Maronitas celebram a Eucaristia na Igreja do Rosário
27/03/2017
Vila Velha (ES) – A colônia libanesa, presente no Espírito Santo há mais de 200 anos, reuniu-se na manhã deste domingo, dia 26 de março, para celebrar a Eucaristia, junto à Igreja do Rosário, na Prainha. Cerca de 150 pessoas reunidas. Missa celebrada em rito maronita e com a presença de Padre Silounos Elias Chamoun – OLM (Ordem Libanesa Maronita), pároco da Paróquia São Charbel, em Campinas – SP. Nascido em Beirute no Líbano, vive no Brasil há 6 anos como missionário. Foi a primeira vez em 200 anos que a colônia libanesa celebrou missa juntos, em rito maronita, aqui no Espírito Santo. Fr. Djalmo Fuck deu as boas-vindas à comunidade libanesa e concelebrou com eles. A missa foi celebrada em três línguas: siríaco, aramaico e português. Rica em detalhes, cânticos, carregada de simbolismos e muito incenso. Padre Silounos brincou ao final da missa, dizendo que no Líbano até as pedras cheiram a incenso. Fr. Djalmo, em nome dos frades franciscanos, abriu as portas da Paróquia do Rosário para a comunidade libanesa e afirmou que não precisam esperar outros 200 anos para celebrar a Eucaristia conosco. Nossa igreja estará sempre de portas abertas para recebê-los. Contam as Crônicas de nossa Fraternidade que na construção do Santuário de Vila Velha, que neste ano com-pleta 50 anos, o cônsul libanês era convidado para as muitas celebrações e reuniões que havia, o que sugere que a comunidade libanesa tenha ajudado também materialmente na construção do Santuário.
Algumas curiosidades. A Igreja Católica não se limita ao rito romano. Ela é uma grande comunhão de 24 Igrejas, sendo 1 ocidental e 23 orientais. A Igreja Maronita é uma igreja cristã, do rito oriental, em plena comunhão com a Sé Apostólica, ou seja, reconhece a autoridade do Papa, o líder da Igreja Católica Apostólica Romana. Tradicional no Líba-no, a Igreja Maronita possui ritual próprio, diferente do rito latino adotado pelos católi-cos ocidentais. O rito maronita prevê a celebração da missa em língua aramaica. Os maronitas tiveram vários de seus religiosos canonizados ou beatificados, entre eles São Marun.
A Igreja Católica possui duas raízes: a ocidental ou romana e a oriental. Dentro desta segunda, quatro são as sedes patriarcais que marcaram sua historia: Jerusalém, Alexan-dria (Egito), Antioquia e Constantinopla. Dentro do grupo de Igrejas antioquenas exis-tem dois grupos: sírio-ocidental e sírio-oriental. A Igreja Maronita forma parte do grupo sírio-ocidental, sendo o siríaco sua língua litúrgica. Integra-se, pois, na tradição cristã oriental, sendo seu povo das raízes mais antigas de toda a Cristandade.
A Igreja Maronita é a única entre todas as Igrejas orientais que permaneceu em plena comunhão com Roma durante todos os séculos. A Igreja Maronita deve seu nome a um importante mosteiro, São Marun, que recebeu o nome em homenagem ao anacoreta Marun (Maron), celebrado em 9 de fevereiro. No Brasil temos atualmente uma Diocese Maronita, com sede em São Paulo, 10 paróquias espalhadas pelo Brasil e 17 padres, quase todos pertencentes à Ordem Libanesa Maronita.