Frei Almir Guimarães
Quatro de outubro, festa de São Francisco. Uma busca e uma proximidade indescritível do Senhor Jesus. Sabemos que toda a existência de Francisco se passou em função do amor que tinha por Jesus. Na primeira sexta-feira de outubro, queremos simplesmente elencar textos que falam do amor acendrado de Francisco por esse sempre fascinante Jesus.
♦ Os irmãos que viveram com Francisco sabem com que tanta ternura e suavidade, cada dia e continuamente, falava-lhes de Jesus. Sua boca falava da abundância do coração e a gente teria dito que a fonte do puro amor, que enchia sua alma, jorrava de sua superabundância. Quantos encontros entre Jesus e ele. Levava Jesus em seu coração, Jesus em seus lábios, Jesus nos ouvidos, Jesus nos seus olhos, Jesus em suas mãos, Jesus em toda parte. Durante as viagens também muitas vezes, de tanto meditar e cantar Jesus, esquecia-se de caminhar e convidava todos os elementos a louvar Jesus com ele (1Celano 115).
♦ Chorava em voz alta pela paixão de Cristo, como se tivesse diante de si, constantemente, a visão dela. Na rua, ouviam-se os seus gemidos; lembrando-se das chagas de Cristo, recusava todo consolo (2Celano 11).
♦ Um dia, poucos anos depois de sua conversão, andava ele sozinho numa estrada que passa perto de Santa Maria da Porciúncula e mesmo andando chorava e gemia em voz alta. Um homem espiritual que bem conhecemos e que nos contou o fato encontrou-se com ele… Disse-lhe: “Que tens, meu irmão?” O Bem-aventurado respondeu: “Eu deveria percorrer o mundo inteiro chorando e gemendo pela Paixão do meu Senhor”. E este homem começou a chorar com ele e a derramar muitas lágrimas (Legenda Antiga 37).
♦ Devotava a Cristo um amor tão fervente, e seu bem-amado lhe correspondia com uma ternura tão familiar, que o servo de Deus pensava ter diante dos olhos a presença quase contínua do Salvador; ele mesmo contou isso confidencialmente, a seus companheiros (Boaventura IX, 2).
♦ Uma oração bem no estilo de Francisco: “Meu Senhor Jesus Cristo, eu te peço para dar-me a graça de sentir em meu coração, antes que eu morra, tanto quanto for possível, este amor sem medida de que estavas abrasado e que te levou a suportar uma tal paixão por pecadores”. Francisco permaneceu muito tempo nesta oração e compreendeu que Deus o atenderia (Fioretti, 3ª.Consideração sobre as chagas).