Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Tríduo termina com Transitus de São Francisco de Assis

03/10/2014

Notícias

Moacir Beggo

São Paulo (SP) – O Tríduo Preparatório para a Festa de São Francisco, no Convento São Francisco, no centro de São Paulo, terminou nesta sexta-feira, 3 de outubro, às 18 horas com o Transitus do Seráfico Pai Francisco, uma tradição na Ordem Franciscana. Foi no entardecer deste dia que o Santo de Assis passou deste mundo para a eternidade, como tão bem encenaram os doze jovens vocacionados do Convento São Francisco, que representaram os primeiros companheiros de Francisco, e as cinco jovens da Paróquia São Francisco de Assis da Vila Clementino, que representaram Clara e as suas primeiras irmãs.

A última Missa do Tríduo foi presidida por Frei Gustavo Medella e concelebrada por Frei Alvaci Mendes da Luz, às 15 horas. No primeiro dia, foi o ramo masculino da Ordem Franciscana que abriu o Tríduo; no segundo dia foram as irmãs religiosas e, neste encerramento, a Ordem Terceira Secular foi convidada para estar à frente da celebração e falar do modo de vida dos terceiros franciscanos.

triduo“Eu não tenho nenhuma dúvida de que os três ramos da Família Franciscana são igualmente amados pelo Pai Francisco de Assis. Tanto os frades, as religiosas e os leigos da Ordem Franciscana Secular. Agora uma opinião pessoal. Tenho a impressão de que para a Terceira Ordem Franciscana Secular é um desafio maior ainda apresentar a identidade franciscana. Isso porque nós, os frades, mesmo que às vezes não sejamos ‘aqueles’ frades, mas se pusermos o hábito as pessoas logo identificarão: “Ali vai um franciscano!”. As irmãs também. Mas, agora, o leigo franciscano tem como distintivo dele o testemunho, o modo de  ser, os valores que ele apresenta pelo seu jeito de ser e aí, só convivendo ou falando “sou um terceiro franciscano” que nós descobrimos. Então, tornar visível o carisma, o modo de ser de Francisco de Assis na vida dele, na vida secular, é um grande desafio. Tanto que temos diversos irmãos aqui e, que se vocês não os conhecem, não vão saber se são ou não franciscanos. Por exemplo, quem fez a Primeira Leitura foi o irmão Carlos Milton dos Santos, vice-ministro da Fraternidade das Chagas e quem vai falar sobre o tema do dia e um pouco sobre a Ordem Franciscana Secular é Maria Aparecida Crepaldi, a Cidinha, Conselheira da Presidência do CIOFS (Conselho Internacional da Ordem Franciscana Secular)”, esclareceu Frei Medella.

breno

Breno Nascimento interpretou Francisco

ORDEM FRANCISCANA SECULAR

“Hoje no século XXI, a grande Família Franciscana no mundo inteiro tem a maior parte de seus membros na Ordem Franciscana Secular – OFS, dimensão leiga do carisma franciscano, que atrai a si também a Juventude Franciscana – JUFRA, pela qual a OFS se sente responsável e, com a assistência espiritual de nossos frades e religiosas, procura levar adiante esta presença franciscana na vida da Igreja e do mundo”, explicou Maria Aparecida.

Segundo ela, no mundo inteiro a OFS está em 112 países, com Fraternidades nacionais constituídas oficialmente e as emergentes, que estão em formação, sobretudo no Leste Europeu e Ásia. No Brasil, tem cerca de 17.000 membros em 16 áreas do país. “Todos os dias devemos agradecer a Deus o dom da vida, da fé e da vocação. E honramos a Nosso Senhor se com a vida o testemunhamos, com a fé o glorificamos e com a vocação exercemos a nossa missão fazendo sua Santíssima Vontade. Se assim vivermos, com certeza podemos rezar o Pai Nosso confiantes e sermos testemunhos neste mundo que tanto necessita do carisma franciscano para cultivar a justiça e a paz”, ensinou a conselheira da OFS.

transitusTRANSITUS DE SÃO FRANCISCO

Com muita seriedade, fé e devoção, os jovens vocacionados do Convento São Francisco emocionaram as pessoas que lotaram a Igreja das Chagas no Largo São Francisco para a encenação da morte de São Francisco.

Frei Anacleto Gaspski presidiu a celebração e Frei Alvaci fez a narração dos últimos momentos de vida do Seráfico Pai. Segundo conta São Boaventura na Legenda Maior (14,6),  “as cotovias, que são amigas da luz e detestam as trevas dos crepúsculos, na hora do trânsito do santo homem, sendo que o crepúsculo da noite já estava iminente, chegaram em grande multidão sobre o teto da casa e, rodeando longamente com uma insólita jubilação, davam testemunho alegre e evidente da glória do santo que costumava convidá-las ao louvor divino”.

Naquele dia 3, como conta seu biógrafo Frei Tomás de Celano, “colocando assim sobre a terra, despojado da veste de saco, ele elevou, como de costume, o rosto ao céu e, fixando-se todo naquela glória, cobriu com a mão esquerda a chaga do lado direito para que não fosse vista. E disse aos irmãos: ‘Eu fiz o meu dever, que Cristo vos ensine o que é vosso”.

Terminada a encenação, os jovens ainda estavam tensos – especialmente Breno Nascimento, que representou Francisco -, mas não saíram correndo para descontrair. Formando um círculo, abraçaram-se e agradeceram a Deus por terem concluído o desafio de representar um momento tão sagrado para os franciscanos.