Franciscanos Seculares celebram o cuidado pela Criação
05/09/2016
Duque de Caxias (RJ) – Atendendo ao apelo do Papa Francisco, dezenas de fiéis celebraram no dia 1º de setembro o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação. O evento foi promovido, pelo segundo ano consecutivo, pela Fraternidade Santo Antônio, vinculada à Ordem Franciscana Secular (OFS), na Catedral de Santo Antônio, em Duque de Caxias (RJ), e contou com um momento de oração, no qual os fiéis agradeceram e louvaram o Senhor pelo dom da Criação, recordando São Francisco de Assis e seu belíssimo ‘Cântico das Criaturas’.
Todos foram unânimes em reconhecer a necessidade de uma profunda conversão ecológica para criar uma consciência ambiental, pois muito se tem falado da questão ambiental, mas pouco se avançou na preservação do planeta, nossa Casa Comum, que clama por cuidados urgentes. O principal nesse momento é fazer com que a população acorde para a gravidade do problema e haja uma mudança cultural de hábitos para a promoção de gestos concretos de preservação que sirvam como modelo para as futuras gerações.
Durante o momento de oração, o Serviço Franciscano de Justiça, Paz e Ecologia da Baixada Fluminense (RJ), lançou uma carta aberta para alertar a população sobre a necessidade do cuidado com o planeta, retomando o tema da Campanha da Fraternidade Ecumênica deste ano (CFE 2016): “Casa Comum, nossa responsabilidade”, com o lema “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (cf. Am 5,24).
Neste tema e lema, duas dimensões básicas para a subsistência da vida são abarcadas a um só tempo: o cuidado com a criação e a luta pela justiça, sobretudo dos países mais pobres e vulneráveis. A reflexão da CFE 2016 está em sintonia com a Encíclica Laudato Si, e partem de um problema específico que afeta o meio ambiente e a vida de todos os seres vivos, que é a fragilidade e, em alguns lugares, a ausência dos serviços de saneamento básico no país.
‘Laudato si’ é um dos documentos mais lúcidos e corajosos dos últimos tempos e aborda com profundidade temas contemporâneos e propõe uma nova ecologia, a Ecologia Integral, que inclui, claramente, as dimensões humanas e sociais.
Saiba mais sobre a data
Para motivar os católicos de todo o mundo para a necessidade do cuidado com a Casa Comum, o Papa Francisco instituiu no dia 6 em agosto de 2015, na Igreja Católica, a celebração do “Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação”, a ser realizado todo dia 1.º de setembro. “Como cristãos, queremos oferecer a nossa contribuição à superação da crise ecológica que a humanidade está vivendo. Por isto devemos, antes de tudo, buscar no nosso rico patrimônio espiritual as motivações que alimentam a paixão pelo cuidado da criação” – disse o Papa ao instituir a data.
A data foi escolhida pelo Papa depois de compartilhar com o Patriarca de Constantinopla Bartolomeu I, principal bispo da Igreja Ortodoxa, as preocupações pelo futuro da criação e, acolhendo a sugestão de seu representante, o Metropolita Ioannis de Pérgamo, decidiu instituir também na Igreja Católica esta celebração que já ocorre desde 1989 na Igreja Ortodoxa. A partir da Encíclica Laudato Si, o Santo Padre expôs a necessidade de um maior empenho e contribuição dos cristãos para com essa realidade.
A crise ecológica – reafirma Francisco – nos chama, portanto, a uma profunda conversão espiritual: os cristãos são chamados a uma conversão ecológica, que comporta deixar emergir, nas relações com o mundo que os rodeia, todas as consequências do encontro com Jesus’. De fato, ‘viver a vocação de guardiães da obra de Deus não é algo de opcional nem um aspecto secundário da experiência cristã, mas parte essencial duma existência virtuosa’
O Santo Padre destacou ainda, que o “Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação” oferecerá aos fiéis individualmente e às comunidades, a preciosa oportunidade de renovar a pessoal adesão à própria vocação de custódios da criação, elevando a Deus o agradecimento pela obra maravilhosa que Ele confiou ao nosso cuidado, invocando a sua ajuda para a proteção da criação e a sua misericórdia pelos pecados cometidos contra o mundo em que vivemos. A celebração do Dia, na mesma data, será uma ocasião profícua para testemunhar a crescente comunhão com os irmãos ortodoxos.
O Papa Francisco recorda que vivemos em um tempo em que todos os cristãos enfrentam idênticos e importantes desafios, aos quais, para resultar mais críveis e eficazes, devemos dar respostas comuns. Por isto, é seu desejo que tal dia possa envolver, em qualquer modo, também outras igrejas e comunidades eclesiais e ser celebrado em sintonia com as iniciativas que o Conselho Mundial de Igrejas promove sobre este tema.