Vida Cristã - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Encantamento e enamoramento

03/07/2020

Quando percorremos a vida dos amigos do Senhor, desses que  chamamos de “santos”,  temos diante dos olhos pessoas normais (mas  corajosas!) que cavaram nelas  amplo espaço para a ação do  Mistério. Deixaram-se tocar pelo  Evangelho e suas solicitações. Experimentaram,  como Elias, o Deus da brisa que lhes acariciavam o rosto. Fascinação, encantamento,  assombro.

Com São Francisco Assis vemos que a pessoa de Cristo surge imediatamente diante de seu olhar límpido e extasiado. A essência do  cristianismo não é uma doutrina,  mas uma  pessoa, Cristo vivo e ressuscitado. No caminho   espiritual  de Francisco está precisamente  a pessoa de Jesus, em primeiro plano:  grande, linda, iluminadora, encantadora.  Tudo o mais, mesmo as coisas importantes e  as solicitações do  Evangelho,  não estão no primeiríssimo lugar.  Sempre  o encanto por  Jesus. Sem ele, não se entende  Francisco de Assis.

Frei David de Azevedo, OFM, brilhante frade português,  assim escreve:  “Diante da pessoa de Jesus,  a atitude de  Francisco é toda de amor.  Poderia ser de curiosidade, de interesse, de temor.  Mas não.  É toda gratidão, assombro, encanto.  Quando depois da proeza de beijar o leproso,  Cristo lhe aparece na capelinha de São Damião, crucificado, mendigo,  pedindo-lhe  ajuda, a alma de Francisco fica verdadeiramente e para sempre “colada” à pessoa de Jesus. Toda a sua vida foi um processo de enamoramento.   Progressivo  em intensidade,  mas  a qualidade da relação,  essa  ficou definida desde aquele momento:  era amor,  só amor.  Não queremos dizer que não entrassem nele outros sentimentos: o que queremos acentuar é que nunca houve uma involução  egoísta sobre  si mesmo, nem um diversão distrativa para áreas laterais, mesmo apostólicas,  que desfocassem o seu olhar. A pessoa de Jesus como ponto de mira, e o enamoramento, como forma de relação, definem a sua atitude. Esta referência enamorada  pertence ao cerne da espiritualidade franciscana.  É a fibra mais íntima e mais fina da alma de  Francisco”  (São  Francisco. Fé e Vida, Frei David Azevedo, OFM,  Ed. Franciscana,  Braga,  p. 22).

Terminamos com uma citação de Tomás de Celano, primitivo biógrafo do Poverello:  “Os irmãos que viveram com ele,  sabem com quanta ternura  e suavidade, cada dia e continuamente, falava-lhes de Jesus  Sua boa falava da abundância do coração e gente teria dito que a fonte do puro amor, que enchia sua alma, jorrava de sua superabundância.  Quantos encontros entre  Jesus e ele. Levava Jesus e seu  coração,  Jesus em seus lábios,  Jesus nos ouvidos,  Jesus nos seus olhos, Jesus em suas mãos,  Jesus em toda parte.  Durante as viagens  também,  muitas vezes  de tanto meditar e cantar  Jesus, esquecia-se de  caminhar e convidava todos  os elementos  a louvar  Jesus com ele”  (1Celano 115).

Na Primeira Sexta-feira de cada  mês  contemplamos a  beleza,  o comprimento,  a largura e a profundidade desse  Coração   que nos amou até o fim. Que ele continue nos fascinando e encantando.

         Frei Almir Guimarães

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