Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Pelos refugiados e pela paz, os apelos de Francisco na Audiência Geral

Nesta quinta-feira recorre o Dia Mundial do Refugiado. Neste sentido o Papa recordou os verbos “acolher, promover, acompanhar e integrar”, pedindo aos Estados que assegurem condições humanas aos refugiados a facilitem a sua inserção. No pedido a continuarmos a rezar pela paz, a oração pela intercessão do novo Beato polonês, sacerdote mártir do comunismo. Saudação também ao “querido povo chinês, povo nobre e tão corajoso”.

Um convite, um apelo, uma saudação. O convite a “promover, acompanhar e integrar” os refugiados que batem às nossas portas, na véspera do Dia Mundial a eles dedicado, e que em 2024 tem por tema “Esperança longe de casa: por um mundo inclusivo com as pessoas refugiadas”. Também o apelo para continuar a rezar pela paz nos países devastados pela guerra, “uma derrota desde o início”, as saudações ao “nobre” e “corajoso” povo chinês.

Acolher, promover, acompanhar e integrar

Nas suas saudações em italiano, já ao final da Audiência Geral, o Papa Francisco recorda que na quinta-feira, 20 de junho, é celebrado o Dia Mundial do Refugiado, um evento anual promovido pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR)  para reconhecer a força, a coragem e a perseverança de milhões de pessoas em todo o mundo forçadas a fugir devido a guerras, violência, perseguições, violações dos direitos humanos.

Precisamente pensando nestas pessoas às quais reservou um pensamento desde o início do seu pontificado, Jorge Mario Bergoglio faz votos de que o Dia Mundial a eles dedicado “possa ser a oportunidade de dirigir um olhar atento e fraterno a todos aqueles que são obrigados a fugir das suas casas, em busca de paz e segurança.” Francisco repete então os quatro verbos pregados por anos como forma de enfrentar a emergência migratória.

Todos somos chamados a acolher, promover, acompanhar e integrar quem bate à nossa porta. Rezo para que os Estados trabalhem para garantir condições humanas aos refugiados e facilitar os processos de integração.

Desde seu início, a guerra é sempre uma derrota

O tema da migração está intimamente ligado com as guerras. E como costuma fazer em seus pronunciamentos, o Santo Padre voltou a pedir aos milhares de fiéis presentes na Praça São Pedro e aos que acompanham a transmissão da audiência em todo o mundo para não se cansarem de rezar pela paz e pelas populações que, entre bombardeamentos, ataques, fome, violência de vários tipos, a vislumbram somente como uma miragem:

Continuemos a rezar pela paz. A guerra é sempre uma derrota, desde o início. Rezemos pela martirizada Ucrânia, pela Terra Santa, pelo Sudão, por Mianmar e onde quer que as pessoas sofram com a guerra, rezemos todos os dias pela paz.

A oração ao Beato Michal Rapacz, sacerdote mártir do comunismo

Em favor da paz, o Papa também pediu a intercessão do padre Michał Rapacz, o jovem sacerdote polonês, mártir do comunismo, beatificado em Cracóvia no passado dia 15 de Junho. Recordando o novo beato ao saudar os peregrinos poloneses, Francisco pediu que “o seu testemunho se torne um sinal de consolação de Deus, nestes tempos marcados pelas guerras”.

Que o seu exemplo nos ensine a ser fiéis a Deus, a responder ao mal com o bem, a contribuir para a construção de um mundo fraterno e pacífico. Beato padre Michał, interceda pela Polônia e para que se obtenha a paz no mundo!

O ” nobre e corajoso” povo chinês

Por fim, o pensamento do Pontífice volta-se para a China, ao saudar os “Amigos do cardeal Celso Costantini”, associação dedicada ao primeiro delegado apostólico em solo chinês, presentes na Praça São Pedro, acompanhados pelo bispo de Concordia-Pordenone, dom Giuseppe Pellegrini.

Na quinta-feira, 20, eles se reunirão na Pontifícia Universidade Urbaniana para uma conferência em memória de dom Costantini, também na presença do cardeal Secretário de Estado Pietro Parolin, por ocasião do 100º aniversário do Concilium Sinense de Xangai, desejado e promovido pelo próprio Costantini:

E isso me faz pensar no querido povo chinês. Rezemos sempre por este povo nobre e tão corajoso, que tem uma cultura tão bela. Rezemos pelo povo chinês.

Ciclo de catequeses

Os Salmos nos conduzem à felicidade e nos preparam para o Jubileu

Na Praça São Pedro, Francisco prosseguiu seu ciclo de catequeses sobre o Espírito Santo e recordou que a Igreja vive o Ano da Oração em preparação ao Jubileu de 2025, aconselhando a meditação do Livro dos Salmos.

Os Salmos e o Espírito Santo foram o tema da catequese do Papa na Audiência Geral de hoje, realizada na Praça São Pedro.

Francisco definiu este livro do Antigo Testamento como uma “sinfonia de oração”, cujo compositor é o Espírito Santo. E citou as edições que contêm o Novo Testamento e os Salmos juntos, revelando que mantém em sua escrivaninha um desses volumes em ucraniano, que pertenceu a um soldado que morreu na guerra: “E ele rezava na frente de combate com este livro”.

Como em toda sinfonia, nela existem vários “movimentos”, ou seja, vários tipos de oração: louvor, ação de graças, súplica, lamento, narração, reflexão de sabedoria e outros, tanto na forma pessoal quanto comunitária.

Alguns salmos refletem, por vezes, uma situação histórica e uma mentalidade religiosa que já não são as nossas. Mas vale lembrar que foram a oração de Jesus, de Maria, dos Apóstolos e de todas as gerações cristãs que nos precederam. É um elemento fixo na celebração da Missa e na Liturgia das Horas.

“Eu me pergunto: vocês rezam com os salmos algumas vezes? Peguem a Bíblia ou o Novo Testamento e rezem um salmo. Por exemplo, quando estão um pouco tristes por terem pecado, rezam o salmo 50? Existem muitos salmos que nos ajudam a ir em frente. Criem o hábito de rezar com os salmos. Eu lhes garanto que, no final, ficarão felizes.”

Mas não podemos viver apenas da herança do passado, afirmou o Pontífice. É necessário fazer dos salmos a nossa oração, como se fôssemos nós os “autores”. Se existem versículos que falam ao nosso coração, recomendou o Papa, é bom repeti-los e rezar durante o dia, pois são válidos para todos os momentos e aumentam a sua eficácia com a constância.

De fato, não há estado de espírito ou necessidade que não encontre neles as melhores palavras para transformá-los em oração. Culpa, medo e angústia se transformam em prece. Podemos repetir com David, por exemplo: “Tem piedade de mim, ó Deus, pela tua misericórdia, segundo a tua grande compaixão” (Sl 51,3). Ou “O Senhor é meu pastor […]. Mesmo que eu ande por vales tenebrosos, não temerei mal algum” (Sl 23,1,4).

E mais: os salmos enriquecem a nossa oração, pois não está centrada em nós mesmos, pois com eles podemos expressar louvor, bênção, ação de graças, envolvendo também a criação.

“Irmãos e irmãs, o Espírito Santo, que deu à Igreja Noiva as palavras para rezar ao seu divino Esposo, nos ajude a fazê-las ressoar na Igreja de hoje e a fazer deste ano preparatório para o Jubileu uma sinfonia de oração”, concluiu o Pontífice.


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