No último sábado, 4 de outubro, a Paróquia Santa Clara de Assis, em Imbariê, Duque de Caxias (RJ), viveu com grande alegria e devoção a celebração solene da Festa de São Francisco de Assis, padroeiro da Comunidade São Francisco, situada no Jardim Anhangá. O momento marcou o ponto alto de dias intensos de oração, preparação e louvor, que culminaram na solene Eucaristia presidida por nosso pároco, Frei Jean Carlos Ajluni Oliveira, concelebrada por Frei Jeferson Palandi Broca, vigário paroquial, e com a presença dos demais frades que compõem a Fraternidade N. Sra. Mãe Terra: Frei Franklin Matheus, Frei Fábio José e Frei Silvério Cajonde. Toda a comunidade paroquial, representada por seus diversos grupos e movimentos, reuniu-se em torno do altar do Senhor, formando um verdadeiro mosaico de fé, unidade e fraternidade.

A celebração começou de forma especial, com uma bênção concedida a todos os presentes, marcada por gratidão e reconhecimento. A comunidade local, após dois meses de trabalho, celebrou a conclusão da colocação dos pisos na nave da igreja e a reforma do presbitério, resultado do esforço, dedicação e colaboração de tantos corações que não mediram esforços para cuidar da Casa de Deus. Esse gesto de perseverança foi celebrado como um verdadeiro sinal de fé e compromisso, refletindo o espírito franciscano de simplicidade, serviço e comunhão.

Em sua homilia, Frei Jean destacou a importância de celebrar São Francisco de Assis, conhecido como o “Pobrezinho de Assis”, aquele que com amor ardente ao Cristo pobre, humilde e crucificado, tornou-se restaurador da Igreja e sinal vivo do Evangelho. O frade fez um convite profundo à comunidade:

“Meus irmãos e irmãs, hoje todos nós somos convidados, assim como São Francisco, a vivenciarmos com grande profundidade as belezas do Evangelho. E aqui faço um pedido para essa comunidade: ajude a todos nós, a toda a nossa paróquia, a sermos pessoas que vivenciam o Evangelho da Paz. Essa paz que, mesmo com as dificuldades e os conflitos que temos, não pode nos impedir de sermos respeitosos, amorosos e fraternos com os irmãos e com toda a humanidade. É necessário ser testemunhas vivas do Cristo da Paz, que Francisco tanto amou. ”

As palavras do pároco ecoaram fortemente no coração dos fiéis, despertando em todos a consciência de que o seguimento de Cristo, à luz do carisma franciscano, exige atitudes concretas de paz, solidariedade e fraternidade. A celebração solene, portanto, não foi apenas memória de um santo, mas verdadeiro chamado à conversão e à vivência autêntica do Evangelho.

A presença marcante dos frades que compõem a Fraternidade Nossa Senhora Mãe Terra e a tantos anos neste território. Cada um, em sua consagração e missão, expressa a diversidade e a vitalidade da vida franciscana em nosso território, tornando-se testemunho vivo de que a espiritualidade de São Francisco continua a florescer e a gerar frutos na Igreja de hoje.

Após a Santa Missa, a comunidade pôde se confraternizar na tradicional quermesse, que reuniu famílias, jovens, crianças e idosos em clima de fraternidade e alegria. Este momento de partilha reforçou o sentido comunitário da festa, tão característico da espiritualidade franciscana, que vê em cada encontro uma oportunidade de viver a fraternidade universal, tão cara ao Seráfico Pai.

Celebrar São Francisco de Assis, padroeiro da ecologia, da paz e da fraternidade, é sempre um convite a olhar para Cristo com olhos novos e corajosos. Seu testemunho nos inspira a viver de maneira simples, humilde e profundamente evangélica, recordando que somos chamados a ser instrumentos da paz de Deus em nosso mundo.

Que esta Solenidade fortaleça nossa paróquia e nossas comunidades no caminho do Evangelho, tornando-nos discípulos missionários que anunciam a vida, cultivam a paz e cuidam da criação. Assim como Francisco restaurou a Igreja de seu tempo, também nós somos chamados a ser pedras vivas na edificação de uma Igreja que irradia amor, respeito e fraternidade.

Benção das criaturas (animais)

Na manhã de sábado 04 de outubro, a Comunidade São Francisco recebeu, e viveu um momento de grande alegria e espiritualidade com a tradicional Bênção das Criaturas, celebrada em honra ao Pobrezinho de Assis, conhecido por seu amor e cuidado com toda a criação. A celebração foi presidida por nosso pároco, Frei Jean Carlos Ajluni Oliveira, OFM, que reuniu fiéis, famílias e seus animais de estimação para este gesto de fé e reconhecimento da bondade de Deus presente em cada criatura.

Durante a celebração, Frei Jean recordou que: “Os animais criados por Deus estão ligados à vida do ser humano. Eles fazem parte da obra da salvação, por isso invocamos a bênção de Deus sobre eles e louvemos o próprio Criador de todas as coisas. ” Essas palavras ressoaram profundamente no coração dos presentes, lembrando-nos que o cuidado com a criação é também uma expressão de amor ao Criador.

A bênção, além de valorizar o vínculo especial entre o ser humano e os animais, reforça a espiritualidade franciscana, que nos convida a reconhecer em cada ser vivo um reflexo da bondade divina. Assim como São Francisco de Assis, que chamava todas as criaturas de irmãos e irmãs, a comunidade se reuniu em oração, gratidão e respeito pela vida em todas as suas formas.

Este gesto simples, mas cheio de significado, renova em nós a consciência de que somos chamados a viver em harmonia com a natureza, cuidando da obra da Criação como verdadeira herança de Deus.

Trânsito de São Francisco

Na noite de sexta-feira, 3 de outubro, a Paróquia Santa Clara de Assis celebrou com fé e devoção o Trânsito de São Francisco de Assis, memória litúrgica que recorda a passagem do Pobrezinho deste mundo para Deus. A celebração, que também marca as Vésperas da Festa o Santo Padroeiro da Ecologia, foi realizada na Comunidade São Francisco e reuniu frades, fiéis e toda a fraternidade em clima de oração e contemplação.

A liturgia foi conduzida pelo Frei Jeferson Palandi Broca, guardião da Fraternidade Mãe Terra, que, juntamente com os frades presentes, guiou o povo na oração dos Salmos, recordando que, assim como Francisco, todo cristão é chamado a viver sua vida como um cântico de louvor. Em seguida, o Frei Jean Carlos Ajluni Oliveira, pároco da comunidade, fez a leitura de um trecho da Primeira Vida de São Francisco, escrita por Frei Tomás de Celano. O texto, presente no capítulo 8, narra os últimos momentos do Santo de Assis e suas palavras de entrega serena e confiante, quando exalava seu último suspiro em meio aos irmãos.

Durante a reflexão, o Frei Silvério Canjonde, destacou a importância espiritual dessa celebração para toda a família franciscana e para a Igreja. Ele recordou que o Trânsito não é apenas memória da morte de Francisco, mas é, sobretudo, celebração pascal, marcada pela esperança. “A noite nesta penumbra é o convite, assim como Francisco, mesmo no momento da morte, a louvar, agradecer e perdoar. Que possamos ser sinal vivo de Jesus pobre, humilde e crucificado, como nosso Seráfico Pai tanto amou e tanto se dedicou”, afirmou o frade.

O momento orante, realizado ao cair da tarde, fez memória da simplicidade com que Francisco viveu até o fim: deitado em terra nua, frágil e ofegante, entoando o Salmo 141 e ouvindo a leitura do Evangelho de João, ele fez de sua morte um testemunho de vida, transformando a agonia em celebração de esperança. Para os frades e fiéis presentes, reviver este mistério é recordar que a espiritualidade franciscana convida a viver e a morrer com os olhos fixos no Crucificado, com confiança absoluta na misericórdia de Deus.

A celebração do Trânsito foi marcada por grande emoção e recolhimento, deixando em todos a certeza de que o testemunho de São Francisco continua vivo, inspirando homens e mulheres a abraçarem uma vida de simplicidade, fraternidade e amor à criação. Sua Páscoa definitiva, celebrada ao pôr do sol de 3 de outubro de 1226, permanece como sinal de esperança para a Igreja de todos os tempos.

A Paróquia Santa Clara de Assis e a Comunidade São Francisco renovaram, assim, sua gratidão a Deus pelo dom da vocação franciscana, pela vida e pelo testemunho do Seráfico Pai, cuja espiritualidade continua a ser fonte de inspiração para aqueles que desejam viver o Evangelho em sua radicalidade.

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Texto: Frei Franklin Matheus, OFM – Fotos: Yasmin Bevenuto