministério ordenado. E obrigado por nos trazer a Santo Amaro”, agradeceu.
Frei Paulo contou uma passagem da vida de Santo Amaro, que bem pequeno foi servir a Deus no mosteiro com São Bento. Uma vez, seu primo Plácido tinha caído num lago e corria o risco de se afogar. São Bento, então, avisou Santo Amaro que seu primo precisava de sua ajuda. “Ele rapidinho deixou as coisas de Deus e foi salvar o primo, como uma atitude complementar. Então, a gente quer servir a Deus, conhecer as coisas de Deus e quer salvar os nossos irmãos e irmãs, sobretudo aqueles mais necessitados. Essa missão, o Junior já sabia, essa missão nós todos, os frades, queremos mais uma vez assumir. Rezem por nós, contem conosco como irmãos de caminhada que queremos, juntos, conhecer e louvar a Deus e, juntos, queremos servir à comunidade, sobretudo servir aos que mais necessitam. Gratidão! E que a alegria desta tarde possa iluminar a nossa caminhada hoje e sempre!”, desejou.
Nos seus agradecimentos, Frei Junior disse: “Eu só tenho a agradecer a Deus em primeiro lugar. Bendito seja Deus pelo dom da vocação religiosa franciscana, que aqui nesta igreja, com o discernimento dos frades, eu assumi o caminho de penitência de Francisco de Assis. Convicto, sim, mas foi preciso dar o primeiro passo. A gente sabe que às vezes não é fácil. Dificuldades existem, mas vale a pena arriscar. Eu só tenho a agradecer a Deus, a esta comunidade e de modo especial meus familiares”, disse, lembrando os frades que participaram da Semana Missionária em preparação para a sua ordenação.
Ele agradeceu a Dom Wilson que o ordenou e ao Ministro Provincial Frei Paulo. E fez um agradecimento especial: “O meu abraço e respeito a todos os frades que me acompanharam nesses doze anos de caminhada formativa”.
Dom Wilson, antes da bênção final, disse: “Gostaria de cumprimentar a Ordem Franciscana por esta festa, por mais um padre, e agradecer pela presença na nossa Arquidiocese: Muito, muito obrigado!”
Neste domingo, Frei Junior celebrará a Primeira Missa, às 10 horas, nesta mesma Matriz.
Comunicação da Província da Imaculada Conceição e Pascom da Paróquia de Santo Amaro (fotos)