Vocacional - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Ordenação Presbiteral de Frei Vanderlei da Silva Neves

Ordenação

D. Bosco: ‘Pastor segundo o coração do Bom Pastor’

 

Moacir Beggo

São Paulo (SP) – Frei Vanderlei da Silva Neves foi ordenado presbítero pelo bispo diocesano de Osasco e seu confrade, Dom João Bosco Barbosa de Souza, durante Celebração Eucarística, às 18 horas deste sábado (16/12), no Santuário e Convento São Francisco, no centro de São Paulo.  A celebração, que durou duas horas, foi sóbria, fraternal e bem franciscana.

O histórico convento, que neste ano celebrou 370 anos de fundação, não via uma ordenação presbiteral há muitos anos, segundo o seu pároco Frei Alvaci Mendes da Luz. Era visível a alegria nos rostos de seus confrades, familiares, e amigos, especialmente a caravana que veio de Xaxim, onde Frei Vanderlei reside. Não faltou emoção também. Frei Vanderlei disse que não choraria nos agradecimentos finais porque já o tinha feito durante a ordenação diaconal, em Xaxim, e que se manteria firme. Mas não segurou a emoção e, por tabela, emocionou a todos. É sempre assim. O rito da ordenação é muito intenso e poucos conseguem não se envolver, como os pais Maria do Socorro e Valdecy Pereira Neves e irmão de Wagner.

No altar com Dom Bosco, o Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, o pároco Frei Alvaci Mendes e o diácono Frei Marcos Vinícius Motta Brugger. Muitos frades das cidades vizinhas e de toda a Província, como o Vigário Provincial, Frei César Külkamp,  estiveram presentes, além dos familiares, paroquianos e amigos de Frei Vanderlei.

Na sua homilia, Dom Bosco partiu das leituras bíblicas para ressaltar que o chamado, que a vocação à vida religiosa, não é fruto do esforço do consagrado, mas é, de fato, escolha de Deus. “Por isso, o profeta acentua muito essa expressão ‘desde o seio da mãe fomos escolhidos’. Quer dizer, não tínhamos condições nem de racionar e nem de escolher por nós mesmos. É presente de Deus. É dom de Deus”, enfatizou o bispo.

Segundo Dom Bosco, esse presente foi muito cultivado durante a vida religiosa. “Com quanto gosto a gente esperou este momento da nossa escolha chegar, e, de fato, chegou. E a gente agradece a Deus porque nos deu esse dom. E no nosso caso, especialmente como religiosos, essa escolha é feita por caminhos tão bonitos. Primeiro, a escolha da vida religiosa franciscana. Fomos escolhidos para sermos franciscanos e passamos a viver dentro da fraternidade essa vocação especial que nos fez consagrados a Deus. Dentre os consagrados, há aqueles que receberam esse chamado da escolha para o ministério ordenado. É capricho de Deus. É uma escolha feita com muito cuidado e que só podemos agradecer num dia como hoje, todos nós – com mais ou menos tempo como consagrados ou ordenados – devemos ir lá no fundo do coração e agradecer. Não é mérito nosso”, acrescentou o bispo.

Mas ele também lembrou que esse chamado, certamente, não é para uma vida cômoda, mas é muito desafiador. “Não tenha medo, mas você vai enfrentar situações que são difíceis. ‘Eu vou estar contigo’, diz a Palavra, mas não significa que não tenha esses desafios. Tem. Ser chamado para ser profeta significa, de alguma maneira, estar pronto para encontrar situações diversas, como oposição, zombaria, perseguição, quem sabe a morte. Quem sabe, não! Está bem presente nesse chamado nosso morrer por Aquele que morreu por nós. A forma como isso deve acontecer na nossa vida nós não sabemos, mas é morrer. E para a gente ter certeza disso, o Evangelho vai dizer depois que ‘o bom pastor é aquele que dá a vida por suas ovelhas’ ou por seu rebanho. A regra que nós temos para seguir no nosso caminho, na nossa vida, no nosso chamado, é o martírio”, exortou Dom Bosco.

O bispo franciscano lembrou que o ministério diaconal é a base, o fundamento da vida presbiteral e não apenas um estágio. “Servir é o fundamento do nosso ministério ordenado”, disse. “Que bonito sermos chamados dentre as fileiras dos frades para servir à Igreja. São Francisco não chegou a esse ministério presbiteral, era diácono. Mas o seu amor à Igreja, o seu respeito pela Igreja – e uma Igreja numa época não tão recomendável, vamos dizer assim -, era absoluto e ele queria que os frades a servissem de toda a maneira”, destacou, lembrando grandes presbíteros da Ordem Franciscana como Santo Antônio e São Boaventura. “Eles e outros entenderam que servir à Igreja era uma forma especialmente querida por São Francisco para se realizar a nossa vocação primordial, que é a nossa vocação religiosa, a vocação franciscana. E eu me sinto muito feliz de estar aqui como franciscano, de também ter tido essa graça, essa escolha para servir à Igreja, podendo estar exercendo esse ministério presbiteral como o nosso querido Frei Vanderlei. Nós servimos à Igreja como sacerdotes franciscanos”, ressaltou.

Segundo o bispo, pelo fato de estar a serviço da Igreja, os sacerdotes não perdem o carisma franciscano. É uma marca que vai carregar sempre, como ele mesmo testemunha isso na sua Diocese de Osasco. “Pelo contrário, esse carisma se acentua também porque é a consagração é uma forma de morrer, de entregar, de sermos inteiramente de Deus, a serviço do povo, a quem devemos pastorear. E a imagem do bom pastor escolhida para o dia de hoje nos mostra isso de maneira muito delineada: Pastores segundo o coração do Bom Pastor”, explicou.

Para o bispo, vivemos um momento no Brasil e no mundo carente de pastoreio, de verdade. “Acho que a gente pode repetir aquela mesma expressão que Jesus disse quando viu aquele povo desencontrado, abandonado, triste, doente, sequioso por ouvir sua Palavra, e ele teve aquela expressão de compaixão tão bonita, olhando para aquele povo: ‘Nossa, eles parecem ovelhas sem pastor!’. Olha, o tempo que a gente está vivendo hoje é muito parecido. E nós encontramos – vocês que estão aqui no centrão da cidade – essas ovelhas sem pastor o tempo todo e eu lá na periferia de Osasco. Imaginem aquela imensidão de gente que tem ali, uma diocese tão numerosa!”, disse, criticando o desmonte do Estado brasileiro, que sacrifica os mais pobres. “São ovelhas sem pastor. Então, a você especialmente, e aqueles entre nós que foi dado esse chamado para sermos religiosos franciscanos também ordenados, que imenso campo, que ministério bonito, que necessidade intensa de termos bons pastores segundo o coração do Bom Pastor”, disse, explicando que as ovelhas especialmente queridas por Cristo podem estar em São Paulo, em Santa Catarina ou qualquer outro lugar.

“Vanderlei, que o Senhor lhe dê a clareza para perceber que o que temos não é nada nosso, mas é dom de Deus. Que esse dom foi caprichado por Deus através do carisma que cultivamos na nossa vida religiosa e que colocamos a serviço da igreja; e que a gente saiba ter ‘faro’ do pastor para encontrar exatamente essas ovelhas que necessitam desse pastoreio. Que bonito! Vamos abraçar com carinho esse dom de Deus! Abraçar e viver essa nossa vida, esse nosso chamado, com paixão e alegria, aquela alegria que só um profundo encontro com Cristo, como fez Francisco, pode nos dar”, convidou Dom Bosco.

Após a homilia, o rito continuou com o propósito do eleito. Em seguida, foi cantada a Ladainha de todos os Santos, quando o ordenando prostrou-se, como sinal de sua total entrega a Deus. Veio, então, o momento central da ordenação com a imposição das mãos e a Prece de Ordenação. Na sequência, a última parte do rito: unção das mãos, vestição do eleito com a casula e a estola. Frei Nazareno Lüdke e Frei Antônio Mazzuco ajudaram o novo presbítero com as vestes sagradas.

Depois, com a unção das mãos com o óleo do santo Crisma, D. Bosco atou as mãos de Frei Vanderlei e seus pais desataram a fita e receberam a primeira bênção do neopresbítero. Dois paroquianos de Xaxim carregaram em procissão o cálice e a patena para serem entregues a Frei Vanderlei. O rito terminou com o abraço do bispo, dos sacerdotes e religiosos e da família. Na sequência, teve início da liturgia eucarística.

AGRADECIMENTOS

Frei Fidêncio, em nome de toda a Província, agradeceu ao seu confrade, Dom Frei João Bosco, que presidiu a celebração de “uma maneira franciscana, fraterna”. Agradeceu aos confrades do Regional, especialmente a guardião Frei Mário Tagliari, e ao pároco Frei Alvaci. Destacou a presença da caravana de Xaxim e, recordou, que a mãe de Frei Vanderlei dizia, antes da celebração, que o tempo passou depressa enquanto ele esteve na formação e estudos. Agradeceu a família do neopresbítero: “Obrigado pelo irmão que vocês nos deram!”.

Frei Alan Maia, em nome da turma dos anos de formação, deu um presente a Frei Vanderlei, que, por sua vez, agradeceu a todos pela dedicação, carinho e ajuda para realizar este momento tão importante na sua vida. Recordou especialmente a forma carinhosa com que foi acolhido no Convento São Francisco e que só reforçou a sua escolha.

Frei Vanderlei celebra sua primeira Missa neste domingo, às 10h30 horas, no mesmo Convento São Francisco, no centro de São Paulo.

Primeira Missa

Frei Vanderlei inicia seu ministério presbiteral

 

Moacir Beggo

São Paulo (SP) – Frei Vanderlei da Silva Neves, ordenado presbítero neste sábado pelo bispo diocesano de Osasco, Dom João Bosco Barbosa de Souza, celebrou neste 3º Domingo do Advento (17/12), chamado de Domingo da Alegria, a sua Primeira Missa, no Santuário e Convento São Francisco, no centro de São Paulo. Sereno e calmo como é próprio de sua personalidade, Frei Vanderlei deu início ao seu ministério sacerdotal, tendo ao seu lado confrades concelebrantes como o Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, o guardião do Convento São Francisco, Frei Mário Tagliari, e o pároco Frei Alvaci Mendes da Luz.

Na primeira fila estavam seus familiares e seus pais Maria do Socorro e Valdecy Pereira Neves. A mãe se emocionou durante toda a celebração participando deste momento tão esperado.

Como é de costume na Província da Imaculada, o neopresbítero não faz a primeira homilia, mas a missão é dada a um convidado seu. Frei Vanderlei escolheu o seu guardião e confrade Frei Alex Ciarnoski, da Fraternidade São Luís Gonzaga, em Xaxim (SC), onde residem.

Frei Alex agradeceu ao “gesto carinhoso” de Frei Vanderlei e disse que ali estava representando seus confrades e a Paróquia de Xaxim. De início, lembrou o apelo que São Paulo nos faz na segunda leitura de hoje, dizendo-nos: “Em tudo dai graças ao Senhor!”. “Louvado sejas, meu Senhor, pela sua vida, Vanderlei, pela sua vocação e seu chamado! Em tudo, bendizei, louvai e agradecei ao Senhor. Que esse sentimento esteja presente em nossos corações”, desejou o frade pregador.

Frei Alex, contudo, centrou sua pregação na figura de João Batista e no testemunho que ele deu de Jesus, trazendo esse questionamento para a realidade que o novo sacerdote vai encontrar na sua Paróquia com o seu rebanho. “A liturgia deste 3º domingo do Advento apresenta a figura de João Batista em destaque, embora ele próprio diga que quem está em destaque é a figura de Jesus. Mas a figura emblemática de João Batista nos faz refletir. Algumas pessoas no seu tempo esperavam ansiosamente a vinda do Messias, Aquele que poderia trazer a libertação de seu povo. Vão até João Batista perguntar se ele era o Messias, se ele representava os anseios do povo”, situou Frei Alex.

O frade recordou que a história se repete nos nossos dias. “Muitas pessoas hoje nos procuram com anseios de libertação, com sonhos de vida melhor”, disse, enumerando uma série de perguntas e anseios presentes na Paróquia onde Frei Vanderlei vai estar a serviço, como os jovens, que buscam explicações para seus desafios; as pessoas que caíram no caminho das drogas; os conflitos agrários na região; os problemas do mundo urbano, como se pode ver com o crescimento do centro de Xaxim; o êxodo do campo, matando as pequenas comunidades no meio rural; a questão dos migrantes, de modo especial os haitianos, que chegam em busca de uma vida melhor; a questão indígena; o sofrimento de tantas e tantas pessoas presentes nas nossas realidades, no nosso dia a dia.

“João se diz testemunha. Testemunha do quê? Testemunha da presença do Senhor”, responde o pregador. “Ele é muito claro em dizer que o Messias está presente nas diversas realidades. É preciso olhar para o nosso mundo e reconhecer que Deus está presente, às vezes disfarçado e discretamente em tantos gestos de amor, bondade, solidariedade, gestos que contribuem e colaboram para a construção de um mundo melhor. Sim, Deus está presente nos corações, nas palavras e nas ações de tantas pessoas. Isso é ser testemunho dos sinais da presença de Deus. João Batista é um sinal da presença de Deus e ele nos convoca e, de modo especial, a você, Vanderlei, que devemos ser sinais da presença de Deus na nossa realidade, no nosso mundo de hoje”, indicou o frade.

Frei Alex lembrou o lema da ordenação de Frei Vanderlei que reflete esta presença: “Ninguém tem maior amor do que aquele dá a vida aos seus amigos”.

“Esse lema se propõe a ser um sinal da presença de Deus na sua atuação de vida”, disse, dando a palavra para o neopresbítero falar por que escolheu este lema para o seu ministério. Frei Vanderlei disse que nele está uma fonte para a vida cristã e a espiritualidade franciscana. “Esse amor é a capacidade de se doar, de se entregar a um irmão e, no seu rosto, reconhecer o rosto de Cristo. Amamos a Jesus, mas devemos demonstrar esse amor também para com nossos irmãos. O amor não é uma coisa extraordinária, mas se manifesta nas pequenas coisas, que, com certeza, vão marcar nossa vida e promover grandes transformações”, disse Frei Vanderlei, que no final da sua Primeira Missa voltou a agradecer a todos que proporcionaram este momento histórico na sua vida, especialmente o coordenador do Serviço de Animação Vocacional, Frei Diego Melo, que teve como ajudante neste Ano Missionário Frei Gabriel Dellandrea.

Frei Vanderlei ganhou a homenagem de Frei Odorico Decker, que com sua gaita, neste domingo da Alegria, cantou “Jesus alegria dos homens”.

A LÁGRIMA DE DONA MARIA DO SOCORRO. NÃO ERA DE TRISTEZA, MAS DE ALEGRIA NESTE DOMINGO.

Entrevista

Frei Vanderlei da Silva Neves

 

Moacir Beggo

Com o lema “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos” (Jo 15,13), Frei Vanderlei da Silva Neves será ordenado presbítero neste 16 de dezembro, no Convento e Santuário São Francisco, no centro de São Paulo. Ele será ordenado pelo bispo diocesano de Osasco e seu confrade, Dom João Bosco Barbosa de Souza.

Frei Vanderlei é natural de São Paulo (SP), onde nasceu no dia 20 de agosto de 1982. Com 34 anos, é filho de Maria do Socorro da Silva e Valdecy Pereira Neves e irmão de Wagner. “Na minha infância sempre fui incentivado, sobretudo pela minha mãe, a participar das missas. Na época, tínhamos um padre que destacava-se pelo seu jeito simples e acolhedor (Padre Nicolau), o que despertou minha admiração. Também tive a graça de ter dois catequistas que marcaram minha vida: Geraldo e Rafael. Os dois trabalhavam em equipe e falavam da Igreja e de Cristo de uma maneira que despertava o interesse dos catequizandos. Lembro-me de que era muito difícil alguém faltar à catequese, tamanha a capacidade destes dois de fomentar a fé”, conta Frei Vanderlei.

Segundo o frade, através de livros e artigos que pesquisava na Internet, conheceu a vida de São Francisco e “quanto mais lia mais queria conhecê-la”. “Há pouco mais de dez anos entrei para vida religiosa franciscana. Lembro-me de que senti muito medo em abraçar definitivamente esta nova forma de vida. Tinha meu trabalho de que gostava muito”, confessa o frade, que iniciou o acompanhamento vocacional no Convento São Francisco, em São Paulo, quando foi orientado por Frei Nazareno Lüdtke.

Frei Vanderlei ingressou no Aspirantado de Ituporanga em 2007 e no Postulantado em 2008, vestindo o hábito franciscano em 2009. Cursou Filosofia de 2010 a 2012 em Rondinha e Teologia em Petrópolis, de 2013 a 2015, no Convento do Sagrado. “Em 2016 fui transferido para Fraternidade São Francisco, em Campos Elíseos. Professei solenemente na Ordem dos Frades Menores em 6 de dezembro de 2014. Após a conclusão do curso de Teologia, fui transferido para Fraternidade São Luís Gonzaga, em Xaxim, SC, onde fui ordenado diácono no dia 23 de abril deste ano”.

Site Franciscanos – Como você define o ministério sacerdotal?

Frei Vanderlei – O sacerdote é o ministro das ações salvíficas. Pelo dom de oferecer o sacrifício eucarístico do corpo e sangue do Senhor e pelo dom de anunciar o Evangelho, ele é um canal da graça de Deus. O sacerdote é aquele cuja missão consiste em doar-se a Cristo, à Igreja, ao próximo e, enquanto frade menor, doar-se à Província. Livremente ele encontra a razão do viver configurando o seu modo de ser e estar no mundo com Cristo, o Bom Pastor, modelo da caridade pastoral.

Assim como Cristo assumiu nossa condição humana para compadecer-se de nós, aquele que é chamado e aceita a missão de ser sacerdote entre seus irmãos deve fazer de sua vida um caminho de misericórdia que o leva a acolher o outro, como seu próximo, e viver a experiência do samaritano que se põe em atitude de solidariedade diante do irmão.

O sacerdote, participante da ação de Cristo, é convidado a revestir-se dele e tornar-se sinal visível do amor de Deus, na comunidade paroquial e na fraternidade em que está inserido; portador do amor bondoso, caridoso para com todos aqueles que dele se aproximarem.

Site Franciscanos – Quais as suas expectativas como presbítero no Pontificado do Papa Francisco?

Frei Vanderlei – O Papa Francisco, com seu modo de ser, nos apresenta o Cristo como sendo o Bom Pastor, cabeça da Igreja e modelo de sacerdote. A meu ver ,propõe uma espiritualidade sacerdotal com dupla dimensão, ativa e contemplativa, centrada na dedicação ao ministério, como Jesus, que, antes de manifestar seu amor e vida na Cruz, multiplicou e serviu os pães para o povo faminto, chamando todos ao banquete da vida; saiu pelas ruas, convidando coxos, cegos, doentes, leprosos da sociedade para a grande festa do Reino, em um movimento que proclama em alta voz: “Misericórdia é o que Eu quero”, cingiu-se de toalha e lavou os pés daqueles que outrora estavam às margens do mar da vida. Portanto, penso que uma das minhas expectativas enquanto presbítero é sempre estar atento aos clamores do Cristo e em como encontrar a justa medida para anunciar na sociedade vigente o Cristo misericordioso a partir da espiritualidade e carisma franciscanos.