Carisma - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

A utopia de Francisco se fez Clara

Por Frei Vitório Mazzuco Filho

Estamos em pleno Ano Clariano e na oportuna comemoração dos 750 anos da Morte de Santa Clara de Assis. Comemorar a morte de uma santa é comemorar o modo como sua presença permanece em plena vitalidade. A pessoa santa vive na perenidade da obra que deixou. Clara de Assis está vivendo! Mesmo que nós frades não estejamos atentos a esta verdade, a presença de Clara é muito forte para a humanidade e para a igreja.

O que sabemos da mãe do nosso movimento? Ela não é a sombra de Francisco, mas brilha com ele na primavera da sociedade e da igreja medieval até os tempos atuais. Cidadãos de Assis e cidadãos do mundo, os dois são portadores de uma personalidade forte e original. Há 800 anos o Movimento de Assis sacode o mundo com valores profundamente humanos e divinos, nele o Evangelho faz estrada. E desde então temos esta Mulher Nova que nos legou um modo de amar e um modo de abraçar a revolução que vem da altíssima pobreza.

O título acima é de uma obra coletiva italiana publicada pela Cittadella Editrice e remete à escolha comum do Evangelho. Clara não é fotocópia de Francisco mas é o lado feminino do projeto sonhado por ele. Ela viveu o discipulado como uma mestra autônoma e responsável do mesmo projeto de vida evangélica. Por séculos Clara ficou desconhecida por que culturalmente achamos que experiências, escritos, mística, espiritualidade, carisma fundacional, capacidade de conduzir grupo religioso é atribuição apenas de homem; aliás, descobrir o potencial feminino é o que falta ainda no processo de conversão da própria eclesialidade.

Quem de nós conhece as fontes clarianas? Os escritos de Santa Clara e os textos ligados à sua vida são as fontes para o conhecimento primário da experiência religiosa e mística da mãe do Movimento de Assis. Clara é nossa primeira mística e primeira escritora, contudo as suas Cartas à Inês de Praga foram publicadas e divulgadas em 1953 por Fausta Casolini, por ocasião do VII Centenário da Morte da Santa. A Legenda de Santa Clara, atribuída à Tomas de Celano, foi traduzida para o italiano e daí para outras línguas a partir de 1962. O Processo de Canonização de Clara foi descoberto apenas em 1920. A partir do estudo e conhecimento destas obras podemos saber muito sobre Clara. E o que devemos saber?

Ela é fundamental para a nossa família religiosa. É fundadora com Francisco e mestra da nossa rica espiritualidade. Ela tem muito a dizer. Ela nos ensinou a pensar a realidade sob a ótica da contemplação; com ela temos que aprender a transformar o nosso tempo em tempo. Nós falamos de um modo conceitual sobre a pobreza, Clara casou-se com ela. Nós seguimos o Senhor, Clara se enamorou por Ele. Nós estudamos a pobreza, Clara pediu ao Papa o “Privilegium Paupertatis” , o privilégio de viver sem nenhum privilégio, a renúncia a qualquer status, a coragem de ter tudo em comum.

Clara é um ícone da vivência radical do Evangelho: vivê-lo e nada mais! Transformou a essência do cristianismo num modo cotidiano, simples e fraterno. Uma Dama Nobre que escolheu viver a sobriedade longe do barulho escandaloso das colunas sociais.

Clara é uma Mulher Nova a viver seus dons naturais aperfeiçoados pelas virtudes do Evangelho: inteligente, bela, corajosa, bondosa, segura, compreensível, acolhedora e contemplativa. Viveu 40 anos reclusa em São Damião e fez do mosteiro não uma prisão mas um útero onde cada dia gerou o Reino de Deus. De São Damião ajudou a resolver as inquietudes de seu tempo, salvou Assis da invasão e da guerra, como mulher olhou muito no Espelho para ver o melhor de si mesma: a beleza e a graça do Amado. De São Damião passou para a história como uma mulher e santa universal.

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