Papa: não há lugar para egoísmo na alma do cristão
26/06/2019
Cidade do Vaticano – O Papa Francisco se reuniu com cerca de 15 mil fiéis e peregrinos na Praça São Pedro para a Audiência Geral desta quarta-feira (26/06) – a última antes da pausa de verão. De fato, o Pontífice retomará seu encontro semanal no dia 7 de agosto. Sob um forte sol – os doentes foram acomodados na Sala Paulo VI -, o Papa deu continuidade ao seu ciclo sobre os Atos dos Apóstolos e hoje comentou a vida da primeira comunidade cristã de Jerusalém.
Esta primeira comunidade nasceu no dia de Pentecostes com a efusão do Espírito Santo e é considerada o paradigma de toda a comunidade. Cerca de três mil pessoas ingressaram naquela fraternidade, que é o “habitat” dos fiéis e o fermento eclesial da obra de evangelização. “O extraordinário se faz ordinário e a cotidianidade se torna o espaço da manifestação de Cristo vivo”, explicou o Papa.
A narração de Lucas permite observar dentro dos muros da “domus” onde os primeiros cristãos se recolhem como família de Deus, espaço da “koinonia”, isto é, da comunhão de amor entre irmãos e irmãs em Cristo. Eles vivem de uma maneira bem clara: “Perseveravam na doutrina dos apóstolos, na comunhão, na fração do pão e nas orações” (2, 42).
Eis os traços do bom cristão: ouvir assiduamente o ensinamento apostólico, praticar uma alta qualidade de relações interpessoais, fazer memória do Senhor através da Eucaristia e dialogar com Deus na oração.
Divisões não têm vez
Diferentemente da sociedade humana, onde se tende a fazer os próprios interesses, inclusive em detrimento dos outros, a comunidade dos fiéis baniu o individualismo para favorecer a compartilha e a solidariedade. Autorreferencialidade, antagonismos e divisões não têm vez. “Não há lugar para o egoísmo na alma do cristão. Se o seu coração é egoísta, você não é cristão. Você é um mundano que pensa no próprio lucro. A proximidade e a unidade são o estilo dos redimidos”, disse o Papa.
Francisco recordou a importância de se colocar no lugar do outro, de se preocupar, não para fofocar, mas para ajudar, dar esmola, visitar os doentes e quem necessita de consolação. E nessa estrada de comunhão e partilha com os necessitados, os primeiros cristãos eram capazes de seguir uma autêntica vida litúrgica.
O Papa então concluiu: “Peçamos ao Espírito Santo para que faça de nossas comunidades locais nas quais acolher e praticar a vida nova, as obras de solidariedade e de comunhão, locais em que as liturgias sejam encontro com Deus, que se torna comunhão com os irmãos e irmãs, locais que sejam portas abertas sobre a Jerusalém celeste.”
Fonte: Vatican News