Agentes da Formação Permanente
Estamos todos convencidos da urgência e necessidade de que nós frades, os discípulos de Cristo e de Francisco, cuidemos permanentemente de nossa formação. Inspirados em Documento da Secretaria Geral para a Formação e Estudos “Sois chamados à liberdade” (2008), fazemos algumas breves considerações:
• A vocação do frade menor apresenta-se como um caminho em constante vir a ser e nunca concluído, até o encontro com a irmã morte. Nesse crescimento, o Frade é guiado pelo Espírito do Senhor, pelo Evangelho e pela Regra, da qual as Constituições Gerais oferecem uma releitura para o mundo atual, repropondo os elementos essenciais do carisma franciscano: levar uma vida radicalmente evangélica, isto é, viver em espírito de oração e devoção e em comunhão fraterna; dar um testemunho de penitência e minoridade; anunciar o Evangelho ao mundo inteiro em espírito de caridade para com os homens; pregar por obras a reconciliação, a paz e a justiça; e mostrar o respeito pela criação” (cf. CCGG OFM 1,2).
• Cada frade é agente da formação permanente – “Compete a cada frade, como responsável último e decisivo, promover e levar a cabo sua própria formação permanente” (CCGG 137&1. Sob a ação do Espírito Santo, o frade menor é o agente principal de sua formação, responsável por assumir e interiorizar todos os valores da vida franciscana e capaz de autonomia e iniciativa pessoal”. Cada Frade acolhe a tensão própria da formação permanente entre “liberdade e fidelidade criativa” para responder ao dom de Deus no caminho de “conversão cotidiana”. Nesse sentido, o caminho formativo é chamado a suscitar a disponibilidade à renovação e ao crescimento contínuo, amadurecendo na convicção pessoal de sua necessidade e no assumir os tempos, meios e situações.
• Responsável pela formação permanente é a Fraternidade local. A Fraternidade franciscana é o lugar em que o Frade aprende a viver a obediência prometida ao Evangelho, no recíproco “lava-pés”, conforme o exemplo dado pelo Senhor e Mestre: “E ninguém se denomine prior, mas todos, sem exceção, sejam chamados de irmãos menores. E um lave os pés do outro”. Por isso, sendo “a fraternidade o centro primordial da formação permanente incumbe a cada irmão, e em primeiro lugar ao Guardião, a obrigação de fazer com que a vida ordinária da Fraternidade promova a ação formativa” (CCGG 137&2). “Os irmãos de cada Fraternidade têm a responsabilidade de criar um ambiente de confiança, no qual todos possam expressar livremente as próprias necessidades, pensamentos e sentimentos. É importante que os Frades promovam as capacidades de comunicação, de resolução dos conflitos e de construção da Fraternidade”. A isso destinado, o Capítulo local é o lugar privilegiado de encontro e de diálogo, de discernimento e de decisão, de partilha e de crescimento na resposta à comum vocação e às expectativas e esperanças do contexto eclesial e civil em que se vive.