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Paróquia da Vila Clementino: “São Francisco, marcado pelo amor! ”

08/10/2024

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No último domingo de setembro (29/09), as festividades em honra a São Francisco de Assis foram iniciadas na paróquia da Vila Clementino, em São Paulo (SP), que leva o nome do santo. O período, que também marcou a memória das celebrações dos 800 anos da Impressão das Chagas do Santo Seráfico, teve como tema: “O amor deixa marcas”.
A celebração de abertura, presidida pelo Ministro Provincial, Frei Paulo Roberto Pereira, foi um momento de grande espiritualidade, no qual a comunidade se uniu para reverenciar o legado de São Francisco, reconhecendo sua profunda identificação com Cristo e seu compromisso com o amor e a fraternidade.

Após a Santa Missa, uma emocionante procissão percorreu as ruas ao redor da paróquia, onde os fiéis carregaram velas acesas, seguindo o Crucifixo de São Damião e a imagem de São Francisco. O ato foi marcado por orações e cânticos, simbolizando o compromisso da comunidade em viver o amor de forma concreta, assim como o santo de Assis. A participação de famílias, jovens e idosos demonstrou a renovação do compromisso com os ensinamentos de Francisco: amar a Deus e aos outros sem medida.
As festividades continuaram com o Tríduo, que teve início na segunda-feira (30/09). O primeiro dia enfatizou a importância do encontro com o Crucificado. Na ocasião, Frei Roberto Ishara iniciou a celebração destacando o encontro de São Francisco com o Cristo Crucificado, momento que o transformou radicalmente.

O frade enfatizou que, assim como Francisco, somos chamados a reconhecer o amor de Deus em nossas vidas, que nos deixa marcas não apenas em nosso ser, mas também em nossas ações. “Ao refletirmos sobre esse encontro, somos levados a perguntar: Como o amor de Deus nos marca e nos chama a agir em um mundo que precisa de amor e compaixão?”, questionou.

No segundo dia, Frei Mario Luiz Tagliari, reitor do Santuário São Francisco, em São Paulo, conduziu a comunidade a uma reflexão sobre o encontro de Francisco com o leproso, que desafiou normas sociais e demonstrou um amor que vai além da compaixão. “Assim como Francisco abraçou o leproso, somos convidados a considerar quem são os ‘leprosos’ em nossas vidas e como podemos ser agentes de transformação. Esse amor que se materializa em ação é um eco do que celebramos no Trânsito, o legado de Francisco, que ao longo de sua vida deixou marcas indeléveis de amor, solidariedade e cuidado.”
Frei Carlos Lúcio Nunes Correa, pároco da Paróquia Santa Cruz, localizada no Jardim Santa Cruz, em São Paulo, trouxe à luz o encontro de Francisco com o Evangelho, ressaltando a humildade e a simplicidade como marcas de verdadeira grandeza. Ele nos lembrou que as chagas de Francisco não eram apenas símbolos de dor, mas também testemunhos de um amor que transforma. “Ao refletir sobre esse momento, chegam a nós as perguntas: ‘Estamos abertos a viver esse amor que cura e que se expressa em nosso cotidiano?’ Como podemos permitir que as marcas do amor de Cristo se manifestem em nossas vidas e nos inspirem a agir com bondade e acolhimento?”
Na noite do dia 3 de outubro, foi celebrado o Trânsito de São Francisco de Assis, um momento especial que não apenas rememorou a vida do santo entre os presentes, como também suas contribuições e legados. A celebração foi presidida pelo pároco, Frei Valdecir Schwambach, e a homilia foi proferida pelo Frei Fidêncio Vanboemmel, que enfatizou o tema: “O amor deixa marcas”.
O frade lembrou a todos que São Francisco, ao longo de sua vida, tornou-se um reflexo do amor de Cristo, carregando em seu corpo os sinais da cruz e as marcas do amor sublime e transformador. Ele destacou que a vida do santo foi uma resposta ao chamado de Cristo, um convite à reconstrução da Igreja e ao amor prático, que cura e renova.
Convidando os presentes a refletirem sobre as marcas invisíveis que o amor de Deus deixa em nossas vidas, Frei Fidêncio destacou a importância das experiências de sofrimento e provação, que moldam e transformam nossas almas, assim como as chagas marcaram a vida de São Francisco. Ele ressaltou que “o amor de Cristo não é apenas teórico, mas sim um amor que nos impulsiona a servir e a viver com simplicidade, seguindo o exemplo do santo”.
O frade também afirmou que, ao enfrentarmos lutas e desafios, não estamos sozinhos. “Deus está sempre presente em nossa história, transformando dor e sofrimento em oportunidades de graça.” Ele lembrou a todos que as marcas que o amor de Deus deixa são lembretes de que, mesmo nas dificuldades, podemos encontrar renovação e vida nova em Cristo.
Ao abordar a morte de São Francisco, Frei Fidêncio ressaltou que, para o Santo de Assis, a morte não foi um momento de temor, mas de acolhimento. “Francisco via a morte como uma ‘irmã’, uma passagem para o reencontro definitivo com o Senhor. Essa perspectiva nos convida a olhar para a nossa própria vida, perguntando como estamos permitindo que o amor de Cristo deixe marcas em nós.”
Ele concluiu sua homilia com um chamado à conversão e à entrega total ao amor de Deus, lembrando que as marcas que deixamos no mundo são sinais de esperança. A celebração, então, se transformou em um momento de reflexão e oração, onde todos puderam reconhecer suas próprias marcas deixadas pelo amor divino e se comprometer a viver uma vida que espelhe essas marcas de compaixão, misericórdia e paz.
Ao final, os fiéis uniram-se em um canto de louvor, celebrando não apenas a vida de São Francisco, mas também a força e a esperança que o amor de Deus nos oferece.

Encerramento dos festejos
Já no dia 4 de outubro, a paróquia celebrou com grande alegria a festa do santo. A Santa Missa das 12h foi presidida pelo pároco, Frei Valdecir, que, em sua homilia, convidou os presentes a refletirem sobre a vida de São Francisco como um testemunho do amor que deixa marcas profundas.

Logo no início da homilia, ele ressaltou que São Francisco, apesar de viver de forma simples, teve uma vida que deixou um impacto duradouro na história e nas vidas de muitos. Mencionou também que as chagas de Francisco são um sinal poderoso de que o amor verdadeiro sempre se manifesta e deixa marcas. “A vida de São Francisco nos convida a uma transformação interior, à simplicidade e a viver o Evangelho de forma concreta”, disse.
Frei Valdecir destacou a passagem de São Paulo, que nos lembra da importância de nos glorificarmos apenas na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo. Essa reflexão levou todos a entenderem que, muitas vezes, nos deixamos levar pela busca de reconhecimento e status, enquanto o que realmente importa é o amor que recebemos e oferecemos. “São Francisco, ao deixar para trás a vida de luxo, abraçou a pobreza e encontrou beleza no amor de Deus, que se manifesta nas pequenas coisas da natureza e no cuidado com os mais necessitados.”
Segundo o frade, todos nós enfrentamos desafios e preocupações diárias com trabalho, saúde e relacionamentos. A partir desse contexto, ele explicou que o exemplo de São Francisco se torna um farol, mostrando-nos que, ao nos colocarmos nas mãos de Deus e reconhecermos que viver o amor de Cristo é o que realmente importa, encontramos a verdadeira paz. “As marcas que as experiências de vida deixaram em São Francisco foram não apenas físicas, mas também espirituais, tornando-o um sinal vivo de Cristo para todos ao seu redor”, salientou.
Frei Valdecir então trouxe à tona o Evangelho do dia, no qual Jesus nos convida a ir a Ele para encontrar alívio nas nossas lutas. Ele lembrou que, frequentemente, buscamos forças em fontes temporais, mas devemos lembrar que Jesus é a verdadeira fonte de paz. A simplicidade e humildade de São Francisco foram fundamentais para que ele encontrasse essa paz. O frade desafiou a todos a uma reflexão sobre o significado da nossa permissão em deixar que o amor de Cristo marque nossas vidas hoje.
O pároco concluiu sua homilia enfatizando que viver o amor de Deus significa cuidar uns dos outros, expressando esse amor através de gestos de solidariedade e presença. Ele também lembrou que São Francisco, como padroeiro da ecologia, nos ensina a respeitar e cuidar da criação de Deus, deixando um mundo melhor para as futuras gerações.

A festa se estendeu por todo o dia, com a presença dos freis na porta da igreja, dando bênçãos e acolhendo pessoas e animais, em um gesto que reflete a alegria e compaixão franciscana. A festividade incluiu também o tradicional bolo de São Francisco e outras iguarias, proporcionando um momento de comunhão e alegria entre todos os presentes.
Que a vida e os ensinamentos de São Francisco continuem a inspirar cada um de nós a deixar marcas de amor e compaixão em nossas comunidades, seguindo seu exemplo de simplicidade e cuidado pela criação e pelos mais necessitados.


Texto:Diego Bello Doze