Carta a um religioso

Simone Adolphine Weil

“Quando leio o catecismo do Concílio de Trento, parece-me não ter nada em comum com a religião que nele é exposta. Quando leio o Novo Testamento, os místicos, a liturgia, quando vejo a missa ser celebrada, sinto com uma espécie de certeza que essa fé é a minha ou, mais exatamente, seria a minha sem a distância colocada entre ela e eu por minha imperfeição. Isso constitui uma situação espiritual difícil. Eu gostaria de torná-la, não menos difícil, porém mais clara. Qualquer dificuldade é aceitável na clareza. Vou enumerar pensamentos que habitam em mim há anos (pelo menos alguns deles) e se interpõem entre mim e a Igreja. Não lhe peço para discutir seu conteúdo. Ficaria feliz com tal discussão; no entanto mais tarde, em segundo lugar.

Peço-lhe uma resposta segura – sem fórmulas como “creio que” etc. – sobre a compatibilidade ou incompatibilidade de cada uma dessas opiniões com o pertencimento à Igreja. Caso haja incompatibilidade, gostaria que me dissesse claramente: eu recusaria o batismo (ou a absolvição) a quem me afirmasse aderir às opiniões contidas nas rubricas número tal, tal e tal. Não peço uma resposta rápida. Não há urgência. Peço apenas uma resposta categórica”.

Simone Adolphine Weil (Paris, 3 de fevereiro de 1909 – Ashford, 24 de agosto de 1943) foi uma escritora, mística e filósofa francesa, que se tornou operária da Renault para escrever sobre o cotidiano dentro das fábricas. Lutou na Guerra Civil Espanhola, ao lado dos republicanos, e na Resistência Francesa, em Londres; por ser bastante conhecida, foi impedida de retornar à França como pretendia; acometida de tuberculose, não teria admitido se alimentar além da ração diária permitida aos soldados, nos campos de batalha, ou aos civis pelos tickets de racionamento. Com a progressiva deterioração de seu estado de saúde, em estado de desnutrição, faleceu poucos dias depois de seu internamento hospitalar.

Nº DE PÁGINAS: 64

 

Amar…apesar de tudo
Para que cada um de nós transforme seu destino em um projeto consciente

Jean-Yves Leloup

Jean-Yves Leloup nos convida a dar um passo consciente em direção a uma vida plenamente assumida. Fala daquilo que está dentro de nosso ser, no mais profundo de nós – o amor –, e vai lançando luzes para permitir que cada aspecto aflore, que tomemos consciência e que nos rendamos à proposta de mudança que a vida nos faz.

Cada reflexão vai despertando mais e mais em nós o desejo de amar a vida, de nos deixar amar por ela; de ver nosso potencial, de reconhecê-lo como possível de realizar-se; de voltar a crer, a sentir, a aceitar e a estender nossos olhos para além… cada vez mais para além…

Considerando nossa vida tal qual ela se apresenta, Jean-Yves Leloup nos induz a buscar nosso caminho pessoal, nossa resposta pessoal que sempre encontra pleno sentido no amor.

“A felicidade é reencontrarmos em nós a capacidade para amar, porque tudo o que fazemos sem amor é tempo perdido, é feito em má hora, é uma infelicidade… Enquanto que tudo o que fazemos com amor é a eternidade reencontrada, a boa hora reencontrada. Desse modo, a felicidade nos é dada por acréscimo.”

Jean-Yves Leloup, Doutor em Psicologia, Filosofia e Teologia, doutor honoris causa pela Universidade de Colombo (Sri Lanka), padre da  Igreja Ortodoxa, ex-diretor do Centro Internacional Saint-Baume, tradutor de diversos textos bíblicos a partir do grego e do aramaico, membro da Organização das Tradições Unidas, membro do Ciret (Centre International de Recherches et Études Transdisciplinaires), fundador do Colégio Internacional dos Terapeutas, cofundador da UNIPAZ junto com Pierre Weil e Monique-Thoenig, conferencista na Europa, nos Estados Unidos, no Canadá e na América do Sul em diversas universidades e institutos de pesquisa em Antropologia Fundamental, autor de dezenas de obras publicadas em diversos idiomas sobre a tradição cristã, bíblica e monacal.

Nº DE PÁGINAS: 168

 

Crescer com o corpo
Educar os adolescentes para a corporalidade

Rosella Diana

O corpo é sempre entendido como produto, objeto a ser manipulado, alterado, exibido, valorizado conforme características mercantis.  A cultura atual, de fato, convoca os mais jovens, constantemente, a ocultar os traços de sua própria corporeidade que não correspondem aos padrões estéticos oferecidos como modelos pela mídia.

Este manual se destina aos educadores que atuam com pré-adolescentes e adolescentes e busca responder ao desafio de educar para a corporeidade diante deste fenômeno. Oferece orientações de trabalho que põem o corpo no centro, visto como um veículo privilegiado para a conquista da identidade pessoal e social, expressão de um paradigma educativo que considera qualquer pessoa protagonista do próprio crescimento.

Longe de querer ser exaustivo, tem a intenção de indicar um possível método de trabalho que vise a educar por meio do corpo, propondo um percurso gradual feito a partir de perguntas e reflexões sobre si mesmo e as próprias experiências. Tudo isso para “pôr em movimento” as potencialidades de cada um e desenvolver as capacidades críticas.

Rosella Diana é pedagoga, com experiência docente no Ensino Médio, atuando junto à Secretaria de Educação de Puglia (Itália) como representante regional do projeto Legalidade, Europa Educação e Igualdade de Oportunidade. Especialista em linguagem teatral, é formada na Escola de Movimento Criativo Método Garcia-Plevin de Roma. Desenvolve atividades de ensino e pesquisa na Faculdade de Ciências da Formação da Universidade de Bari (Itália), cidade onde mora e trabalha.

Nº DE PÁGINAS: 200

 

Princípios e práticas para a compreensão textual no Ensino Fundamental

Sunday Cummins

Para adquirir conhecimento do conteúdo por meio da leitura, os alunos precisam entender os componentes complexos e os vários objetivos dos textos informativos.

Este livro prático ilumina as maneiras pelas quais o objetivo, a estrutura, os detalhes, a linguagem conectiva e a construção de temas se combinam para criar significado. Recomendações instrucionais testadas na sala de aula e explicações “amigáveis” para crianças orientam os professores a ajudar os alunos a identificar e compreender o papel desses elementos nos vários tipos de textos informativos.

Inúmeros exemplos do trabalho de alunos, excertos de livros e artigos exemplares, bem como um guia de estudo com perguntas para discussão e atividades para um aprendizado profissional, são outros itens que contribuem para a utilidade do livro.

Sunday Cummins, PhD é consultora de técnicas de leitura, mora na Califórnia, EUA, e oferece consultorias em todo o país. Foi Professora Assistente de Educação no Departamento de Leitura e Linguagem na National Louis University e facilitadora para o projeto New Schools no Erikson Institute em Chicago. Antes de ser professora universitária, Dr. Cummins trabalhou em escolas públicas por 10 anos como professora dos últimos anos do ensino fundamental e primeiros do ensino médio e como alfabetizadora. É a autora de diversas obras de pedagogia e sobre leitura e construção textual e trabalha com textos informativos em apresentações, conferências estaduais, nacionais e internacionais.

Nº DE PÁGINAS: 256

 

A psicologia social da comunicação

Derek Hook, Bradley Franks e Martin Bauer (orgs.)

O objetivo dos autores na obra A psicologia social da comunicação é enriquecer e informar uma exploração da psicologia social da comunicação, e não compor o que seria necessariamente uma restritiva e limitada explicação “unificada” da comunicação.

Teriam falhado se o tema da comunicação fosse muito facilmente assimilado em uma entidade homogênea ou muito facilmente conciliado em um conjunto reconhecível de suposições. A falta de convergência prima facie, facilmente reconhecível, é parte do nosso objetivo: este livro terá sido bem-sucedido se o conjunto de perspectivas avançadas aqui inspirar o leitor a pensar de maneira diferente sobre a natureza, os objetivos e os mecanismos da comunicação, se produzir mesmo uma perda parcial de familiaridade com o fenômeno cotidiano da interação comunicativa humana.

Após a leitura dessa obra os autores esperam poder ter fornecido os rudimentos de uma abordagem interdisciplinar e suprido um conjunto heterogêneo de ferramentas conceituais e práticas, que os leitores podem combinar e entrelaçar em uma variedade de maneiras diferentes como meio de compreender a natureza híbrida e em rápida mutação da comunicação no mundo de hoje.

Derek Hook é conferencista no Instituto de Psicologia Social da London School of Economics and Political Science, Reino Unido, e pesquisador em Psicologia na Escola de Desenvolvimento Humano e Comunitário da Universidade de Witwatersrand, África do Sul. Suas publicações incluem Foucault, Psychology and the Analytics of Power.

Bradley Franks é conferencista sênior em Psicologia Social na London SchoolofEconomicsandPolitical Science, Reino Unido. Seus interesses incluem a relação entre cognição e cultura, e sua conexão com pressões evolucionárias. É o autor de Cognition and Culture.

Martin Bauer é professor de Psicologia Social no Instituto de Psicologia Social da London SchoolofEconomicsandPolitical Science, Reino Unido. É coautor de Journalism, Science and Society e coeditor de Qualitative Researching with Text, Image and Sound e Public Understanding of Science.

Nº DE PÁGINAS: 520

 

O Re-inventar da inclusão
Os desafios da diferença no processo de ensinar e aprender

Sílvia Ester Orrú

Podem existir, de fato, turmas homogêneas?  É possível produzir uma igualdade universal de seres humanos e promover igualdades universais para eles? O que dizer sobre a condição das diferenças entre os seres humanos? Que problemas encontramos no campo temático da inclusão que se coloca como divisor de águas no tempo e no espaço em que imigramos para uma educação de todos e para todos? E o que a diferença tem a ver com os processos educacionais dialógicos e inclusivos? Estes são alguns dos questionamentos que esta obra discute para além daquilo que já se encontra posto na esfera social. São desassossegos que demandam o re-inventar da inclusão no processo de ensinar e aprender da turma toda.

Sílvia Ester Orrú é graduada em Pedagogia, pós-graduação em Psicopedagogia Clínica e Institucional, mestrado e doutorado em Educação. Pós-doutorado em Educação pelo Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino e Diferença (LEPED) da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas – Unicamp. É professora da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília – UnB. É professora colaboradora na Universidade Federal de Alfenas – Unifal, Campus Poços de Caldas, MG. É autora de livros, capítulos e artigos em periódicos nacionais e internacionais. É coordenadora do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Aprendizagem e Inclusão (LEPAI/CNPq).

Nº DE PÁGINAS: 136

 

10 lições sobre Gadamer

Roberto S. Kahlmeyer-Mertens

O nome de Hans-Georg Gadamer (1900-2002) está intimamente ligado a uma vertente de pensamento chamada hermenêutica. Interessado nos fundamentos das ciências humanas, o filósofo investigou os modos de compreender e interpretar dessas ciências; no entanto, ao aprofundar suas pesquisas hermenêuticas, a filosofia de Gadamer se viu implicada às dimensões linguística e histórica que o compreender possui fundamentalmente. O resultado disso foi uma transformação essencial no caráter daquilo que antes era apenas uma arte-do-compreender e que, a partir daí, se afigurou como uma hermenêutica propriamente filosófica.

Em 10 lições sobre Gadamer, o Prof. Kahlmeyer-Mertens, mais do que acesso facilitado às ideias de um pensador, busca conduzir o leitor ao horizonte interpretativo a partir do qual os temas da hermenêutica filosófica ganham voz. Ao publicar esse título, a Coleção 10 lições da Editora Vozes entrega ao público a primeira obra de introdução inteiramente dedicada a Gadamer escrita originalmente em português.

Roberto S. Kahlmeyer-Mertens é doutor em Filosofia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro – Uerj; Professor adjunto da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste, na qual leciona e orienta dissertações e teses para o Programa de Pós-Graduação em Filosofia (Mestrado e Doutorado). Membro-associado da Sociedad Iberoamericana de Estudios Heideggerianos – SIEH, Membro-efetivo da Sociedade Brasileira de Fenomenologia – SBF, dedica-se aos estudos de Heidegger desde o ano de 1995, assinando capítulos em coletâneas, além de inúmeros artigos publicados em revistas periódicas nacionais e internacionais. Entre seus principais livros estão: Linguagem e método (FGV, 2007); Heidegger & a educação (Autêntica, 2008) e 10 Lições sobre Heidegger (Vozes, 2015).

Nº DE PÁGINAS: 184