Os franciscanos e simpatizantes do carisma franciscano vivenciaram uma rica experiência missionária durante a II Caminhada Franciscana pela Paz e em Defesa da Vida realizada pelas ruas do Centro de Duque de Caxias (RJ), no último domingo. A iniciativa foi promovida pela Fraternidade Franciscana Santo Antônio, ligada à Ordem Franciscana Secular (OFS), pelo Colégio São Francisco e com o apoio do Jornal Pilar, da Diocese de Duque de Caxias e São João de Meriti.

O evento fez parte da programação da Semana Franciscana, e teve como objetivo de chamar a atenção para o extermínio de jovens na Baixada Fluminense e para a necessidade de se debater o fenômeno da violência e seus impactos nas vidas de crianças e jovens das periferias das grandes metrópoles brasileiras.

Guiada pelos franciscanos seculares, a caminhada partiu da Catedral de Santo Antônio e seguiu pelas ruas, calçadões e praças da cidade. Durante o trajeto, os participantes puderam refletir sobre a violência que atinge crianças e jovens, idosos e mulheres, bem como o meio ambiente e seus ecossistemas. Além das associações, grupos, pastorais e freqüentadores da paróquia, a caminhada também reuniu pessoas que passavam pela ruas, e que vivenciaram essa marcante experiência de comunhão fraterna em prol da paz e em defesa da vida.

O Mapa da Violência 2011, divulgado pelo Instituto Sangari – com dados referentes a 2008 – apresenta uma radiografia das mortes violentas dos jovens brasileiros e aponta a Cidade de Duque de Caxias como a cidade do Estado do Rio de Janeiro que mais mata adolescentes, ocupando a 16ª posição no ranking nacional.

A vida e os sonhos da juventude estão sendo interrompidos pela violência ainda presentes na Baixada Fluminense. Um exemplo que confirma esse triste quadro ocorreu no início de setembro, na cidade vizinha de Mesquita, com a tortura e assassinato de seis jovens por traficantes de drogas.

A primeira reflexão da manhã foi apresentada pelo Colégio São Francisco, que reuniu alunos e familiares, professores, funcionários e colaboradores para louvar e agradecer a Deus pelo dom da vida, por toda a obra da Criação e pela missão de ser mais do que uma escola, mas um espaço de convivência fraterna, de solidariedade através da educação.

Outro momento de grande emoção que marcou a caminhada foi a homenagem prestada pelo Grupo Jovem da Catedral Santo Antônio aos jovens assassinados e suas famílias com um momento de silêncio e oração. As outras reflexões foram conduzidas pelas irmãs Maria Madalena Martins, franciscana de Dillingen, e Ana Maria Soares, catequista franciscana, que abordaram, respectivamente, a violência contra idosos e mulheres.

Realizar uma caminhada pela paz e em defesa da vida é emblemático não só pela violência que assola a juventude, mas pela coragem e ousadia de vencer a indiferença e trazer a público a temática da violência e a negligência dos governantes frente a essas questões. A caminhada sinaliza a toda a sociedade que precisamos deter o quanto antes a exclusão e a violência para construirmos uma cultura de paz e justiça para as futuras gerações.

A Fraternidade Santo Antônio deixa aqui registrada a sua gratidão ao Padre Renato Gentille, administrador diocesano, e a todos os irmãos e irmãs da Catedral Santo Antônio pela alegria e disponibilidade que espelham o amor de São Francisco por todas as criaturas e o vigor de seu carisma entre nós.