Paulo VI e Oscar Romero: santos da Igreja
11/10/2018
No domingo, 14 de outubro, o Papa Francisco canonizou 7 novos santos e santas da Igreja: Paulo VI, Oscar Arnulfo Romero Galdámez, Francisco Spinelli, Vicente Romano, Maria Catarina Kasper, Nazária Inácia de Santa Teresa de Jesus e Núncio Sulprizio.
Entre eles, destacam-se dois grandes homens da história da Igreja: Paulo VI e Oscar Romero.
O Papa Paulo VI conduziu a Igreja entre 1963 e 1978. Ele foi o primeiro pontífice a viajar de avião. Em seu papado, visitou os cinco continentes, fato que lhe concedeu o apelido de “Papa Peregrino”. Foi o primeiro Papa a visitar a Terra Santa, em 1964. Lá, encontrou-se com o patriarca ortodoxo Atenágoras I.
“Se todo bispo, todo pároco e todo cristão tivessem feito, em proporção, o que ele realizou como animação e renovação, a Igreja estaria hoje muito mais adiantada em seu caminho”, afirmou o Arcebispo Romeo Panciroli, ex-diretor da Sala de Imprensa do Vaticano sobre Paulo VI.
Entre suas Encíclicas, destacam-se a Humanae Vitae, sobre a regulação da natalidade e a Populorum progressio, sobre o desenvolvimento dos povos. Entre as Exortações Apostólicas, ganhou ênfase a Evangelii Nuntiandi, sobre a evangelização, lançada em 8 de dezembro de 1975.
Chamado por Papa Francisco como o “Papa da modernidade”, Paulo VI ficou conhecido por sua abertura ao diálogo, aproximando-se da Igreja Anglicana e de diversos líderes das Igrejas Ortodoxas do Oriente.
Romero: o primeiro santo de El Salvador
A Igreja da América Latina também ganhará mais um santo. Na realidade, para o povo, Oscar Romero já é considerado santo desde o seu martírio, em 24 de março de 1980. Ele é o primeiro santo de El Salvador, país localizado na América Central com pouco mais de 6 milhões de habitantes.
A ação pastoral do bispo visava ao entendimento mútuo entre os salvadorenhos. Criticava duramente tanto a inércia do governo, as interferências estrangeiras, como as injustiças praticadas pelos grupos “revolucionários”. O Arcebispo Dom Oscar Arnulfo Romero foi fiel a Igreja, e pagou com a vida o preço de ser discípulo de Cristo. O seu nome foi incluído na relação dos 1015 salvadorenhos que foram assassinados, em 1980.
Nas palavras do Papa Francisco por ocasião de sua beatificação, “Romero convida-nos ao bom senso e à reflexão, ao respeito pela vida e à concórdia. É necessário renunciar à violência da espada, do ódio, e viver a violência do amor, que nos deixou Cristo pregado numa cruz, aquela que cada um deve fazer a si mesmo para vencer os próprios egoísmos e a fim de que não haja desigualdades tão cruéis entre nós. Ele soube ver e experimentou na sua própria carne o egoísmo que se insinua em quantos não querem ceder o que é seu para alcançar os outros. E, com um coração de pai, preocupou-se com as maiorias pobres, pedindo aos poderosos que transformassem as armas em foices para o trabalho”.