Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

350 ANOS de história no Brasil e em São Paulo

17/07/2025

Notícias

INTRODUÇÃO: A Presença Franciscana no Brasil do século XVI (1500 a 1585) 

 

Mapa1 A Ordem Franciscana no Brasil -Fr. Basílio Röwer no tempo colonial – (1585 a 1758)

OS PRIMEIROS ANOS: Desde a chegada em abril de 1500 até 1585, a vinda organizada de novos ¨frades franciscanos para o Brasil, não foi nem intensa nem extraordinária. Frei Basílio Röwer, O.F.M, anota apenas a presença de missionários avulsos que se estabeleceram aqui ou acolá, segundo as facilidades ou necessidades locais, principalmente muito próximos do extenso litoral brasileiro.

A PRIMEIRA CUSTÓDIA DO BRASIL: A organização foi acontecendo e crescendo com a construção de conventos ao longo da costa marítima, iniciando em Olinda e descendo para o sul da nova terra, tornando-se uma grande e numerosa Custódia, sob o patrocínio de Santo Antônio dependente da Província mãe de Portugal (Santo Antônio dos Currais) responsável por seu governo e manutenção. Em pouco mais de 200 anos foi de tal monta o crescimento da presença franciscana que Frei Apolinário o chama de “Primazia Franciscana”. Deste mesmo período datam também os diversos Comissariados (Comissariado de Santa Cruz em Minas e Rio Grande do Sul; Comissariado de N. S. dos Prazeres, no Mato Grosso; Comissariado de Goiás; e outras Fundações) juntamente com as três Prelazias entregues aos franciscanos, assumidos como medida importante para melhor atender o clamor  da população.

Mapa 2 A Província de Santo Antônio – Fr. Basílio Röwer – (Estado atual em 1946)

A Custódia de Santo Antônio (“do norte”) foi elevada a categoria de Província pelo Breve Apostólico do papa Alexandre VII, datado de 24 de agosto de 1657, mantendo o nome de Santo Antônio. E, no dito primeiro capítulo da Província foi votada e aprovada a ereção da circunscrição sul em Custódia, com o título de Imaculada Conceição. Mas a nova Custódia ficava em dependência da Província de Santo Antônio do norte, onde se elegiam os custódios do sul até que o próprio sul se constituísse em Província autônoma (cumpre-se notar que em nenhum momento a Província de Santo Antônio fez resistência ou se opôs à separação dos conventos do sul e à formação de uma nova Custódia ou até de uma Província). Este fato ocorreu já em 15 de julho de 1675, conforme o Breve Pastoralis officii do papa Clemente X, datado de 16 de julho de 1675, que promovia a Custódia da Imaculada Conceição do Brasil à Província Autônoma.

Durante o tempo da Custódia e Província da Imaculada fundaram-se apenas quatro conventos completando o número de 13. Foram eles: Santa Clara, em Taubaté (1674); Nossa Senhora dos anjos, em Cabo Frio (1684); São Luís de Tolosa, em Itu (1691); e Bom Jesus, na Ilha do Bom Jesus (1705). Este baixo número de fundações deve-se à Ordem Régia de 1723, que proibia a fundação de novos conventos. Os conventos que completavam o número dos treze foram, por ordem de fundação: o de Vitória (1591), o do Rio de Janeiro (1606) os de Santos e de São Paulo, ambos em (1639), o de C. de Macacu (1649), o de Vila Velha (1650), o de Itanhaém (1655) e o de São Sebastião (!659).

A PROVÍNCIA DA IMACULADA NO ESTADO E NA CIDADE DE SÃO PAULO: 

Mapa 3 A Província da Imaculada Conceição -Fr. Basílio Röwer – (Estado atual em 1946)

Depois dessa síntese sobre os primórdios da presença Franciscana no Brasil, vamos agora colocar nosso foco na Província da Imaculada Conceição (“do Sul do Brasil”), cujos 350 de ereção canônica celebramos, particularmente, enquanto presença no Estado e depois na cidade de São Paulo. Os outros territórios que compunham a Província e seus conventos serão contemplados em outros momentos, como o Convento Nossa Senhora da Penha (1650), em Vila Velha, ES; o Convento de  Santo Antônio (1608,), RJ; o Bom Jesus dos Perdões (1898),  em Curitiba, PR; o Patrocínio de São José (1891), em Lages, SC. O mesmo se diga também dos conventos de Blumenau (1892), em Rodeio (1894) e Petrópolis (1896). Por isso, conferir os mapas, colocados no início, vai nos possibilitar uma boa visualização geral e a localização geográfica acurada. Veremos que na época da separação entre norte e sul, ao ser elevada a Custódia (1659) e apenas 16 anos depois a Província(1675), a presença franciscana era pujante e em ritmo crescente. E, muitos dos que ainda hoje são considerados grandes conventos, já existiam ou estavam em construção. Outros, foram construídos, cumpriram sua missão e deles hoje sobram ruínas ou lembranças…

Para ser a sede da Custódia da Imaculada foi escolhido o Convento de Santo Antônio do Rio, por ser mais central em relação aos outros conventos e por ser o Rio de Janeiro, então cidade muito próspera

DESTAQUES HISTÓRICOS:

Nem tudo foi um mar de rosas na história da Província da Imaculada. Para demonstrar isso iremos dividir cronologicamente os seus 350 anos em cinco períodos bem distintos:

Período de expansão e fortalecimento: que dura desde a fundação do primeiro convento no território da Província – em Vitória, em 1591 – até quase o final do século XVI. Nele fundam-se novas casas, cresce o número de frades, são fecundas suas atividades e florescem os estudos. Erige-se a Custódia em 1659 e poucos anos depois, em 1675, é elevada a Província. Foram tempos de paz e crescimento.

Período de tensões e inquietação: que vai de 1710 até 1740.  Lutas internas entre os frades de filiação brasileira e os de portuguesa, abalam a paz interior e criam graves desordens nos anos de 1716 até 1719, e que se repete entre 1723 e 1726. A conclusão deste turbulento período só é alcançada com atuação severa do interventor apostólico, dom Antônio de Guadalupe

Período áureo: que dura de 1740 até o fim do século XVIII. A Província volta a florescer e o número de frades chega perto dos 500. Diminui pela interferência dos vice-reis, a partir de 1764. Amplia as atividades no extremo sul do país e florescem os estudos, principalmente no Rio de Janeiro, chegando à categoria de Universidade em 1776, com a presença de religiosos de saber e virtude.

Período de decadência: que começa no fim do século XVIII e vai até o fim do século XIX com o governo civil intrometendo-se cada vez mais nos negócios internos da Religião. A influência do iluminismo, hostil à religião e à vida monacal, penetra também no Brasil. Rareiam as boas vocações com as atitudes do governo que restringe, cada vez mais, a recepção de noviços, até o fechamento , em 1855, dos noviciados de todas as Ordens religiosas. Extinção premeditada e lenta. O número de frades da Imaculada decresce rapidamente, chegando a apenas um frade, Frei João do Amor Divino Costa, em 1889, quando cai a monarquia e inaugura-se a República.

Período da Província restaurada: Com a queda da monarquia e a proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, muda radicalmente a atitude do governo em relação às Ordens e Congregações religiosas. Um decreto de 1890 declara a absoluta separação entre o Estado e a Igreja, reconhecendo, porém, a plena liberdade de organização e ação. De imediato, a Santa Sé se movimenta para socorrer as ordens e congregações do Brasil, e por convite ou ordem de Roma, acorrem frades da Província Franciscana da Saxônia para doar sangue novo para os exauridos troncos das duas Províncias do Brasil. Rapidamente foram refeitos os quadros de frades dos conventos existentes e assumidos novos trabalhos junto ao povo. Um verdadeiro trabalho missionário e pastoral, realizados no primeiro decênio e de ótima qualidade, que possibilitou, já em 1901, que a Província da Imaculada Conceição fosse reconhecida como plenamente restaurada.

ATIVIDADES DA PROVÍNCIA DA IMACULADA:

Encerramos este capítulo com uma rápida síntese sobre as atividades da Imaculada. Os fundadores da primitiva Custódia Franciscana no Brasil gastaram grande parte de suas forças na realização de uma catequese dos indígenas. Ao terminar sua gestão em 1594, Frei Melquior deixou 17 missões estabelecidas. Pouco mais tarde fundaram-se mais três. Em 1619, os frades abandonaram as missões por desentendimento com as autoridades portuguesas e logo a seguir a invasão holandesa impediu qualquer missão no nordeste brasileiro. Já, no sul, na Província da Imaculada, os frades adotaram principalmente o sistema de missionários volantes, onde os frades moravam habitualmente nos conventos e periodicamente saiam em missões pelos arredores das cidades ou sertão adentro em viagens demoradas e penosas. Em 1591, ao fundarem em Vitória a primeira casa da futura Província da Imaculada, um dos frades, Frei Antônio do Mártires, se dedicou muito à catequese dos índios nas redondezas. O campo de atividade dos frades do convento Santo Antônio do Rio de Janeiro estendia-se desde o Espírito Santo até São Paulo. Era percorrido em longas e penosas viagens, “pregando e doutrinando os gentios de uma e outra nação, com muito aproveitamento de suas almas”, nos conta o Tombo Geral da Província, na página 90. Tiveram também os frades muito trabalho nas Missões populares e na cura de almas das freguesias das cidades e do interior. Foram valiosos coadjutores dos párocos e bispos. O governo de Pombal trouxe também duro golpe e maiores dificuldades para as missões, mas os frades continuaram em vários lugares e ainda assumiram parte das aldeias donde os Jesuítas foram expulsos. Aos poucos elas foram passando para as mãos da administração civil. Esta atividade cessou de todo no início do século XIX.

Se procurarmos na tabela de escalação de nossas casas e fraternidades veremos que a Província, distribuída por ordem cronológica de fundação, se “esparramou” desde o início, por 5 ou 6 estados, desde Vila Velha, no Espírito Santo, até Forquilhinha em Santa Catarina. Abrangeu também os estados que ficam entre esses dois pontos, Rio de Janeiro e São Paulo, e sempre com uma grande diversidade de obras e diversas atividades que incluem Rádio, Televisão, Casas de Formação, Obras Educacionais, Santuários, etc… No estado de São Paulo, temos 14 fraternidades dentre as quais damos uma especial atenção à Fraternidade Franciscana de São José, onde desde 1942 funcionou o Seminário Frei Galvão, que entre 1965 e 1989 abrigou o Seminário de Vocações de Adultos (o SEVOA); e que em 1990 se tornou a casa do POSTULANTADO único. Igual olhar de atenção merece a Fraternidade do Seminário de Agudos, que desde 1950 prestou significativo trabalho de acolhimento e formação de centenas de adolescentes e jovens que um dia idealizaram seguir Francisco de Assis. Um espaço de cultura e de formação privilegiada. Ainda em São Paulo, nos obrigamos a voltar os olhos para a Fraternidade da Residência Franciscana de São Francisco, que numa feliz parceria com a UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO DE ASSIS desde 1976, acolhe e cuida dos confrades idosos ou enfermos que precisam de um tratamento intenso e especial, hoje cada vez mais caro e mais raro, que mantem a qualidade da vida de muitos dos confrades doentes e idosos, graças a Deus! O antigo convento de Santos também merece ser lembrado por sua localização e sua importância histórica. Fundado em 1640, foi de lá que saíram os primeiros frades que subiram a serra para evangelizarem São Paulo e o Brasil, e foi lá também que aportaram, em 1890 e 1891, os quatro primeiros confrades, Frei Humberto, Frei Maurício, Frei Xisto e Frei Amando Bhahalmes, que para cá vieram para restaurar a quase extinta Província da Imaculada; e que, já em 1901, é considerada restaurada. Ainda em São Paulo, temos ou tivemos outros conventos, todos eles com seu valor histórico e com sua missão, e dos quais não vou escrever para que esta narrativa se torne longa demais!

A PRESENÇA NA CIDADE DE SÃO PAULO:

Na grande Metrópole que é a cidade de São Paulo, com seus 12 milhões de habitantes, o número de nossas Casas ou Fraternidades nunca foi muito alto. Desde 1970 quando assumimos uma paróquia em Vila Dionísia, mantivemos o número de quatro conventos e/ou paroquias.

1.  FRATERNIDADE DO CONVENTO SANTO ANTÕNIO DO PARI: Em 1916 foi construído, na zona norte da cidade, o Convento de Santo Antônio do Pari, que hoje abriga um trabalho social de grande porte, o Serviço Franciscano de Solidariedade, o SEFRAS.  Uma comunidade com variados tipos de atividades, acolheu durante muito tempo o Colégio Santo Antônio, dedicado ao ensino fundamental. Acolheu o Comissariado da Terra Santa, que já estava sediado na região desde de 1904. Absorveu por longos anos a comunidade de migrantes bolivianos e parte da comunidade católica de coreanos que lá se fixou. Árabes, Chineses, Africanos e Latino¬americanos geraram uma altíssima densidade populacional, que transformou o Pari numa verdadeira “Babilônia” de povos, culturas e línguas, voltada prioritariamente para um comércio popular mais acessível. Tudo isso se transforma em desafio pastoral para uma boa evangelização.

2.  A FRATERNIDADE DA PARÓQUIA SÃO FRANCISCO DE ASSIS DE VILA CLEMENTINO:

Começamos dizendo que a Vila Clementino é um bairro quase desconhecido da capital paulista. Ao menos por este nome. É muito facilmente   confundido e chamado de Bairro da Saúde ou até mesmo de Vila Mariana.

A paróquia de São Francisco de Assis, em Vila Clementino, foi criada por Dom José Gaspar de Afonseca e Silva. O documento traz a data de 25 de janeiro de 1940. Pesou muito o crescimento acelerado da população e grande extensão territorial que a Arquidiocese de São Paulo estava tomando.  “…havemos por bem separar, dividir e desmembrar da paróquia da Saúde o território que vai abaixo indicado e nele erigimos e canonicamente instituímos a paróquia amovível de São Francisco de Assis de Vila Clementino”.

A Arquidiocese Paulistana tinha 90 paróquias. Acompanhando o crescimento populacional da capital, as autoridades eclesiásticas em 1940 criaram nada menos de 31 paróquias. Diz o livro das crônicas da nova paróquia que o governo provincial havia entregue a Cúria a paróquia de Santa Rita de Cássia (no Alto do Pari), e que por isso aceitou essa nova paróquia. Oficialmente, a paróquia foi inaugurada 29 de junho de 1941, com frei Afonso Junges tomando posse como primeiro pároco.

Infelizmente, Frei Afonso ficou pouco tempo a frente da paróquia. e por doença teve que se afastar. Frei Honório Nacke torna-se vigário efetivo em janeiro de 1942. Em  janeiro de 1948 Frei Felisberto Imhorst assumiu a paroquia e o compromisso de edificar uma Igreja que realmente atendesse as necessidades mais urgentes. Entre as atividades da Paróquia São Francisco  de Vila Clementino vou destacar apenas duas: o Atendimento bom e eficaz aos muitos hospitais existentes em seu território (14). Uma população carente e sofrida que vem buscar o dom da saúde, vindos de toda a cidade e até do Estado. Realmente, Hospital São Paulo e o Pronto Socorro, Amparo Maternal, AACD, o  GRAAC, para o atendimento oncológico infantil, a Fundação DORINA NOVILL para cegos, A APAE e o Hospital APAESP, Autismo,  tratamento terapêutico para a Síndrome de Down,  O DERDIC, para surdos, o HOSPITAL DO RIM  e seus transplantes, a CRUZ VERDE, especializada em Paralisia Cerebral Grave, são o farol da esperança para milhares de pessoas que diariamente circulam pelas ruas da Paróquia São Francisco. Outro importante destaque da Paróquia São Francisco, foi o cuidado e o atendimento aos migrantes  japoneses. O trabalho com os japoneses teve grande significado no início da instalação da paróquia (já em 1965, por ai) e se mostravam campo muito fértil, porque só na capital de São Paulo havia mais de 100 mil japoneses, e em toda a Arquidiocese o número se elevava a 120.000 ou mais. E não foi um trabalho improvisado, visto que Frei Paulo Evaristo, quando Superior em Petrópolis havia indicado quatro frades que foram ao Japão estudar, aprender a  língua e os costumes japoneses

Voltando dois desses confrades, com a colaboração de três confrades do Convento do Largo, com a colaboração dos Jesuítas, especialmente da Igreja São Gonçalo (Centro) e do Colégio São Francisco Xavier (Ipiranga), e a volta de dois frades estudantes do Japão, pensou-se num trabalho comum.  Em 15 de abril de 1965, é fundada oficialmente a Pastoral Nipo-Brasileira, que até hoje une e organiza o trabalho pastoral dentro da migração japonesa.

3. A FRATERNIDADE FRANCISCANA DOM PAULO EVARISTO ARNS E A PARÓQUIA DA SANTA CRUZ.

Em 2001, deixamos a Paróquia Nossa Senhora de Fátima, na Vila Dionísia. Sobrou uma lacuna de grande porte, isso podemos dizer hoje, porque somente em 2022, retornamos à área, criando a Fraternidade Dom Paulo Evaristo na Paróquia de Santa Cruz, no jardim Cecy, Rua Dr. Paulo Furtado de Oliveira,370. Venha conhecer.

4.  A FRATERNIDADE DO CONVENTO SÃO FRANCISCO, DO LARGO DE SÃO FRANCISCO – CENTRO

Quando unimos as palavras largo e São Francisco, imediatamente vem à nossa mente uma imagem arquitetônica maravilhosa do convento e santuário, a última das obras da arquitetura sacra ainda bem conservada.

Quando os sete fundadores do convento de São Francisco, vindos do Rio de Janeiro chegaram ao planalto, alojaram-se numa casa na praça do patriarca, em frente da ermida de santo Antônio. Mas, não puderam permanecer ali por muito tempo, pois o lugar era insalubre, não tinha água e era continuamente açoitado por fortes ventos que debilitavam e punham em rico a vida dos frades. Com o apoio de toda a população e das autoridades em dezembro de 1642, receberam da Câmara da Vila de São Paulo outro terreno  aprazível e muito maior do que os anteriormente investigados. E que possuía três fontes de uma excelente água. As obras foram imediatamente iniciadas, e o Convento foi inaugurado na festa das Chagas de São Francisco de 1647. Era o maior de todos os construídos naquela época. O Convento sofreu sua primeira reforma já no século XVIII, a Ordem Terceira da Penitência pediu e recebeu do superior do Convento licença para construir sua própria capela junto as paredes da Igreja. A capela foi inaugurada em 1788. Toda feita em taipa de pilão, a Igreja do convento recebeu nesta reforma as características barrocas que mantém até hoje. Aliás, é o único dos grandes pilares do barroco em taipa que ainda subsiste em pé e intacto. Nos fundos do Convento havia a portaria do pobres, onde, nos sábados os frades se reuniam aos pobres e dividiam com eles os mantimentos recebidos e também a carne, principalmente de porco que eles próprios produziam. De modo diferente, especialmente se SEFRAS, mas também pelo pão dos pobres que continuou até agora sendo distribuído diariamente é um testemunho de amor e um cuidado pela vida dos irmãos e irmãs carentes e mais necessitados de alimento corporal e espiritual.

FREI GALVÃO, O CONVENTO  E O MOSTEIRO DA LUZ:

É impossível falar de frei Galvão e não falar do seu relacionamento com o convento e com o mosteiro da luz. Este é o grande destaque humano religioso deste capítulo: um homem chamado Antônio de Sant’Ana Galvão e um santo querido chamado de Frei Galvão. Logo após sua ordenação foi transferido do Rio de Janeiro para São Paulo. Foi no convento São Francisco que Frei Galvão viveu 60 anos ativamente. Foi confessor, pregador, porteiro e guardião do convento. E foi deste local que que fez nascer em 1774, junto com madre Helena Maria do Espírito Santo, o que viria a ser anos depois o Mosteiro da Luz, que como arquiteto ajudou a pensar, e com suas próprias mãos, ajudou a construir depois de ter passado a residir no mosteiro por quase quatro anos. Ali faleceu em 23 de dezembro de 1822, e ali está sepultado até hoje, onde continua atraindo o seu povo e distribuindo-lhe bênçãos e graças, para todas as pessoas necessitadas de saúde e Pão.

PERFIL DE VIRTUDE

Frei Pedro Palácios
Frei José, o Santinho
Frei Fabiano de Cristo
Frei Antônio S. Galvão
Frei Rogério Neuhaus


(Cfr. A Ordem Franciscana no Brasil; Frei Basílio Röwer,OFM Página 216)