Festa da Penha 2025: diversidade, carinho e piedade em homenagem à Mãe
30/04/2025
Vila Velha (ES) – Foram nove de dias de Festa e diversos meses de preparação. A Festa da Penha 2025 terminou, mas seguirá produzindo os frutos das muitas sementes plantadas em tantos corações. Na sequência, algumas impressões sobre toda a mobilização realizada em torno da celebração da Solenidade de Nossa das Alegria, levantando alguns pontos entre tantos outros que poderiam ser destacados:
A Festa da peregrinação
Uma grande Romaria formada por romarias. Esta poderia ser uma definição adequada da Festa da Penha, que chegou neste ano à sua 455ª edição. É a Festa em movimento, da Mãe, discípula-missionária que convida seus filhos e filhas a serem “Peregrinos de Esperança”. O vai-e-vem das pessoas e das Vans subindo a estrada do Convento. A subida e a descida das escadas que dão acesso à Capela. A visita da Imagem Peregrina às periferias e lugares de fragilidade, como os Hospitais e o Presídio Feminino revelaram a certeza de que Maria é próxima de todos, especialmente dos que mais sofrem. Os 14 km de percurso a pé na Romaria dos Homens, a Romaria de oito dias de Oração no Oitavário, num percurso espiritual que conduz à Solenidade da Virgem da Penha, os percursos realizados por terra e pela água, cuja soma totaliza 600 km de extensão: cavaleiros, motociclistas, remadores, conguistas, jovens, adolescentes e pessoas com deficiência se colocaram em movimento em direção ao encontro com o Sagrado, conduzidos pela Mãe.
A Festa dos Jubileus
A Palavra Jubileu tem sua raiz no substantivo “júbilo”, que significa uma alegria imensa, um contentamento indescritível que produzem como resposta necessária a gratidão. Foram várias as datas jubilares convergentes neste ano: 455 anos de Festa da Penha, 450 anos da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, 2025 da Encarnação de Jesus Cristo, 800 anos da composição do Cântico das Criaturas. Alegrias que nascem da Ressurreição do Filho, capaz de alegrar o coração da Mãe que partilha suas alegrias com a multidão que vem a seu encontro.
A Festa das estreias
A Festa da Penha 2025 também trouxe alguns ilustres “romeiros estreantes”. Dentre eles, destacam-se dois. Dom Ângelo Ademir Mezzari, Arcebispo recém-empossado na Arquidiocese de Vitória. Vindo da Capital Paulista, onde era Bispo Auxiliar da Região Ipiranga, na Arquidiocese de São Paulo. Participando pela primeira vez da Festa, o Arcebispo se declarou impressionado e feliz com a fé e amor do povo a Nossa Senhora da Penha, expressos nas inúmeras manifestações de carinho e piedade que ele viu durante os dias de celebração. Outro estreante foi Frei Gabriel Dellandrea, o novo guardião do Convento. Ele já havia participado de outras edições da Festa, mas desta vez foi a primeira na nova função. Aos 30 anos, Frei Gabriel é um dos mais jovens guardiães que já passaram pelo Convento da Penha.
A Festa do Papa Francisco
Presença constantes nos dias de Festa, mencionado desde a Missa de Abertura, a partir do segundo dia do Oitavário, o Santo Padre acompanhou a Festa da Penha do Céu, certamente em companhia da Mãe de quem ele foi filho dedicado e fiel devoto. Deixando muita saudade, o Papa Francisco foi mencionado e lembrado em todas as celebrações, homenageado com um quadro exposto nos principais momentos da Festa e recordado, com imenso carinho, no coração de muitos fiéis. Foram vários minutos de silêncio e longos momentos de aplauso para celebrar a vida e o exemplo do querido Papa Francisco.
A Festa Franciscana
O número de frades presentes também foi expressivo. Estiveram em todos os momentos, abençoando o povo, fazendo a aspersão de água benta, atendendo e conversando com as pessoas, acolhendo a quem chegava, tirando foto com os fiéis de votos, acompanhando a entrada da Virgem das Alegrias todos os dias do OItavário e no dia da Festa. Também dirigiram momentos de oração e reflexão, com destaque para a reza diária, no Campinho, da Coroa das Sete Alegrias de Nossa Senhora, devoção introduzida na Igreja pelos franciscanos e que tocou o coração daqueles que vieram fazer o Oitavário.
A Festa da proximidade
Todos se sentem próximos da Mãe das Alegrias. Têm intimidade com ela e fazem questão de partilhar os tesouros mais valiosos guardados no profundo do coração. A procissão final, com a condução da imagem do Parque da Prainha até o Convento com os frades, a pé, foi uma manifestação improvisada e, ao mesmo tempo, emocionante. Junto com a Mãe, os devotos acompanharam numa atitude de reverência e oração. Com a chegada ao portão, os frades tornaram a virar Nossa Senhora de frente para o povo que, mais uma vez, vibrando de alegria e gratidão, respondeu com acenos e beijos. É um sentimento real e concreto de filiação que brota no íntimo de cada devoto.
A Festa da comunicação
A Festa da Câmera, das fotos, dos vídeos, dos flashes. Das muitas horas de transmissão ao vivo pela TV, pelo rádio e pela internet. Festa multimídia, levada para o Brasil e para o mundo pelo trabalho de um grande número de profissionais e voluntários: jornalistas, fotógrafos, cinegrafistas, técnicos, locutores, assessores trabalharam duro para que Nossa Senhora passasse pela casa e pela vida daqueles que só puderam acompanhar a Festa da Penha pelos meios de Comunicação. A transmissão na íntegra de quase toda a programação da Festa se intensificou no período da pandemia produzindo uma comunicação dinâmica, instantânea e rápida que veio para ficar.
A Festa das juventudes
A participação de jovens e adolescentes vem crescendo ano a ano. Em 2025, mais uma vez a Romaria dos Adolescentes teve sua concentração no Parque da Prainha, na manhã de sábado, dia 26 de abril. Percorreram com alegria a subida da estrada do Convento e lotaram o Campinho, depositando energia e entusiasmo aos pés de Nossa Senhora. “Os adolescentes são flores que enfeita o jardim de Nossa Senhora”, disse o frade que os acolheu. O presidente da celebração eucarística que concluiu a Romaria, Dom Andherson Franklin, Bispo Auxiliar de Vitória, elogios os adultos, sejam catequistas ou outras lideranças, que se dispõem a acompanhar os grupos de adolescentes. “Vocês fazem um bem enorme à Igreja”, disse, expressando gratidão a eles pela entrega ao cuidado da juventude.
A Festa da inclusão
Realizada há 30 anos, reúne os “preferidos” de Nossa Senhora da Penha, que vêm em Romaria com seus cuidadores, especialmente pais e mães, verdadeiros anjos da guarda que receberam de Deus uma incumbência divina. Serem guardião do cuidado exigente dos mais fragilizados da sociedade. Foi no sábado, dia 26 de abril, pela manhã, com saída do Santuário do Divino Espírito Santo, no Centro de Vila Velha, e chegada no Parque da Prainha, em frente à Igreja. Como já de costume, esta Romaria sempre apresenta uma carta para ser lida e refletida, na qual são apresentadas algumas necessidades muito legítimas das pessoas com deficiência. Neste ano, houve a insistência para que se reforcem e ampliem as redes de apoio: A rede de apoio é fundamental, pois oferece suporte emocional, educacional e social, promovendo o desenvolvimento pessoal e a autonomia das pessoas com alguma deficiência. Além disso, a inclusão fortalece a sociedade como um todo, promovendo diversidade, respeito e igualdade de oportunidades”, diz um trecho da carta-manifesto.
A Festa dos “exageros”
Todos exageros bons. Os números são superlativos: 2,7 milhões de fiéis, 600 km de percurso entre romarias, peregrinações, corrida e caminhadas, 100 mil copos de água mineral consumidos por todo o pessoal envolvido nos trabalhos, 54 missas, 14 romarias. A generosidade que faz vencer o cansaço, suportar longas filas, ter a força para ir até o fim. Participar da Festa do Penha, cada ano, é um banho de espiritualidade pascal, manifestação popular da fé no Ressuscitado e em sua Mãe, a Vigem das Alergias. Viva Nossa Senhora da Penha.
Equipe de comunicação da Festa da Penha:
Frei Augusto Luiz Gabriel, Frei Gustavo Medella, Frei Roger Strapazzon
Imagem de destaque: Danilo Lucca/Divulgação da Festa da Penha