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São Francisco, no Cântico das Criaturas, proclama: «Louvado sejas, meu Senhor, pela nossa irmã, a mãe terra, que nos sustenta e governa e produz variados frutos com flores coloridas e verduras». Nosso planeta é belo! A vida na terra, em todas as suas infintas formas e cores é um espetáculo que nos extasia! Um convite para louvarmos a Deus pela beleza da Sua criação! Contudo, a sobrevivência dessa rica biodiversidade, onde tudo está interligado, depende de um delicado equilíbrio ecológico que está gravemente ameaçado pelo aquecimento global e pelas mudanças climáticas.

Na Encíclica Laudato Si’  [LS], publicada em 2015, o Papa Francisco nos alerta: “Esta irmã [a terra] clama contra o mal que lhe provocamos por causa do uso irresponsável e do abuso dos bens que Deus nela colocou. Crescemos pensando que éramos seus proprietários e dominadores, autorizados a saqueá-la. A violência, que está no coração humano ferido pelo pecado, vislumbra-se nos sintomas de doença que notamos no solo, na água, no ar e nos seres vivos. Por isso, entre os pobres mais abandonados e maltratados, conta-se a nossa terra oprimida e devastada, que «geme e sofre as dores do parto» (Rm 8, 22). Esquecemo-nos de que nós mesmos somos terra (cf. Gn 2, 7). O nosso corpo é constituído pelos elementos do planeta; o seu ar permite-nos respirar, e a sua água vivifica-nos e restaura-nos” [LS 1-2].

O Dia da Terra/2022 nos alertava que o ano de 2030 é o prazo limite que temos para promovermos a redução do aquecimento global e do desmatamento, cortando emissões e promovendo radicais mudanças para diminuir o impacto negativo das nossas ações. A partir daí podemos entrar em um processo sem retorno de desequilíbrio, de aquecimento global e de destruição das condições de vida no nosso planeta.

E Papa Francisco acrescenta: “O urgente desafio de proteger a nossa casa comum inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar. O Criador não nos abandona, nunca recua no seu projeto de amor, nem Se arrepender de nos ter criado. A humanidade possui ainda a capacidade de colaborar na construção da nossa casa comum” [LS 13]. E acrescenta: “Lanço um convite urgente a renovar o diálogo sobre a maneira como estamos construindo o futuro do planeta. Precisamos de um debate que nos una a todos, porque o desafio ambiental, que vivemos, e as suas raízes humanas dizem respeito e têm impacto sobre todos nós [LS 14].

Como disseram os bispos da África do Sul, «são necessários os talentos e o envolvimento de todos para reparar o dano causado pelos humanos sobre a criação de Deus». Todos podemos colaborar, como instrumentos de Deus, no cuidado da criação, cada um a partir da sua cultura, experiência, iniciativas e capacidades” [LS 14]. “Precisamos de uma conversão ecológica global” [LS 5].

O que estou fazendo para contribuir na preservação da vida em nossa Casa Comum? Dizia São Francisco: “Comecemos irmãos, porque até agora pouco ou nada fizemos”. Não temos tempo a perder! Junte-se a nós! Participe do Movimento Laudato Si’, da Pastoral da Ecologia Integral, do Serviço Franciscano de Justiça, Paz e Integridade da Criação (JPIC)! Deus conta conosco! Nossa Casa Comum também! Paz e Bem!

Frei André Gurzynski, ofm, Serviço Franciscano de Justiça, Paz e Integridade da Criação – JPIC).