Quando nos colocamos na dimensão da humildade, Deus nos exalta
28/08/2016
Cidade do Vaticano – “Quando nos colocamos diante de Deus nesta dimensão de humildade, então Deus nos exalta, se inclina para nós, para elevar-nos para Ele”. O Evangelho proposto pela Liturgia do dia ofereceu ao Pontífice a oportunidade para refletir sobre a humildade e a certeza que devemos ter na recompensa divina, explicando que Jesus “nos faz entender a necessidade de escolher o último lugar”, isto é, de procurar as coisas pequenas.
A pressa dos convidados em escolher os primeiros lugares à mesa: “uma cena que vimos tantas vezes: buscar o melhor lugar, mesmo com os cotovelos”, disse Francisco, ao iniciar sua alocução que precede a oração do Angelus, diante da multidão reunida na Praça São Pedro.
A cena narrada no Evangelho de Lucas oferece duas indicações: uma relativa ao lugar e a outra à recompensa. “Não ocupes o primeiro lugar. Pode ser que tenha sido convidado alguém mais importante do que tu, e o dono da casa, que convidou os dois, venha te dizer: ‘Dá o lugar a ele’. Então tu ficarás envergonhado e irás ocupar o último lugar”.
Com esta recomendação, explica o Papa, Jesus não pretende dar regras de comportamento social, mas uma lição sobre o valor da humildade: “A história ensina que o orgulho, o carreirismo, a vaidade, a ostentação são a causa de muitos males. E Jesus nos faz entender a necessidade de escolher o último lugar, isto é, de procurar a pequenez e escondimento: a humildade. Quando nos colocamos diante de Deus nesta dimensão de humildade, então Deus nos exalta, se inclina para nós, para elevar-nos para ele”.
As palavras de Jesus – observou o Papa – enfatizam atitudes completamente diferentes e opostas: a atitude de quem escolhe o próprio lugar e a atitude de quem deixa que Deus o indique e espera dele a recompensa:
“Não esqueçamos disto: Deus paga muito mais do que os homens! Ele nos dá um lugar muito mais bonito do que nos dão os homens! O lugar que nos dá Deus está perto de seu coração e a sua recompensa é a vida eterna. “Você será abençoado – disse Jesus – Você receberá a sua recompensa na ressurreição dos justos”.
A nossa hospitalidade, deve ser caracterizada por uma atitude desinteressada, o que pode ser comprovado ao se convidar “os pobres, os aleijados, os mancos, e os cegos”, “porque estes não têm como retribuir. A sua recompensa virá na ressurreição dos justos”: “Trata-se de escolher a gratuidade em vez do cálculo oportunista que tenta obter uma recompensa, que busca o interesse e que busca enriquecer-se mais. De fato, os pobres, os simples, os que não contam, eles não poderão nunca retribuir um convite para a refeição”.
Desta forma – explicou o Papa – Jesus demonstra a sua preferência pelos pobres e excluídos, que são os privilegiados do Reino de Deus, e lança a mensagem fundamental do Evangelho que é servir o próximo por amor de Deus”:
“Hoje Jesus se faz voz dos que não tem voz e dirige a cada um de nós um forte apelo para abrir o coração e fazer nossos os sofrimentos e as ansiedades dos pobres, dos famintos, dos marginalizados, dos refugiados, dos derrotados pela vida, daqueles que são descartados pela sociedade e pela arrogância dos mais fortes. E estes descartados representam na realidade a maior parte da população”.
O Papa, então, agradeceu aos voluntários que trabalham nos refeitórios – verdadeiras academias de caridade que difundem a cultura da gratuidade – oferecendo seus serviços, dando de comer a pessoas sozinhas, carentes, desempregadas ou sem uma moradia fixa. “Eles são motivados pelo amor de Deus e iluminados pela sabedoria do Evangelho. Assim, o serviço aos irmãos torna-se um testemunho de amor, que torna crível e visível do amor de Cristo”.
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Fonte: Rádio Vaticano