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Papa em Jacarta: encontro com órfãos, idosos, pobres e refugiados

A visita de Francisco à Indonésia começou, nesta terça-feira (03/09), com uma demonstração de solidariedade para com os marginalizados, como os órfãos, os pobres e os refugiados, que ele frequentemente menciona ao criticar a “cultura do descarte”. A Nunciatura Apostólica, localizada no centro de Jacarta, serviu como o cenário para o encontro, que destacou a preocupação do Papa com aqueles que vivem à margem da sociedade. Eram 40 no total, acompanhados por aqueles que os assistem diariamente e buscam suprir suas carências e satisfazer suas necessidades: as religiosas dominicanas, o Serviço Jesuíta aos Refugiados e a Comunidade de Santo Egídio.

Um “povo variado” na Nunciatura

Ativa no país asiático desde 1991 por iniciativa de alguns jovens leigos da diocese de Padang e agora presente em onze cidades, a Comunidade de Santo Egídio acompanhou 20 convidados à Nunciatura: “Um povo variado”, explicam à Rádio Vaticano-Vatican News representantes da Santo Egídio presentes no encontro, “pobres que vivem nas ruas, que recolhem o lixo e o reciclam. Não são os sem-teto como os vemos na Europa, mas famílias inteiras que não têm casa e vivem entre os resíduos”.

Em Jacarta, essas pessoas são chamados na língua local de “homens dos carrinhos”, pois nesses veículos de madeira carregam o lixo recolhido nos lixões e, muitas vezes, o próprio carrinho é a única “casa” que possuem, onde vivem, comem e dormem. A Comunidade leva comida e roupas para eles, como faz em todas as cidades do mundo. Algumas dessas pessoas puderam apertar a mão do Papa, que percorreu todas as cadeiras, cumprimentando cada um dos presentes e ouvindo brevemente suas histórias.

Refugiados e sobreviventes de naufrágios

Entre eles, sempre acompanhados pelo Santo Egídio e por Erlip Vitarsa, primeiro diácono permanente da Arquidiocese de Jacarta, também havia idosos de instituições, pobres que vivem ou trabalham nos lixões e frequentam a cantina da Comunidade, além de refugiados da Somália e uma família de refugiados do Sri Lanka, que fugiram das perseguições contra os tâmeis. Eles partiram há meses em um barco rumo à Austrália, mas a embarcação virou no mar. Sobreviveram milagrosamente, voltaram para a Indonésia e, como muitos, estão aguardando para se reunir com parentes na Austrália ou no Canadá. “Vivem em um limbo, em um país que não os rejeita, mas que não possui a legislação adequada e os meios para lhes dar assistência”.

Papa Francisco ouviu a história deles e os abençoou, assim como fez com um refugiado de Mianmar, um dos muitos rohingyas que sofrem as brutalidades tantas vezes denunciadas pelo Papa, o único a dar voz no debate público a essa minoria.

O carinho do Papa pelas crianças

O afeto especial de Francisco pelas crianças ficou evidente no encontro tanto aos órfãos acolhidos em vilarejos e periferias urbanas, alimentados e educados pelas dominicanas, quanto às crianças das Escolas da Paz (18 em todo o arquipélago, que reúnem mais de 3 mil crianças). Estes últimos presentearam o Papa com o desenho de “o mundo que eu gostaria”, o globo sustentado por dois braços compostos por todas as bandeiras, unidas e próximas em sinal de fraternidade.

O Papa passou boa parte do tempo conversando com as crianças, distribuindo abraços e bênçãos. Por fim, parou para conversar em particular com uma mulher do Afeganistão, e emocionado por começar sua viagem mais longa com um encontro tão significativo, abençoou todos os presentes.


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