De 17 a 24 de junho: 33ª Semana Nacional do Migrante
17/06/2018
Brasília – A convocação veio do Papa Francisco: se unirem para intensificar os esforços e consolidar ainda mais o compromisso na construção de uma cultura do encontro. Foi com esse chamado que as pastorais e organismos vinculados à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que atuam com a causa migratória prepararam a 33ª Semana Nacional do Migrante, que acontece de 17 a 24 de junho em todo o país, com o tema “A vida é feita de encontros” e o lema “Braços abertos sem medo para acolher!”.
Além das pastorais e organismos da CNBB, outras instituições ligadas ao atendimento e acompanhamento de migrantes e refugiados colaboraram com o Serviço Pastoral do Migrante e a Cáritas Brasileira nesta ocasião.
O bispo de Pesqueira e referencial do Setor Pastoral da Mobilidade Humana da CNBB, dom José Luiz Ferreira Sales, considera que, para a Igreja, é muito importante reforçar os direitos dos migrantes, refugiados e das diversas categorias migratórias: “Esse dever-desafio encontra sentido quando denunciamos, por exemplo, o trabalho escravo e o tráfico de pessoas, uma vez que, não podemos, em hipótese alguma, permitir tais violações”.
O objetivo é promover a “cultura do encontro”, tão motivada pelo Papa Francisco, “fazendo crescer os espaços e as oportunidades para que os imigrantes e as comunidades locais possam se reunir, dialogar e passar à ação”, de acordo com a proposta divulgada.
A edição deste ano está em sintonia com a campanha mundial da Cáritas “Compartilhe a viagem”, dedicada à sensibilização e à informação sobre imigração e refúgio. “O convite é para ir ao encontro, como gesto natural dos crentes que vivem uma fé Igreja em saída, para abraçar, escutar, apoiar, dar a mão, compartilhar trajetórias, alegrias, dores e fazer-se próximo”, afirmam os organizadores.
“A campanha ‘Compartilhe a viagem’ propõe incentivar as pessoas, homens, mulheres, crianças e jovens, de todos os credos e religiões, para irem ao encontro dos migrantes, colaborando na construção de uma cultura de Paz, a partir das histórias de vida e da diversidade cultural dos migrantes. Por isso, é importante enxergar os migrantes como oportunidade no projeto de reconstrução das sociedades”, situa o arcebispo de Aracaju e presidente da Cáritas Brasileira, dom João José Costa.
Cartaz
De braços abertos sem medo para acolher indica também a atitude e a mentalidade de quem sabe entender, relacionar-se, respeitar, valorizar e defender, se necessário, as muitas alteridades que aparecem cada vez mais nas comunidades locais, as que vêm com as migrações e as que se multiplicam social e culturalmente, unindo a todos e todas contra xenofobias, discriminação ou violência de sorte. Assim, descobrimos nas migrações mais uma oportunidade para toda a Igreja e a sociedade, um dom para o país e uma ocasião de crescimento e enriquecimento para quem sabe ir ao encontro.
A humanidade está em movimento
Conforme estimativas da ONU, a população que vive fora do país em que nasceu é de 3,3% da humanidade, o que corresponde a 244 milhões de pessoas, com um aumento de 41% entre 2000 e 2015. O número de migrantes internacionais aumentou mais rápido do que o crescimento da população, de acordo com as Nações Unidas. Na América Latina, a média de estrangeiros sobre a população local é inferior a 2%. O Brasil tem uma incidência ainda menor de imigrantes e refugiados sobre a população do país, com acerca de 1%, incluindo as estimativas sobre aqueles que se encontram em situação migratória irregular. São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul e Distrito Federal foram destinos de quase metade dos fluxos de imigrantes. Contudo, deve-se destacar o aumento da presença de imigrantes nos Estados de Goiás,Ceará, Mato Grosso do Sul e Amazonas. Roraima e Amazonas vêm registrando intenso fluxo de pessoas provenientes da Venezuela, enquanto que o fluxo de ingresso de haitianos vem diminuindo nos últimos anos.
Atividades em São Paulo
O Serviço Pastoral dos Migrantes de São Paulo realizará uma série de atividades na Grande São Paulo e capital. Entre elas, uma Mesa de diálogo sobre a 33ª Semana do Migrante, com presença de Rilienne Richard, da União Social dos Imigrantes Haitianos – USIH) e Profº Fernando Altemeyer, chefe do departamento de Ciências da Religião da PUC/SP). O evento acontece no dia 22 de junho, sexta-feira, às 14h na Rua do Glicério, 225, São Paulo (SP).
No sábado, 30/06, haverá a Celebração do Migrante na Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida. A missa acontece às 18h e será presidida por Dom Adilson Busin, bispo auxiliar da Arquidiocese de Porto Alegre.