Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Os discípulos de Emaús do nosso tempo

08/04/2015

Notícias

altoprov

Moacir Beggo

 Vila Velha (ES) – Não foram os pedidos à Mãe de Deus, no 4º dia da Festa da Penha, que se ouviram no Campinho no alto da colina da Penha, mas clamores pela família e pela água. No Oitavário, Frei Clarêncio Neotti silenciou o Campinho ao dizer bem alto que a família está em crise em todo o mundo, em todas as religiões. Na Santa Missa, o Pe. Manoel David Netto disse que agimos como os discípulos de Emaús antes de terem a clareza de que Jesus caminhava com eles.

Desta vez, o tempo fresco – até choveu um pouco – fez com que o Campinho ficasse lotado de fiéis e romeiros no dia em que a área pastoral de Benevente (formada pelas cidades Anchieta, Alfredo Chaves, Perocão, Meaipe, Praia do Morro, Muquiçaba e Guarapari) foi a responsável pela celebração. Todas as paróquias desta região pastoral trouxeram um pouco da água benta na Vigília Pascal para ser aspergida na multidão no início da Missa.

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Pe. Manoel, o presidente da celebração Eucarística

Segundo o Pe. Manoel, da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, de Guarapari, muitas vezes corremos o risco de ficarmos cegos, como os discípulos de Emaús, por causa da dureza e das dificuldades da vida. “Os discípulos de Emaús do nosso tempo somos nós, que continuamos peregrinando nas estradas da vida, que continuamos contando sempre com a presença desse forasteiro que está ao nosso lado. E é por isso que a gente vem pedir nesta tarde o socorro, a proteção daquela que foi a mãe, a cuidadora, a zeladora do próprio Jesus”, disse o celebrante, referindo-se especialmente à escassez de água no estado e na região Sudeste.

“Que ela também peça a seu filho Jesus Cristo que Ele também permaneça conosco. Que ela peça para o seu Filho Jesus Cristo que Ele olhe para as nossas angústias e sofrimentos e para as vezes em que deixamos os nossos corações endurecidos ou que vamos deixando endurecer-se por causa do nosso egoísmo, por causa da nossa autossuficiência. E nessa caminhada há tantos que estão do nosso lado e não estamos atentos a isso”, pediu.

“Nós viemos aqui para celebrar a certeza da Ressurreição de Jesus e, por isso, quando falamos com Maria pedindo a sua intercessão para o nosso Estado, é exatamente porque confiamos na sua proteção e confiamos na sua ação junto ao seu Filho, como ela sempre fez em diversos momentos de sua vida”, recordou.

Pe. Manoel lembrou ainda que não basta pedir, mas é importante reconhecer que não é apenas a falta de água que é o mal maior. “O mal maior é falta de cuidado do ser humano. Quantas vezes nós desperdiçamos água, lavamos o carro, a calçada, e não nos importamos. Quantas vezes você diz ao seu irmão que não deve fazer isso e ele diz para você: “eu tô pagando”. Não, ninguém paga pela água. É dom de Deus, um bem que Deus concedeu a nós. Quantas vezes nós desmatamos, vamos trocando as árvores por eucaliptos e vamos achando que, de fato, a gente está produzindo alguma coisa. Não, estamos produzindo seca! Infelizmente, a gente diz: ‘Senhor, fica conosco! Não vai embora’, mas aos poucos vamos expulsando a água de nossas vidas”, lamentou.

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Frei Clarêncio presidiu o Oitavário da Festa da Penha

E Pe. Manoel terminou com uma súplica. “Queremos pedir nesta celebração: ‘fica conosco, Senhor! Interceda junto a Jesus Cristo por nós! Nossa Senhora da Penha, Rainha e Padroeira do nosso Estado. Nossa Senhora da Rocha, do Penhasco, faz brotar água para todo o Estado do Espírito Santo. Ajuda a todos nós, as nossas autoridades, a zelarmos por esse bem que Deus nos concedeu. Fica conosco, Senhor, mas modifica também o nosso coração na direção dos nossos irmãos e irmãs que estão do nosso lado. Ajuda-nos a servir melhor”.

Ainda lembrou que não basta voltar do Morro da Penha para a “nossa vidinha mais ou menos lá na nossa comunidade”. “É preciso que a gente volte e diga: ‘Ele está vivo e ressuscitado’, como fizeram os dois discípulos de Emaús!”

UM APELO PELAS FAMÍLIAS

O momento devocional franciscano que antecedeu a Santa Missa, às 14h30, foi presidido pelos frades franciscanos do Santuário do Divino Espírito Santo. Frei Paulo Pereira conduziu as orações e Frei Clarêncio Neotti fez uma reflexão instigante, didática e histórica.

O frade, que é jornalista, escritor, redator da revista “Vida Franciscana”, situou os devotos no contexto do tema da família, que está em pauta no Sínodo dos Bispos e no Encontro Mundial das Famílias, em Filadélfia, em setembro.

“Todos nós sabemos, todos, que a família, como família, está em crise. Em todos os continentes. Em todas as religiões. Ora Jesus plantou a sua comunidade, a sua Igreja sobre a família e é preciso que nós tenhamos clareza que remédio podemos colocar aos pés desta árvore que não está dando os frutos que deveria dar e talvez, para lembrar a mesma frase do apóstolo Mateus a Jesus diante da figueira que não dava frutos, fosse preciso adubar. Este encontro mundial dos bispos sobre a família é exatamente para ver como reavivar a família, não só na Igreja Católica, mas em todo mundo, porque a sociedade toda esta plantada sobre a família”, observou Frei Clarêncio.  CLIQUE AQUI E VEJA A REFLEXÃO NA ÍNTEGRA

QUINTA-FEIRA

Nesta quinta-feira, 9 de abril, haverá Missas na Capela: 6h00, 7h00, 8h00 e 9h30. Às 14h30 começa o Oitavário, o momento devocional franciscano, e em seguida a Santa Missa no Campinho, que será coordenada pela área pastoral da cidade de Serra. As confissões são atendidas das 8h00 às 11h00 e das 14h00 às 16h00.

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