Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

“Um presbítero franciscano tem que viver na proximidade do outro!”

06/05/2022

Notícias

Duque de Caxias (RJ) – No segundo dia do tríduo vocacional, em preparação para a ordenação de Frei Josemberg Cardozo Aranha, evidenciou-se a vocação franciscana que o frade assumiu como sua identidade. Nesta quinta-feira, 05/05, os missionários se dividiram entre as comunidades da Paróquia Santa Clara de Assis, visitando os lares de Duque de Caxias e fazendo-se presente, como os primeiros missionários, nas praças, junto ao povo de Deus.

Os frades estudantes de Petrópolis se uniram à equipe do Serviço de Animação Vocacional (SAV) provincial e mais de 30 lares receberam neste dia a visita dos missionários, levando uma palavra de conforto, de consolo e de esperança para que possamos reconhecer, nas vicissitudes da vida, a vontade de Deus, nosso Pai. A atividade promovida na praça do Jardim Anhangá levou cantos e muitos momentos de partilha com os passantes que puderam, entre um compromisso e outro, na correria do cotidiano, ter um momento de encontro com o Altíssimo.

Terminadas as atividades do dia, o povo de Deus pôde, enfim, se reunir para celebrar aquilo que experimentaram ao longo de todo o dia: a vocação franciscana, abraçada por Frei Josemberg.

Antes da celebração das 19h30, Frei Josemberg foi revestido, pelas Irmãs Catequistas Franciscanas, do hábito franciscano, símbolo da forma de vida por ele abraçada. O hábito, em forma de cruz, simboliza a vida Evangélica que o religioso abraça na figura do Cristo Pobre e Crucificado. O cordão com os votos é a aliança que o religioso utiliza, sinal da pobreza, obediência e castidade. Já o capuz é a cela de cada frade, convite à oração. Na agitação do dia a dia Francisco vestia o capuz e, na sua intimidade, conversava com Deus.

Frei James Luiz Girard presidiu, na comunidade São Francisco de Assis, a Celebração Eucarística do segundo dia do tríduo. Em sua reflexão, ele falou sobre o carisma que “nasceu como um riozinho pequeno em Assis, na Itália, e hoje é um rio caudaloso, de muitos irmãos e irmãs e que inunda os corações do povo de Deus”.

Acrescentou ainda: “São três pilares que firmam o carisma franciscano: pobreza, fraternidade e minoridade. Quem se alimenta dessa espiritualidade reconhece que a pobreza de Francisco não se baseia em simples ascese, mas é um estilo de vida, que muito se difere da miséria, a miséria é pecado! Mas a pobreza é um estilo de vida que grita contra a sociedade do acúmulo”. Conclui sobre a pobreza dizendo: “Pobreza significa viver com o outro, olhando-no nos olhos, não acima nem abaixo, pois não há, para quem é pobre, maiores ou menores, melhores ou piores, é preciso viver com o outro, chorar com o outro, alegrar-se com o outro para tornar-nos humanos! O Papa Francisco muito nos lembra da necessidade de vivermos em fraternidade, reconhecendo-nos irmãos e irmãs uns dos outros”.

rAo Frei Josemberg, Frei James deu um conselho: “Um presbítero franciscano tem que viver na proximidade do outro!” Continuou dizendo: “Francisco foi um homem extremamente fraterno, reconhecia em seus cânticos a fraternidade cósmica, universal, louvava a Deus por tudo, reconhecendo-se como presença única na imensa esfera da criação divina”.

E, então, concluiu falando sobre a minoridade, o último dos pilares elencados. “A minoridade não é mais um elemento, na verdade não há divisão entre os elementos desse carisma. A minoridade se evidencia na convivência sem barreiras, fazendo-se próximo, sem buscar pelo poder, mas na busca por estar em serviço e a serviço”. Por fim, o carisma franciscano é um carisma ousado para o mundo de hoje, principalmente pelo mundo polarizado em que vivemos.

Frei Josemberg, após a homilia, fez a leitura e assinou publicamente a sua Declaração de Fidelidade, onde confirma que viverá como presbítero dentro do carisma franciscano, obedecendo aos seus votos religiosos. A celebração seguiu como de costume.

Frei Gabriel Dellandrea, animador do SAV da Província, fez uma dinâmica com os fiéis após a comunhão e deu a palavra a Frei Josemberg, que falou sobre o caminho que escolheu para si e que o caminho para seguir Jesus Cristo passa por altos e baixos, mas que é necessário coragem para superar os obstáculos. Afinal, “vale a pena seguir os passos de Jesus Cristo!”. Nesse ânimo, ele convidou os presentes para a Missa de sua ordenação e para a sua primeira Missa. Agradeceu a comunidade pelo carinho e pela enorme faixa que lhe fizeram em gratidão por sua vocação.


Frei Gilberto Silveira da Costa Junior, OFM (texto) eFábio Charleaux Luzia dos Santos (fotos).