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São Nicolau

São Nicolau de Mira (também conhecido como São Nicolau de Bari) é um santo da Igreja Católica, mas também muito querido pelos ortodoxos. Nicolau vem de nikos, que significa vitória, e de laos, “povo”, isto é, “vitória do povo”. Sua festa é comemorada na Europa no dia 6 de Dezembro, logo no início do advento. Devido aos seus milagres ele também é conhecido como São Nicolau Taumaturgo (taumaturgo é a capacidade de um santo de realizar milagres).

Ele é o santo padroeiro da Rússia, da Grécia e da Noruega. Na Armênia ele é padroeiro dos guardas noturnos. Em Bari, na Itália, ele é padroeiro dos coroinhas. Em Portugal ele é padroeiro dos estudantes.

Além disso, ele também é conhecido como protetor dos marinheiros e comerciantes, como santo casamenteiro e principalmente como um grande amigo das crianças.

Contam que São Nicolau era humilde e simples, vestindo-se com modéstia e se alimentava com o mínimo necessário, apenas uma vez por dia, durante à noite.

Porém a crendice popular, a propaganda e o consumismo desenfreado conseguiram transformar um verdadeiro santo em nada mais nada menos que num velho gordo de roupas vermelhas, que distribui presentes e literalmente “mata” o natal, desvirtuando o verdadeiro sentido do Natal (que é o nascimento de Jesus) e da vida de São Nicolau.

Filho de nobres, Nicolau nasceu na cidade de Patara, na Ásia Menor, na metade do século III, provavelmente no ano 250. Foi consagrado bispo de Mira, atual Turquia, quando ainda era muito jovem e desenvolveu seu apostolado também na Palestina e no Egito. Mais tarde, durante as perseguições do imperador Diocleciano, foi aprisionado até a época em que foi decretado o Edito de Constantino, sendo finalmente libertado. Segundo alguns historiadores, o bispo Nicolau esteve presente no primeiro Concílio, em Nicéia, no ano 325.

Foi venerado como santo ainda em vida, tal era a fama de taumaturgo que gozava entre o povo cristão da Ásia. Morreu no dia 6 de dezembro de 326, em Mira. Imediatamente, o local da sepultura se tornou meta de intensa peregrinação. O seu culto se difundiu antes na Ásia, e o local do seu túmulo, fora da área central de Mira, se tornou meta de peregrinação.

O documento mais antigo sobre ele foi escrito por Metódio, bispo de Constantinopla, que em 842 relatou todos os milagres atribuídos a são Nicolau de Mira. Depois, mais de sete séculos passados da sua morte, “Nicolau de Mira” se tornou “Nicolau de Bari”. Em 1087, a cidade de Bari, em Puglia, na Itália, sofria a subjugação dos normandos. E Mira já estava sob domínio dos turcos muçulmanos. Setenta marinheiros italianos desembarcaram nessa cidade e se apoderaram das suas relíquias mortais, transferindo-as para Bari. O corpo de são Nicolau foi acolhido, triunfalmente, pela população de Bari, que o elegeu seu padroeiro celestial. E ele não decepcionou: por sua intercessão os prodígios e milagres ocorriam com grande frequência. Seu culto se propagou em toda a Europa. Então, a sua festa, no dia 6 de dezembro, foi confirmada pela Igreja.

A tradição diz que os pais de Nicolau eram nobres, muito ricos e extremamente religiosos. Que era uma criança com inclinação à virtuosidade espiritual, pois nas quartas e nas sextas-feiras rejeitava o leite materno, ou seja, já praticava jejum voluntário. Quando jovem, desprezava os divertimentos e vaidades, preferindo frequentar a igreja. Costumava fazer doações anônimas em moedas de ouro, roupas e comida às viúvas e aos pobres. Dizem que Nicolau colocava os presentes das crianças em sacos e os jogava dentro das chaminés à noite, para serem encontrados por elas pela manhã. Dessa tradição veio a sua fama de amigo das crianças. Mais tarde, ele foi incluído nos rituais natalinos no dia 25 de dezembro, ligando Nicolau ao nascimento do Menino Jesus.

Mais tarde, quando já era bispo, um pai, não tendo o dinheiro para constituir o dote de suas três filhas e poder bem casá-las, havia decidido mandá-las à prostituição. Nicolau tomou conhecimento dessa intenção, encheu três saquinhos com moedas de ouro, o dote de cada uma das jovens, para salvar-lhes a pureza. Durante três noites seguidas, foi à porta da casa daquele pai, onde deixava o dote para uma delas. Existem muitas tradições e também lendas populares que se criaram em torno deste santo, tão singelo e singular.

A sua figura bondosa e caridosa, símbolo da fraternidade cristã, mantém-se viva e impressa na memória de toda a cristandade. Agora, também na da humanidade toda, porque perpetuada através dos comerciantes nas vestes de Papai Noel nos países latinos, de Nikolaus na Alemanha e de Santa Claus nos países anglo-saxões. Mesmo sob falsas vestes, são Nicolau nos exemplifica e recorda o seu grande amor às crianças e aos pobres e a alegria em poder servi-los em nome de Deus.

A Igreja também celebra hoje a memória dos santos:  Pedro Pascásio e Leôncia

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