Encontro ecumênico internacional de jovens no Líbano
24/10/2018
Cidade do Vaticano – “Seremos tolos se renunciarmos ao potencial das mulheres”, que devem estar envolvidas “hoje, não amanhã” nos “processos de decisão” que dizem respeito à Igreja. Assim, o presidente da Conferência Episcopal da Alemanha, cardeal Reinhard Marx, arcebispo de Munique e Frisinga, falou no briefing realizado na Sala de Imprensa da Santa Sé da XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre o tema: “Os jovens, a fé e discernimento vocacional”.
O purpurado observou que “sem mudança não se progride”, reiterando que é fundamental “entender a evolução dos tempos, como fez João XXIII”. Daí o convite a seguir o exemplo da Alemanha, onde várias mulheres estão envolvidas na organização da pastoral, superando toda “hesitação”, pois a “questão é urgente”.
O encontro foi apresentado pelo prefeito do Dicastério para a Comunicação, Paolo Ruffini, presidente da Comissão Sinodal para Informação, que anunciou que a carta dirigida aos jovens deverá ser lida no domingo e que nesta manhã, 44 Padres sinodais discutiram sobre os temas da missiva e sobre o documento final da assembleia.
Tema da sexualidade não seja instrumentalizado
Dentre os muitos temas abordados durante o encontro com os jornalistas, a questão LGBT, sobre o qual falaram o cardeal Reinhard Marx e dom Andrew Nkea Fuanya, Bispo de Mamfe, nos Camarões, solicitados por perguntas. “A temática da sexualidade”, disse o purpurado, “não deve ser instrumentalizada: há lobbies que tentam influenciar”, mas a “Igreja deve encontrar um caminho compreensível” e “usar palavras não enganosas”. Na mesma linha, o prelado camaronês ressaltou que na África o tema ainda não é amplamente debatido.
O Bispo de Mamfe esclareceu que o Sínodo não está tentando resolver “problemas locais”, porque cada um tem seu próprio ponto de vista e suas dificuldades, mas tudo está sendo enfrentado de maneira coral, como “Igreja unida”. Ele continuou, trazendo exemplos práticos, “não temos o problema das igrejas vazias”. “Os nossos jovens sempre vão à missa” e participam da “celebração que dura pelo menos duas horas”, mas quando saem “eles não têm trabalho, não se importam se estão doentes” e acabam procurando “lugares onde serem mais felizes”. “As igrejas”, insistiu o bispo, “estão cheias porque nossos valores tradicionais ainda correspondem aos valores da Igreja, nós passamos as tradições sem diluí-las. A Igreja deve falar sem ambiguidade”.
Ajudar os jovens a conhecerem Jesus
Também na Polônia, disse dom Grzegorz Ryś, arcebispo de Łódź e presidente do Conselho da Conferência Episcopal para a nova evangelização, não há igrejas vazias, mas os jovens nem sempre “conhecem realmente Jesus”. O prelado, que muito apreciou o “método” e a “diversidade” deste Sínodo, deixou claro que os jovens acreditam nos valores, na maioria das vezes importantes, mas nem sempre fazem uma verdadeira “experiência de fé”. “Para evangelizar verdadeiramente os jovens”, acrescentou, “não se deve julgar, mas realmente entender quais são os valores em que eles acreditam, para conduzi-los ao encontro com Jesus”. “E para fazer isso”, disse o cardeal Reinhard Marx, “a Igreja deve ser capaz de mudar”, “as declarações devem ser traduzidas em ações verdadeiras”, porque os jovens “esperam uma Igreja autêntica”.
Jovens, mensageiros da Boa Nova
“Devemos defender o paradoxo de uma Igreja sempre jovem”, sublinhou dom Toufic Bou Hadir, responsável pela Fundação YOUCAT Árabe (Igreja Maronita) e coordenador do “Escritório Patriarcal para a Pastoral Juvenil” no Líbano. “Estar nas periferias”, na verdade, “significa seguir Jesus sempre e em toda parte” e os jovens “são mensageiros da Boa Nova e pioneiros do diálogo inter-religioso”. O prelado enfatizou o desejo dos jovens de serem protagonistas de um “novo mundo”, “agentes de diálogo”, e anunciou um encontro ecumênico internacional de jovens no Líbano, de 22 a 26 de março de 2019.
Fonte: Vatican News