Papa Francisco viaja a Malta, a “terra luminosa”
31/03/2022
O país, no extremo sul da Europa, prepara-se para receber o terceiro Papa em sua história. Depois de São João Paulo II, que visitou a República de Malta duas vezes – em 1990 e 2001, e Bento XVI em 2010, chegou a vez do Papa Francisco visitar o arquipélago no próximo sábado e domingo, dias 2 e 3 de abril. Uma viagem fortemente desejada pelo Pontífice, já anunciada para maio de 2020, depois adiada por causa da pandemia e que será inevitavelmente marcada pela guerra na Ucrânia e pelo fluxo incessante de refugiados que fogem dos bombardeios.
Nas fontes do anúncio do Evangelho
Uma “terra luminosa”, descreveu Francisco na Audiência Geral de quarta-feira (30), hoje mais do que nunca empenhada em “acolher tantos irmãos e irmãs em busca de refúgio”. Esse tema do acolhimento também está simbolizado no logotipo da viagem, que mostra as mãos estendidas em direção ao próximo, que emergem do barco no qual São Paulo naufragou na ilha há mais de dois mil anos a caminho de Roma. “Uma oportunidade para ir às fontes do anúncio do Evangelho” e, para o Pontífice, “conhecer pessoalmente uma comunidade cristã com uma história milenar e vivaz”. A comunidade conta com 408 mil batizados, 85% do total de 478 mil habitantes do arquipélago que inclui Malta, Gozo e outras ilhas menores.
O programa de sábado, 2 de abril
O Papa Francisco vai pousar no aeroporto internacional de Malta no sábado pela manhã, dia 2 de abril, por volta das 10h, e, após a cerimônia de boas-vindas, se transfere para o Palácio do Grão-Mestre em Valletta. Naquela que já foi a sede da Ordem dos Cavaleiros de São João, que construíram o edifício em 1571, Francisco vai se encontrar com o presidente da República de Malta, George William Vella, e depois com o primeiro-ministro, Robert Abela, que acaba de ser reeleito para liderar o governo do país.
O discurso na Sala do Grande Conselho às autoridades e ao corpo diplomático maltês vai encerrar a primeira parte do dia que, após uma parada na Nunciatura Apostólica, continua com uma visita ao santuário mariano de Ta’ Pinu, na “ilha irmã” de Gozo. Na grande praça em frente ao santuário, o local mais importante de peregrinação de Malta, o Papa vai presidir um encontro de oração com os fiéis, juntamente com o cardeal Mario Grech, secretário-geral do Sínodo dos Bispos, que estará na comitiva papal, junto a dom Charles Scicluna, arcebispo de Malta, e dom Anton Teuma, bispo de Gozo.
Os compromissos de domingo
Na manhã de domingo, 3 de abril, Francisco vai se reunir de forma privada com os membros da Companhia de Jesus e depois, por volta das 8h30, se dirigir à Gruta de São Paulo em Rabat. O lugar onde, segundo a tradição, o Apóstolo dos Gentios desembarcou após o naufrágio no ano 60 d.C. – um evento decisivo para a cristianização da ilha – já foi visitado por São João Paulo II em 1990 e por Bento XVI em 2010, por ocasião do 1950º aniversário do evento. Após acender uma lâmpada votiva, Francisco fará uma oração a São Paulo e vai saudar os 14 líderes religiosos presentes e também os doentes assistidos pela Caritas local. Um dos maiores espaços abertos de Malta, a “Piazzale dei Granai” em Floriana – cidade que se estende além das muralhas de Valletta – vai receber a Santa Missa celebrada pelo Papa às 10h15, seguida da recitação do Angelus.
A recepção no “Peace Lab”
“Eles nos trataram com rara humanidade” é o lema desta 36ª viagem apostólica de Francisco que deve terminar por volta das 18h15 de domingo (3) com uma visita ao Centro Migrantes “João XXIII Peace Lab” em Hal Far, que hospeda pessoas que, da Somália, Eritreia e Sudão embarcaram na Líbia para atravessar o Mediterrâneo. Um lugar onde se realiza um grande trabalho educativo no campo dos direitos humanos, da justiça, da solidariedade e da assistência médica. Cerca de 200 migrantes encontrarão o Papa no teatro ao ar livre da estrutura. Às 18h15, então, está prevista a cerimônia de despedida no aeroporto e o retorno a Roma por volta das 19h40.
Fonte: Vatican News (texto de Michele Raviart)