Vida Cristã - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Sagração ou ordenação episcopal?

13/07/2016

evaristo

Frei Alberto Beckhäuser, OFM

Esta nota vem a propósito da eleição de confrades para o Episcopado e consequente celebração do sacramento da Ordem, a Ordenação. Ordenação é a celebração da Igreja que introduz alguém no Grupo (Ordo) daqueles que são revestidos do Espírito Santo para o serviço messiânico de Cristo à humanidade.

Nesta questão, a Sagrada Liturgia reformada pelo Vaticano II exige uma atualização de linguagem.

1. Em relação às Ordenações: – O novo Ritual das Ordenações, que pertence ao Pontifical, não usa mais o termo “sagração” episcopal ou “consagração” episcopal. Tanto para o episcopado, como para o presbiterado e o diaconado é usado o termo “ordenação”, ligado ao sacramento da Ordem. O Bispo é Ordenante e não Sagrante, Ordenante principal.

Isso tem sua razão de ser. Até o Vaticano II, que se distinguiu como o Concílio do Episcopado ensinando claramente a sacramentalidade do Bispo, a sacramentalidade específica do Bispo ainda era questão discutida em Teologia. Além disso, o uso do termo sagração ou consagração para o Bispo tem a ver com a coroação e “consagração” dos reis e imperadores. Ao serem coroados, eles eram ungidos. Assim também o Bispo era eleito e ungido príncipe da Igreja. O rito da unção na ordenação do Bispo é de origem tardia.

Ao Bispo é conferido o Espírito principal (o Espírito Soberano) que lhe confere a plenitude do sacerdócio. Ficando bem definido o caráter sacramental do Bispo, o novo Ritual de Ordenação, mudou a terminologia, sendo a mesma para os três graus do Sacramento da Ordem. Por isso também o novo Ritual de Ordenações apresenta primeiro a Ordenação de um Bispo. Em seguida, do Presbítero e, por fim, a de Diácono. Esta terminologia reflete-se também na oração de ação de graças, que se segue à imposição das mãos, que não mais se chama “Oração consecratória”, mas Prece de Ordenação.

Aproveitando a dica, mais algumas considerações sobre consagração.

2. Os Santos Óleos na Missa do Crisma da Quinta-feira Santa: Apenas o Óleo do Crisma é consagrado. O Crisma é o óleo; a Crisma, o Sacramento. O Óleo dos Catecúmenos e o Óleo dos Enfermos são apenas abençoados.

3. Consagração das crianças a Nossa Senhora por ocasião do Batismo: – Também aqui se pede uma mudança na terminologia. A consagração é feita somente a Deus.

O novo Ritual do Batismo de Crianças não traz mais o Rito de Consagração da Criança a Nossa Senhora. Respeitando, porém, a cultura religiosa do povo com suas devoções, sugere-se no fim da Celebração: “Onde for costume, no final da celebração, pode realizar-se um ato de devoção a Maria, confiando à sua proteção a vida e a fé das crianças”.

Esta nova linguagem agora é apoiada pelo Diretório sobre Piedade Popular e Liturgia: Princípios e Orientações, da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. No item sobre “A veneração da Santa Mãe do Senhor, se diz: “Nota-se que o termo ‘consagração’ é usado com certa amplidão e impropriedade: Por exemplo, diz-se ‘consagrar as crianças a Nossa Senhora’, quando na realidade se entende apenas colocar os pequenos sob a proteção da Virgem e pedir para eles a sua materna bênção’. Compreende-se também a sugestão de utilizar no lugar de ‘consagração’ outros termos, tais como ‘entrega’, ‘doação’. De fato, em nosso tempo, os progressos realizados pela teologia litúrgica e a conseqüente exigência de um uso rigoroso dos termos, sugerem que se reserve o termo consagração à oferta de si mesmo que tem como meta Deus, como características a totalidade e a perpetuidade, como garantia a intervenção da Igreja, como fundamento os sacramentos do batismo e da confirmação” (cf. n. 204). O Diretório reconhece que é preciso instruir os fiéis quanto à natureza de tal prática (cf. ibidem).

4. Dedicação de uma igreja: – Também aqui não se fala mais de consagração de igreja ou de altar, mas de dedicação. Igrejas e altares são dedicados sempre a Deus e não aos Santos. Neste caso, fala-se de Titular da Igreja e do altar e não de Padroeiro. A igreja é colocada sob a proteção de um Santo, mas não dedicada a um santo. Neste caso dedicação e consagração são quase sinônimos, pelo fato de haver uma unção com o Santo Crisma.

OBS. Na foto na parte alta do texto, Frei Evaristo Spengler, que vai ser ordenado bispo no dia 6 de agosto, 9 horas, em Gaspar. Ele está usando um solidéu (*), que ganhou do bispo Dom Rafael Biernaski durante a celebração da Missa Solene na Festa de São Pedro Apóstolo.

* SOLIDÉU: Pequeno chapéu, em forma de calota, usada por bispos. Este nome provém da expressão “Soli Deo”, ou seja, é tirado da cabeça somente diante de Deus. Na cor roxa para bispos; vermelha para os cardeais; branca, só pelo papa.

Download WordPress Themes Free
Premium WordPress Themes Download
Download Nulled WordPress Themes
Download Premium WordPress Themes Free
free download udemy course
download redmi firmware
Download Nulled WordPress Themes
online free course

Conteúdo Relacionado