Vida Cristã - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Ter compaixão

01/07/2022

Sempre estamos arrumando, organizando, reorganizando nossa vida. Queremos atravessar o tempo da existência de uma tal maneira que tenhamos podido ser pessoas profundamente boas. Não queremos fazer de conta. Há um convite a sermos compassivos. Jesus sempre ensinou os seus a serem pessoas sensíveis aos outros. Quando chamado, ele escuta, atende e ajuda. Um dos traços da figura de Jesus é, pois, a compaixão. Compaixão quer dizer sofrer com..., ter sensibilidade para a dor do outro e, com isso, tornar-se próximo, escutar, olhar, adivinhar, fazer seus os apertos de coração dos outros e colocar-se à disposição.

O tempo da vida pública do Senhor foi de andarilho. Percorreu lugares muito pequenos. Encanta-nos sempre o encontro do Senhor com a viúva de Naim que levava o filho morto para o cemitério. Vale a pena ler o texto todo em Lucas 7, 11-17. Jesus para às portas da cidade e vê pessoas tristes, sobretudo a mãe do rapaz. Aproxima-se e tem compaixão, sofre com... terras poeirentas, pobreza, morte. O texto diz que Jesus ficou comovido. O menino revive e é entregue à sua mãe. Mais tarde, no alto da cruz, ele entregará sua mãe a João para que ela não ficasse sozinha. Compaixão…!

Importa, antes de, tudo olhar as pessoas sem preconceitos. Deixar que elas se assentem na sala de nossa atenção, que ocupem lugar em nós. Que deixemos de lado tanta inventividade em buscar vantagens para nós e os nossos e pensar que há pessoas que esperam que nosso coração tenha reflexo de sua dor. Há pessoas que sofrem em segredo, há pobres envergonhados, há aqueles com muito peso a ser carregado, pessoas que estão no limiar do suicídio e o desespero. Quem sabe bem perto de nós.

Brasil, terra de contrastes, ricos a mais não poder e vidas sendo ceifadas muito cedo. Essas pessoas sem rumo, matando e morrendo. Um olhar coletivo, uma compaixão coletiva. Esses pobres meninos iniciados no tráfico, essas mulheres que precisam ir ao necrotério identificar o marido morto com bala perdida, esse homem que depois da Covid ficou sozinho em sua casa no Morumbi ou na periferia mais cruel. Sofrer com mas acompanhar seu soerguimento, injetar no coração dessas pessoas confiança e esperança no amanhã.

É bom refletir nestas palavras de Pagola: “Pessoas sozinhas que ninguém tem tempo de ouvir. Esposas e esposos que sofrem impotentes e sem ajuda o desmoronamento de seu amor. Jovens que abortam pressionadas pelo medo e pela insegurança sem o apoio e compreensão de ninguém. Pessoas que sofrem secretamente de sair de uma vida indigna. Pessoas afastadas que desejam reavir sua fé e não sabem a quem, recorrer. Quem despertará em nós a compaixão?” (O caminho aberto por Jesus. Marcos, p. 138).

Jesus teve compaixão da viúva de Naim.


Frei Almir Ribeiro Guimarães

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