O sol forte e o céu azul característico dos dias cariocas acolheram, neste dia de festa, a Paróquia Santa Clara de Assis, de Imbariê, em Duque de Caxias (RJ), para uma celebração marcada por fé, emoção e gratidão. Aos pés do Cristo Redentor, no alto do Corcovado, frades e coroinhas da paróquia celebraram solenemente a Solenidade de São Frei Galvão, o primeiro santo brasileiro, reconhecido pela Igreja por sua vida de oração, caridade e confiança em Deus.

Desde as primeiras horas da manhã, o grupo subiu as escadarias e o caminho que conduz ao Santuário do Cristo Redentor. Para muitos, especialmente os coroinhas e servidores do altar, foi a primeira visita ao Cristo, um marco espiritual e uma experiência única de comunhão e fé. O local, repleto de turistas, fiéis e peregrinos, tornou-se um verdadeiro altar ao ar livre, onde a presença franciscana e a devoção a Frei Galvão se uniram sob o olhar acolhedor do Cristo que abençoa o Rio de Janeiro.

A Santa Missa foi presidida pelo pároco Frei Jean Carlos Ajluni Oliveira, OFM, e concelebrada pelo Vigário Paroquial Frei Jeferson Palandi Broca, OFM, reunindo um grande número de fiéis e devotos. Durante a homilia, Frei Jean destacou a simplicidade e a humildade de Frei Galvão, “filho de São Francisco de Assis que, pela sua fé e vida de serviço, alcançou a graça de Deus”.

“A humildade dos pequeninos fez com que Frei Galvão alcançasse a graça de Deus. Nós também somos esses peregrinos que, diante do Cristo Redentor, somos chamados a viver com mais humildade e fraternidade”, afirmou o frade.

O momento de maior emoção da celebração veio ao final, quando Frei Jean recordou um dos sinais mais conhecidos da devoção ao santo: as Pílulas de Frei Galvão. Ele explicou que, na origem desse gesto de fé, Frei Galvão escreveu em pequenos pedaços de papel a frase latina “Post partum, Virgo, inviolata permansisti; Dei Genitrix, intercede pro nobis” (“Depois do parto, ó Virgem, permaneceste intacta; Mãe de Deus, intercede por nós”), oferecendo-os a uma mulher enferma que, após tomá-los com fé, foi curada.

Desde então, as Pílulas de Frei Galvão tornaram-se um sinal de fé e confiança na intercessão de Nossa Senhora e de Frei Galvão, e são distribuídas com grande devoção nos santuários dedicados ao santo, especialmente no Mosteiro da Luz, em São Paulo.

“As pílulas não são um remédio físico, mas um símbolo de fé e oração”, ressaltou Frei Jean. “Quando alguém reza a novena de Frei Galvão e toma as pílulas com confiança, não está confiando no papel, mas em Deus que opera maravilhas através da fé sincera. É um convite a crer, a pedir e a agradecer pelas graças alcançadas”.

Essas palavras tocaram profundamente os presentes, especialmente os jovens servidores do altar, que puderam compreender que servir a Deus também é um caminho de fé viva, marcada por gestos simples e cheios de amor.

A celebração seguiu em clima de alegria e espiritualidade, com cânticos, oração e momentos de profunda contemplação diante do Cristo Redentor. A comunhão entre frades, coroinhas e fiéis foi um testemunho da presença viva de Deus na caminhada da paróquia.

Para a Paróquia Santa Clara de Assis, essa celebração representou muito mais do que uma visita ou uma data litúrgica: foi uma verdadeira peregrinação de fé, que uniu a devoção franciscana à beleza do símbolo maior da fé cristã no Brasil.

A experiência aos pés do Cristo Redentor ficará gravada na memória e no coração de todos os que participaram. Sob o olhar misericordioso de Jesus, a comunidade de Imbariê renovou sua fé, reforçou os laços de fraternidade e saiu fortalecida para continuar sua missão de evangelizar com alegria, simplicidade e amor, seguindo o exemplo de São Frei Galvão.

“Desceremos deste monte como discípulos do Redentor, levando no coração o mesmo amor que inflamou Frei Galvão: a fé em Deus, a confiança em Maria e o desejo de servir aos irmãos e irmãs com humildade e esperança”, concluiu Frei Jean.

Um dia inesquecível de oração, gratidão e aprendizado, vivido com o coração franciscano e o espírito peregrino que caracteriza a caminhada da Paróquia Santa Clara de Assis.

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Frei Franklin Matheus da Costa