Frades estudantes recebem Ministério do Acolitado
21/10/2022
Petrópolis (RJ) – Na terça-feira, 18 de outubro, festa de São Lucas, 7 frades do tempo da Teologia deram mais um passo em seu processo vocacional e abraçaram com ‘sim’ generoso ao ministério que a Igreja confere àqueles que se colocam a serviço do Reino de Deus, sendo instituídos acólitos para preparação do Altar do Senhor. A Celebração Eucarística, onde se deu o rito de instituição, foi presidida por Frei Paulo Roberto Pereira, Ministro Provincial.
Antes do início da homilia, os frades que seriam instituídos acólitos foram apresentados por Frei Marcos Antonio de Andrade, mestre dos frades formandos do tempo da Teologia, sendo eles: Frei André Santos Sungo Mingas, Frei Andrei Nascimento dos Anjos (Custódia São Benedito), Frei Danilo Santos Oliveira, Frei Fábio Melo Vasconcelos (Custódia São Benedito), Frei Felipe Medeiros Carretta, Frei José João Ganga e Frei Miguel Tchiteculo Tchindjombo Filipe.
Muitos motivos para celebrar
Frei Paulo começou a partilha da Palavra saudando os irmãos apresentados e a seguir pediu ao povo de Deus presente na celebração orações por seus confrades para que desempenhem com fidelidade a nova missão por eles abraçada neste dia. Estendendo a sua saudação em seguida, aos demais concelebrantes, Frei Jorge Paulo Schiavini, guardião da Fraternidade e na sua pessoa toda a comunidade local, a Frei Gustavo Wayand Medella, Vigário Provincial e nele toda a Fraternidade Provincial, e por fim, Frei Daniel Dellandrea, Definidor Provincial, e que, nesse mesmo dia celebrava quatorze anos de ordenação presbiteral.
Repleto de motivos para celebrar, esta Eucaristia seria uma frutuosa ação de graças, destacou frei Paulo, relembrando o aniversário de ordenação presbiteral de um dos concelebrantes, há pouco citado, a memória de Santo Antônio da qual, os franciscanos recordam todas às terças-feiras, o 3º dia da novena em preparação à festa de Santo Antônio de Santanna Galvão, a festa de São Lucas, apóstolo e evangelista, e claro, o motivo de sua presença: a instituição do acolitado, aos confrades que cursam o 3º ano de Teologia.
Como preparar a Ceia do Senhor?
A partir dos textos bíblicos propostos pela festa litúrgica, o presidente da celebração começou a guiar a sua reflexão para o tema da misericórdia, destacando esse elemento bastante presente no evangelho lucano: “Quando nós hoje celebramos São Lucas vamos olhar para como ele é conhecido, aquele que cura. Nós queremos ser curados. Nós temos o dom de curar também. Curar… Aceitar a cura e espalhar a cura através da aceitação da misericórdia e de fazermo-nos instrumentos da misericórdia.”, frisou o Ministro Provincial.
São Lucas é o Evangelista da Misericórdia, lembrou Frei Paulo, diversos são os seus escritos que abordam esse tema, três deles no capítulo 15 e aqui ocasião onde destacou as três “parábolas da misericórdia”(a ovelha perdida, a moeda perdida, e o filho pródigo), de modo breve, e acrescentou dizendo que:
“O tamanho da misericórdia de Deus só se amplia, e se amplia ainda mais no mistério da Cruz. Precedido do que esses nossos irmãos hoje se dispõem a servir, a ceia. Ali, na Última Ceia, na última refeição antes de entregar-se para salvação de todos nós, o Senhor nos ensina que para participar plenamente da sua vida, intensamente da sua misericórdia, para sermos curados e termos o dom de curar, é necessário que nós sirvamos”, disse.
‘Mestre, onde queres que preparemos a ceia?’
– Preparar a ceia, preparar o espaço ideal para acolher e experimentar a grandeza da mensagem do Senhor que nos cura, nos salva e nos liberta é isso o que vocês querem fazer, ajudar o Senhor a preparar a Ceia. Não apenas uma refeição, não apenas um ritual, mas na ceia o Senhor onde se traduz toda sua mensagem, o Senhor evidencia as suas predileções, as suas escolhas, e Jesus escolhe estar ao lado daqueles que sofrem, ali na ceia.
‘Mestre onde queres? Como queres que preparemos a ceia?
– Essa pergunta, do capítulo 26 do evangelho de São Lucas, vocês devem fazer-se ao assumir este ministério; todos nós devemos nos fazer: Senhor, como queres que nós ajudemos o mundo a reconhecer a Eucaristia, a Palavra, a Ceia, a transformação das chagas, a cura das chagas da nossa sociedade? Esse é o serviço da Igreja. Acólito é aquele que serve. […] Quando a religião, quando a Igreja, quando os ministros na Igreja, quando os investidos para servir ao invés de servir ao reino de Deus, servem-se a si mesmos, eles negam o princípio elementar da missão da Igreja. Todos nós somos servidores: homens, mulheres, crianças, jovens, adultos e velhos devemos servir a Igreja. Servindo a Igreja na própria Igreja. E servindo a Igreja onde ela tem que estar: no mundo da educação, na comunicação, na família… Servir a partir de onde a gente trabalha e de onde a gente convive. Ali nós todos devemos nos empenhar em servir. É este projeto que vocês sete hoje assumem, numa demonstração da Igreja servidora como urgentemente necessária para o mundo de hoje.
Por último, Frei Paulo terminou agradecendo à Fraternidade formadora, e a todos os formadores que acompanharam o percurso vocacional dos frades que seriam instituídos acólitos na celebração, bem como a comunidade local que reza pelas vocações, pedindo que o Senhor envie operários à sua messe.
Irmãos que na fé e na caridade servem a mesa do Senhor
Concluída a homilia, seguiu-se a celebração com o rito de instituição dos novos acólitos. Os frades colocaram-se ajoelhados diante do presbitério diante do Ministro Provincial. Em seguida, Frei Paulo proferiu a seguinte oração:
“Ó Deus de suma bondade que por vosso Filho Unigênito entregastes a vossa Igreja o Pão da Vida. Abençoai estes nossos irmãos escolhidos para o ministério de acólito, e concedei que se dediquem ao serviço do vosso santo altar distribuam fielmente o pão da vida aos seus irmãos e cresçam na fé e na caridade, para a edificação da vossa Igreja. Por Cristo, nosso Senhor”.
Após a oração, individualmente , os frades que foram instituídos no novo serviço, receberam em suas mãos a patena e, recebendo o Pão para a celebração da Eucaristia, receberam também a missão de proceder servindo de modo digno à mesa do Senhor e da Igreja. O momento foi seguido pela liturgia Eucarística, no qual os novos acólitos tomaram parte de seu serviço litúrgico e assim puseram-se a cuidar do Altar na preparação das oferendas. Após, a celebração seguiu o rito como de costume.
Antes da bênção final, Frei Paulo agradeceu o ‘sim’ generoso de seus confrades pelo serviço que abraçavam e a presença da comunidade que se fez presente neste momento.
Frei Bruno Gonçalves Cezário