Ministro provincial visita o Convento da Penha: “evangelizamos em fraternidade”
08/08/2024
Uma visita fraterna. Um momento de reencontro. Uma celebração com sentimento de gratidão. Assim foi realizada a tradicional Missa da Saúde, no Campinho do Convento da Penha, na tarde desta quarta-feira (7), com a presença do Frei Paulo Roberto Pereira, Ministro provincial da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil. O frade foi guardião e reitor do Santuário de Nossa Senhora da Penha de 2016 a 2021.
O objetivo da visita de Frei Paulo é “rever”, “atualizar” e “anunciar”, tema do Capítulo Provincial, que será realizado em novembro deste ano, em Agudos (SP). Faz parte da “Visita Canônica” a conferência dos livros de atas, crônicas, Missas e contabilidade. Além disso, ele também reencontrou os voluntários, ministros da Sagrada Eucaristia e os fiéis que acompanham a vida e missão da Penha.
O Ministro provincial presidiu a Eucaristia, que foi concelebrada pelo Frei Paulo César Ferreira da Silva,vigário; Frei Robson de Castro Guimarães e Frei Alessandro Dias do Nascimento, do Instituto Bíblico Franciscano, em Jerusalém (IL). A visita ao Regional do Espírito Santo, o menor da Província, foi iniciada no último fim de semana. No domingo, 04 de agosto, Frei Paulo presidiu o encerramento da Festa de Santa Clara de Assis, em Colatina (ES). Ele chegou ao Covento da Penha na noite da última terça-feira, 6 de agosto.
Em sua homilia, o frade destacou a alegria de retornar à casa de Nossa Senhora das Alegrias e de celebrar a Santa Missa nas intenções da saúde. “Com uma mão sobre o peito, outra mão apontada para o céu, recebendo a graça do Senhor, queremos rezar. A bondade do Senhor nos cura, nos revigora. O vigor que vem do céu nos torna comprometidos com uma vida saudável, uma vida santa. Primeiro gostaria de falar da alegria de estar aqui, mais uma vez, no Convento da Penha e, nesta ocasião, fazendo a visita fraterna. Uma das tarefas do Ministro provincial é visitar as fraternidades. Desde ontem à noite estou aqui convivendo com os confrades e recordando, aqueles combinados necessários para que nossa missão seja eficaz, seja frutuosa. Uma das lembranças sempre necessárias, é que nós frades, identificamos nossa missão fugindo de qualquer forma de subjetivismo. Nós evangelizamos em fraternidade e o anúncio da fraternidade é a nossa melhor maneira de evangelizar”, afirmou.
Embasado no Evangelho do dia, o Ministro provincial falou sobre as virtudes individuais de cada frade que trabalha no Convento, e lembrou que a missão da fraternidade é de servir com generosidade. “Frei Pedro Engel, que todos nós amamos muito, disse que um dia, após a Celebração, como é costume aqui, ele foi aspergir água benta nas pessoas piedosas e devotas, e alguém teria dito para ele: ‘O senhor é o melhor jogador de água benta que nós temos aqui no Convento’. Ninguém asperge água benta como o Frei Pedro, da mesma maneira como ninguém prega o Evangelho com tamanho fervor como Frei Robson. Ninguém canta tão bonito quanto Frei Paulo César. Ninguém é tão prestativo e atento quanto Frei Alessandro. E a gente poderia ir multiplicando as virtudes individuais de cada frade. Ninguém organiza tão bem o Convento como o guardião, Frei Djalmo. Ninguém é tão atento às necessidades dos outros como Frei Jorge.
A partir das características dos frades do Convento, Frei Paulo resumiu a importância da diversidade para a composição de uma fraternidade. “Portanto, as virtudes individuais vão se somando, mas elas não são tão necessárias quanto aquela virtude de toda a fraternidade. Vocês, por favor, esperem sempre de nós um compromisso que é de todos: oferecer o nosso melhor sempre que formos exigidos. Vocês encontrem na fraternidade franciscana, homens dispostos a servir com generosidade e acolher a todos que vêm aqui com fraternidade. Esta é a missão de todos. Cada qual individualmente com suas virtudes, com único compromisso. Oferecer o seu melhor!”, disse.
Ainda sobre a relevância de servir com carinho fraterno e disposição, Frei Paulo recordou a missão dos frades de oferecer sempre o melhor. “Não exijam de nós coisas que não podemos oferecer. Não queremos estar aqui como popstars, como influencers. E agora parece-me que é uma mania entre os presbíteros, ser influencers, tiktokers, não exijam isso de nós. Mas exijam o que possamos oferecer o que temos de melhor, e cada qual oferecendo o seu melhor, estaremos contribuindo para que a fraternidade viva bem o privilégio de morar no alto desta ‘Montanha abençoada’.
Ele destacou o quanto a presença dos fiéis na vida dos franciscanos. “Peço que rezem por nós. Normalmente as pessoas vêm ao Convento e pedem: ‘Sua bênção, Frei’. Sempre pedem-nos a bênção e a bênção não é nossa, somos instrumentos da bênção de Deus. Podem continuar a pedir a bênção, nós somos ‘dispensadores da bênção’, mas nos abençoem também. Rezem por nós, intercedam a Deus por nós, roguem a Deus por nós, rezem pela nossa saúde, rezem pela nossa salvação. E a prece de um pelo outro é um exercício curativo, por isso, tem sentido essa congregação semanal aqui neste lugar. Aqui viemos num exercício de confiança em Deus e de partilha da mesma fé”, lembrou.
“Viemos aqui experimentar a mesma fé e, por isso, esse ambiente é de sanação, curativo, ambiente bom. Nesse sentido, podemos dizer: ‘Senhor, é bom estarmos aqui’! É bom fazer o esforço de subir a esta alta montanha para estar na presença de Deus, para experimentar o coração acolhedor de Maria, nossa Mãe e para experimentar também a amizade fraterna daqueles que têm a mesma fé que eu tenho. Esse exercício de experimentar a fraternidade, a amizade social, o companheirismo, cura-nos. Porque os ambientes que nos expulsam, nos agridem, geram doença, mas o ambiente fraternal é ambiente que cura. Repitamos essa terapia, repitamos esse tratamento. Gostemos de estar entre irmãos e revelar aquilo que temos de melhor. Gostemos de experimentar o respeito, a bondade, a capacidade de compreender, de perdoar. É isso que fazemos aqui, é como exercício terapêutico, como exercício de sanação das doenças, de revigoramento de nosso espírito, de nossa alma, de nosso corpo. Melhor ainda quando somos brindados por esta leitura do profeta Jeremias (31,1-7). Deus olhando para seu povo que experimentou tanta desventura, diz: ‘Amei-te com amor eterno e te atraí com a misericórdia’.
O presidente da celebração completou. “Ouvir o profeta nos dizer assim, enche nosso coração de puro vigor. Deus deita os olhos sobre nós e diz: ‘Eu te amei, quem te atraiu a mim foi a misericórdia, eu cuido de você e meu cuidado faz você semear, colher e dançar pela boa colheita’. É Deus a alimentar nossa esperança. Deus nos ama, cuida de nós. Sua misericórdia nos atrai, somos atraídos pela misericórdia do Senhor. E confortados assim, dançamos de alegria, apesar de nossos pecados, de nossas fragilidades”, refletiu.
“Deus deitou o seu olhar misericordioso sobre nós e a nós revelou o seu amor. Essa convicção nos enche de alegria, nos revigora, nos anima, nos dá saúde novamente. É por isso que é bom repetirmos essa terapia, enfatizou Frei Paulo. “Ouvimos o bonito trecho de Mateus 15,21-28, quando Jesus amplia sua missão. Percebemos duas atitudes necessárias para os cristãos. Primeiro o reconhecimento de nossa fragilidade, apesar de sermos criaturas amadas pelo Senhor, somos frágeis, pequenos, somos insignificantes e, mesmo assim, somos aos olhos de Deus, criaturas ‘amoráveis’. Uma segunda atitude curativa é a demonstração da nossa fé, o entendimento que em Jesus está a nossa salvação. No diálogo do Evangelho percebemos duas atitudes, sendo o reconhecimento da nossa fragilidade, nossa insignificância e, ao mesmo tempo, o reconhecimento do poder de Deus, da grandeza de Deus, de onde vem a nossa salvação”, completou.
Ao final da Santa Missa, o frade fez um convite vocacional, já que a Igreja no Brasil reserva o mês de agosto para as orações pelas vocações. “Hoje nossa Província conta com cerca de 300 frades, tá diminuindo o número de freis… Então vamos rezar pelas vocações! Esse mês inteiro é tempo de rezar pelas vocações. Podemos fazer um combinado de rezar ao menos uma Ave Maria por dia pelas vocações e um jeito bom de fazer brotar vocações é viver bem a sua própria vocação. A vocação de batizado, a vocação de família, a vocação de cristão no meio da sociedade. Viver bem, viver com valores cristãos”, disse.
A celebração foi encerrada com a bênção de Nossa Senhora da Penha e parabéns para os aniversariantes.
Cristian Oliveira- Asssessoria Convento da Penha