Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Papa aos jovens: como e com Jesus, sonhar e praticar os valores do Evangelho

21/11/2021

Papa Francisco

                                                                                                                      Imagem: Vatican Media

Ser capazes de sonhar: esta é a mensagem do Papa Francisco aos jovens, no dia em que celebra a Jornada Mundial da Juventude em nível diocesano. O Pontífice celebrou à Santa Missa na Basílica de São Pedro e em sua homilia comentou as leituras deste domingo da Solenidade de Cristo Rei do Universo. De modo especial, refletiu sobre duas imagens.

A primeira, tomada do Apocalipse: “Ele vem no meio das nuvens”. A segunda imagem é a do Evangelho, quando Cristo, encontrando-Se diante de Pilatos, lhe diz: “Eu sou rei”.

Quanto à primeira, Francisco explica que o Senhor vem do alto, e o seu reino jamais terá ocaso. Deus vem durante a noite, por entre as nuvens muitas vezes tenebrosas que se acumulam sobre a nossa vida. É preciso reconhecê-Lo, olhar além da noite, levantar o olhar para O ver no meio da obscuridade. “Queridos jovens, contemplar na visão noturna, ou seja, ter olhos lúcidos mesmo no meio das trevas, não cessar de procurar a luz no meio das trevas que trazemos no coração e vemos ao nosso redor.”

Levantar o olhar, “levanta-te” este é inclusive o convite que o Papa faz na Mensagem que dedicou jovens, para acompanhar este ano da caminhada rumo a Lisboa, para a JMJ em agosto de 2023. Uma tarefa árdua, mas fascinante.

Jovens sonhadores
Mas foi ao verbo “sonhar” que Francisco dedicou as passagens mais profundas de sua homilia. O Pontífice agradeceu aos jovens quando fazem de Jesus o sonho de suas vidas, quando são capazes de realizar os sonhos com coragem, quando sonham a fraternidade, a solidariedade, a justiça e a paz – sonhos que correspondem aos do Evangelho.

“Não tenham medo de se abrir ao encontro com Ele, que ama os seus mesmos sonhos e os ajuda a realizá-los.” Um jovem que não é capaz de sonhar, disse ainda Francisco, ficou velho antes do tempo. E pede que sonhem fazendo barulho, porque significa que não querem viver na noite, nem adormecidos ou anestesiados. Mas sonhar acordados, sonhadores que se mantêm abertos às surpresas do Espírito Santo.

Jovens livres, consciência crítica da sociedade
Sobre a segunda imagem – “Eu sou Rei” – Francisco recorda que o Reino de Jesus é diferente dos reinos do mundo: “Deus não reina, para aumentar o seu poder e esmagar os outros; não reina com os exércitos e com a força. O Seu é o Reino do amor, de quem dá a própria vida pela salvação dos outros”.

A liberdade de Jesus é fascinante, prossegue o Papa. Deixemos que nos toque dentro, comova e suscite em nós a coragem da verdade. Não estamos aqui para nos fazer encantar pelas sereias do mundo, mas para assumirmos a nossa vida, aferrarmos a vida vivendo-a plenamente.

“Na liberdade de Jesus, encontramos também a coragem de ir contracorrente: não contra alguém, como os que se fazem de vítima e os intrigantes que sempre dão a culpa aos outros. Isso não; mas contra a corrente doentia do nosso eu egoísta, fechado e rígido, para seguirmos o rasto de Jesus.”

Francisco exorta os jovens a serem livres, autênticos, consciência crítica da sociedade para, com Jesus, reinar em prol da justiça, do amor e da paz: “Espero que cada um de vocês possa sentir a alegria de dizer: ‘Com Jesus, também eu sou rei’. Sou rei: sou um sinal vivo do amor de Deus, da sua compaixão e da sua ternura. Sou um sonhador encandeado pela luz do Evangelho.”


Angelus: “Pecadores sim, corruptos jamais!”

Após celebrar a missa na Basílica Vaticana por ocasião da Jornada Mundial da Juventude diocesana, o Papa Francisco se reuniu com fiéis e peregrinos na Praça São Pedro para o Angelus dominical.

Em sua alocução, acompanhado de dois jovens da diocese de Roma, o Pontífice comentou o Evangelho da Liturgia deste último Domingo do Tempo Comum, que culmina numa afirmação de Jesus: “Eu sou Rei”.

Ele pronuncia estas palavras perante Pilatos, enquanto a multidão grita para o condenar à morte. Anteriormente, Jesus não queria que o povo o aclamasse como rei, mas o fato é que a realeza de Jesus é bastante diferente da mundana, como explicou o Papa: “Ele não vem para dominar, mas para servir. Ele não vem com os sinais do poder, mas com o poder dos sinais. Não está vestido com insígnias preciosas, mas está despido na cruz.”

A sua realeza vai além dos parâmetros humanos, disse ainda Francisco. “Ele não é rei como os outros, mas que é rei para os outros.”

Aplausos ou serviço?

O Papa prosseguiu destacando que Cristo disse que é rei no momento em que a multidão está contra ele, mostra-se livre do desejo de fama e glória terrena. “E nós – perguntemo-nos – sabemos como imitá-lo nisto? No que fazemos, em particular no nosso compromisso cristão, contam os aplausos ou o serviço?”

Jesus não só evita qualquer busca da grandeza terrena, como também torna livre e soberano o coração de quem o segue. “O seu reino é libertador, não há nada de opressivo. Ele trata cada discípulo como um amigo, não como um súdito.”

Portanto, acrescentou o Papa, seguindo Jesus, não se perde, mas se ganha dignidade. Porque Cristo não quer ao seu redor servilismo, mas pessoas livres.

Pecadores sim, corruptos jamais!

O fundamento desta liberdade de Jesus vem da verdade. É a sua verdade que nos liberta: “A vida do cristão não é uma recitação em que se possa usar a máscara que é mais conveniente. Porque quando Jesus reina no coração, ele liberta-o da hipocrisia, dos subterfúgios, das duplicidades.”

Certamente todos somos pecadores, reconheceu o Papa. Mas, quando vivemos sob o senhorio de Jesus, não nos tornamos corruptos, falsos, inclinados a encobrir a verdade. Não se leva uma vida dupla. “Pecadores sim, corruptos jamais!”

O Pontífice concluiu pedindo a intercessão de Nossa Senhora para nos ajude a procurar todos os dias a verdade de Jesus, que nos liberta das escravidões terrenas e nos ensina a governar os nossos vícios.


Fonte: Vatican News (texto de Bianca Fraccalvieri)