Vocacional - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Ordenação Presbiteral de Frei Rodrigo da Silva Santos

Ordenação

“Aqui estou para servir. Sem vocês, esse ministério assumido não tem sentido”

 

 

Moacir Beggo

São Lourenço (MG)– Numa típica manhã de outono, com clima ameno e próprio de uma região na Serra da Mantiqueira, a cidade de São Lourenço, no Sul de Minas, parou para celebrar a entrega generosa de Frei Rodrigo da Silva Santos como novo presbítero da Ordem Franciscana e da Igreja de Deus. E dele o povo ouviu a promessa:  “Aqui estou para servir. E, sem vocês, esse ministério assumido não tem sentido!”

Frei Rodrigo recebeu o Sacramento da Ordem pela imposição das mãos de Dom Diamantino Prata de Carvalho, OFM, bispo da Diocese de Campanha, que presidiu a celebração eucarística às 10 horas, neste sábado (20/4), na Paróquia de São Lourenço Mártir. Diante de um povo que se acostumou com a presença franciscana durante cerca de 80 anos nesta cidade, a igreja se vestiu novamente com a cor marrom do hábito franciscano devido à grande presença de confrades de toda a Província.

Entre eles, o Definidor Frei Evaristo Spengler, que representou o Ministro Provincial Frei Fidêncio Vanboemmel nesta celebração, seminaristas do Seminário São Francisco de Assis, em Ituporanga (SC), onde Frei Rodrigo é orientador, e postulantes de Guaratinguetá (SP), religiosos e religiosas, sacerdotes da Diocese e a sempre acolhedora Ordem Franciscana Secular de São Lourenço. Mas a igreja não lotou somente com o povo da cidade. Caravanas das comunidades de Petrópolis e da Baixada Fluminense, onde Frei Rodrigo trabalhou, vieram celebrar com o ordenando.

Tendo de um lado o pai Adilson e do outro a mãe Regina, Frei Rodrigo se juntou aos frades para dar início à celebração. Até o início do rito, ele ficou sentado ao lado dos pais e dos irmãos Marcelo, Felipe e da cunhada Michele.

Quanto Frei Rodrigo foi chamado a se aproximar do bispo, ele se despediu de seus pais. Dom Diamantino, então, explicou que essa despedida a seus pais antes de ser chamado para frente do altar não fazia parte do rito, mas era “um gesto bonito de reconhecimento que, sem a família, nós não somos nem gente muito menos servidores de Cristo”.

O que se viu durante duas horas foi uma celebração fraternal. Dom Diamantino relembrou com alegria, no início e na homilia, que o garotinho Rodrigo foi seu coroinha. Por sua vez, Frei Evaristo lembrou que Frei Diamantino foi seu professor e orientador quando era seminarista e também o pároco na Igreja de Nossa Senhora da Paz, em Ipanema (RJ), quando foi ordenado diácono. Entre os sacerdotes, os irmãos Frei Adriano e Frei Alessandro, que fizeram a mesma caminhada de Frei Rodrigo. Outros dois religiosos, Frei Marcos e Frei Camilo Militão são naturais de São Lourenço e estavam presentes.

Depois da eleição do candidato, Dom Diamantino falou no início da homilia diretamente aos pais de Frei Rodrigo. “Certamente, há 20 anos, Regina e Adílson não esperavam que Rodrigo viesse a ser franciscano e viesse a ser padre. Quem iria imaginar! A gente, às vezes, tem outros planos para os filhos, às vezes arquiteta outras orientações, imagina outras profissões, como os outros dois filhos e irmãos de Rodrigo – Felipe e Marcelo -, que abraçaram a profissão de engenheiros, mas o Rodrigo foi descobrimento ao longo de sua caminhada que o Senhor o chamava. Eu sou testemunha também, porque por volta dos 8 ou 9 anos, o Rodrigo já era coroinha da Missa das 10 horas, aos domingos, presidida pelo saudoso Frei Aymoré Dalmédico e, depois, começou a fazer parte do grupo não só dos coroinhas mas dos vocacionados”, contou.

Na mesma época, participava deste grupo vocacional, os irmãos Frei Adriano e Frei Alessandro Nascimento. “Aí estão os dois culpados disso, Adriano e Alessandro. Foram eles que colocaram no Rodrigo um apelido muito simpático, de “Querubim”. Porque, na verdade, ele era como um anjo que brilhava quando ajudava a Missa. Parecia que uma luz vinha de dentro dele e irradiava no seu rosto. Então, não sei se ele é assim ainda, mas no nosso tempo, aqui em São Lourenço, era realmente uma figura resplendorosa e brilhava porque ele participava do mistério”, recordou.

Reforçando o testemunho de Frei Evaristo de que o ordenando é um homem de oração, o bispo disse que sem essa intimidade com Deus, sem essa comunhão com Deus, na leitura Orante da Palavra, nós não podemos ser muita coisa, não! “Por isso, é bom ouvir esses testemunhos que o Frei Rodrigo prima também por essa dimensão da intimidade com Deus, na oração, na leitura orante da Palavra, na participação dos sacramentos. E todos nós, nesse Ano da Fé, somos convidados, sobretudo, a não apenas dizer que ‘eu acredito’, ‘eu tenho muita fé’ – até  os demônios têm também e tremem, diz o Apóstolo -, mas a fé deve ser cultivada qual plantinha que merece todos os cuidados. E a fé, precisamente, é alimentada pela oração, é aprofundada pela Palavra e é nutrida e celebrada nos Sacramentos, para depois ser testemunhada no dia a dia da nossa vida, pelas nossas atitudes, pelas boas ações, pelo nosso empenho em sermos realmente ajudantes do Cristo na transformação do mundo, para que seja sinal de presença do reino que Ele veio implantar”.

“E nem sempre é fácil a gente fazer crível a Cristo Jesus. Pela Palavra, a gente pode até comover, diz um poeta, mas só convencemos pelo testemunho, pelo exemplo, pela vida, e é por isso que o Papa Paulo VI dizia na Encíclica Evangelii Nuntiandi que o mundo precisa de profetas, de mestres, precisa de alguém que ensine, de alguém que propague os prodígios de Deus, como cantávamos no salmo responsorial”, acrescentou o bispo.

Segundo Dom Diamantino, o mundo também precisa de testemunhas que mostrem pela sua simplicidade, pela sua humildade, pela sua convicção profunda de que realmente a razão de ser da nossa vida não é outra senão Jesus Cristo, o Crucificado, como Paulo diz na Carta aos Coríntios e como São Francisco gostava de repetir: “Longe de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo”!

“Meu querido Frei Rodrigo! É verdade que nós te chamávamos de ‘Querubim’ – quem sabe você já perdeu as asas ao longo do tempo -, mas não faz mal, o importante é a leveza do coração que levou você a chegar até aqui. O importante é essa convicção profunda de que Deus o chamou para a consagração religiosa na Ordem Franciscana, mas também escolheu você para ser presbítero na sua Igreja e, como diácono, você já está orientando outros no seguimento de Francisco, no seguimento de Jesus Pobre e crucificado”, disse o bispo.

E completou: “Que você possa continuar, enquanto tiver forças, a irradiar essa luz do Senhor, mesmo que tenha perdido as asas. Não importa! As asas são apenas símbolo da nossa agilidade de ir ao encontro do Senhor. E as asas são também símbolo de irmos correndo ao encontro dos irmãos, para anunciar a Boa Notícia que o Senhor está aí e ama você, quer bem a você. No fundo, o essencial de nossa fé é assumirmos que Deus realmente é bom para conosco, para com todos. É assumirmos, de verdade, que Deus sempre é Pai de ternura, de misericórdia, de imenso amor. E o nosso testemunho é que vivamos esse amor na fraternidade e para além da fraternidade, na comunidade onde vivemos, nessa sociedade por vezes tão questionadora e interpelativa, mas por vezes também vazia de conteúdo, pobre de fé, mas desejosa de esperança nesse Deus que a todos quer bem. Que você possa testemunhar no dia a dia do seu ministério, não apenas presidindo celebrações, aqui e acolá, mas sobretudo lá com seus meninos (seminaristas) e ser realmente esse ‘Querubim’ que irradia o amor do nosso Deus”.

Nesse momento, o rito continuou com o propósito do eleito. Em seguida, foi cantada a Ladainha de todos os Santos, quando o eleito prostrou-se, como sinal de sua total entrega a Deus. Veio, então, o momento central da ordenação com a imposição das mãos e a Prece de Ordenação. Na sequência, a última parte do rito: unção das mãos,  vestição do eleito com a casula e a estola e a entrega do pão na patena e o vinho e a água no cálice para dar sequência à celebração eucarística.

Agradecimentos

O Definidor Frei Evaristo Spengler falou em nome da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil e agradeceu carinhosamente a Dom Diamantino, aos pais de Frei Rodrigo, ao Padre Afonso Henrique Alves da Silva, pelo apoio da Paróquia na preparação e na celebração, à OFS, à Província, aos formadores, ao povo da cidade e ao povo que se deslocou de vários cantos do país para participar deste momento. “Hoje queremos elevar uma grande prece de louvor e de gratidão ao Bom Deus pela entrega generosa de Frei Rodrigo à Ordem Franciscana e à toda Igreja como presbítero”, disse.

Frei Rodrigo, que esteve muito tranquilo durante toda a celebração, não conseguiu conter a emoção e teve de interromper por três vezes as suas palavras de agradecimentos, especialmente quando falou de sua família. “Agradeço a meus pais porque no nosso lar pude entender que os laços fortes que nos unem vem do amor que nos ofereceram. Agradeço a Deus por ter dado força e sabedoria aos meus pais para que nos ensinassem os valores familiares, os quais eu e os meus irmãos trazemos até os dias de hoje”, confessou.

Frei Rodrigo agradeceu à Província, seu amigo e confrade Dom Diamantino, os formadores, o Pe. Afonso, a OFS, e não poupou elogios ao povo da cidade, “de religiosidade e devoção marcantes”, acrescentou. Agradeceu a todos que o acompanharam durante os dez anos de formação e ao povo onde esteve em pastoral. “Muito me ensinaram e como foi bom caminhar com vocês!”. E, no final, prometeu: “Aqui estou para servir. E, sem vocês, esse ministério assumido não tem sentido!”

A Ministra Aparecida Maria Bruno da Silva falou em nome dos paroquianos e dos irmãos e irmãs da Fraternidade da OFS.

Primeira Missa

Frei Rodrigo inicia o seu ministério presbiteral

 

 

Moacir Beggo

São Lourenço (MG)– No 4º domingo da Páscoa e também Dia Mundial de Oração pelas Vocações (21/4), Frei Rodrigo da Silva Santos iniciou o seu ministério presbiteral na sua cidade natal, São Lourenço (MG), ao celebrar a Primeira Missa na Paróquia São Lourenço Mártir, onde no dia anterior foi ordenado sacerdote por Dom Diamantino Prata de Carvalho, OFM, bispo da Diocese de Campanha.

O frio característico da região serrana, às 8 horas, não intimidou o povo para participar das primícias de Frei Rodrigo. A procissão de entrada, com seus confrades, entre eles o Definidor Frei Evaristo Spengler, e ministros da Eucaristia e da Palavra, não teve presente Frei Rodrigo para surpresa de alguns. Mas, Frei Diego de Melo, animador vocacional da Província, explicou que ele viria em seguida, acompanhado dos seminaristas de Ituporanga, o rebanho que o Senhor lhe confiou desde o início do ano.

“É com alegria que estamos aqui para celebrar a Ação de Graças ao Senhor e também poder celebrar junto aos seminaristas com quem eu convivo, com quem eu trabalho, com quem eu aprendo, com quem eu tento ensinar uma ou outra coisa, com meus confrades, com os meus familiares e com todos vocês”, acolheu o neopresbítero, explicando que este domingo, há 50 anos, é escolhido como dia de oração pelas vocações.

E também ressaltou que era o domingo do Bom Pastor. “Que melhor exemplo eu posso tomar que o próprio Cristo nos deixa! O pastor que quer estar com suas ovelhas e vem para todas elas sem discriminação”, exclamou.

Os seminaristas demonstraram muito carinho pelo seu novo orientador e agora neopresbítero. Além da homenagem inicial, participaram da procissão do ofertório e fizeram mais uma homenagem no final da celebração.

Como de costume nas primícias, o neo-sacerdote costuma chamar alguém para fazer o sermão. Frei Rodrigo escolheu Frei Adriano Nascimento, que é natural da cidade e conterrâneo dele, para fazer a homilia. Frei Adriano foi ordenado presbítero em abril de 2008 na mesma igreja.

Frei Adriano falou da alegria de estar celebrando com Frei Rodrigo as primícias. Destacou na sua homilia o evangelho do Bom Pastor e a reverência que São Francisco tinha para os sacerdotes. “De modo sublime, somos hoje convidados por Jesus a fazer parte do seu rebanho e a sermos Igreja, comprometida com a vida das ovelhas e com justiça do Reino de Deus. Jesus Cristo, enviado pelo Pai para ser o nosso Bom Pastor, sustenta a nossa vida e as suas palavras nos dão a segurança”, disse, lembrando também das vocações: “Essa certeza de estarmos sob os cuidados de Jesus convida a rezarmos por todos os vocacionados no serviço do Reino de Deus”.

Segundo Frei Adriano, como dizia São Francisco, o sacerdote é um homem de Deus: “Seja o vosso querer todo ordenado para Deus!”, enfatizou. “O sacerdote, na perspectiva franciscana, está sempre a serviço, exercendo os valores evangélicos da fraternidade, da minoridade, da simplicidade, da partilha e solidariedade com os pequenos e pobres deste mundo”.

No final da celebração, Frei Rodrigo também foi homenageado pela Ordem Franciscana Secular, que não poupou esforços para tornar mais bela e marcante a ordenação e as primícias de Frei Rodrigo. Sua primeira catequista, Maria das Dores, revelou que desde criança Frei Rodrigo já demonstrava o caminho que seguiria mais à frente. “Quando Frei Aymoré Dalmédico, com seu jeitinho franciscano, pedalando a sua bicicleta Monark verde, percorria as escolas convidando as crianças para a catequese, jamais poderíamos imaginar que o querido aluno da escola Humberto Sanches, tão estudioso, fosse atender ao chamado para o sacerdócio”, disse.”, disse.

“Na catequese ainda passou a ajudar nas Missas como coroinha, e de tão familiarizado que estava com a igreja, passou a ser responsável pelo grupo de coroinhas. Os pais esperavam que ele escolhesse a profissão de engenheiro como os irmãos, ou quem sabe escolhesse Direito, mas veio a surpresa: ‘quero ir para o Seminário!’. E lá se foi o nosso Rodrigo seguir o caminho mais difícil, mas também o mais bonito”, homenageou a sua primeira catequista.

Frei Rodrigo continuará em São Lourenço com seus pais, Adílson e Regina Santos, e os irmãos Marcelo e Felipe, e depois retornará para Ituporanga, onde é orientador no Seminário São Francisco de Assis.

Entrevista

Frei Rodrigo da Silva Santos

 

 

Por Moacir Beggo

Mineiro de São Lourenço, região Sul do Estado, Frei Rodrigo da Silva Santos será ordenado presbítero no dia 20 de abril, às 10 horas, na Paróquia São Lourenço Mártir, em São Lourenço (MG), pelo bispo Dom Diamantino Prata de Carvalho, OFM, bispo da Diocese de Campanha. Desde pequeno, como coroinha na Matriz de São Lourenço, o garoto Rodrigo já havia manifestado sua vocação. Desde que tomou a decisão de ingressar no Seminário, o garoto Rodrigo sempre contou com o apoio dos  pais, Adilson e Regina, e dos irmãos Marcelo e Felipe (ele é o do meio).  “Pelo meu contato com os frades e participação na Igreja, eles já desconfiavam que esta seria minha opção de vida, antes mesmo de contar para eles”, recorda. Mas segundo o frade,  “o ser religioso franciscano” é uma novidade na família. “E muitas coisas  tenho que explicar para que eles compreendam nosso estilo de vida. Mas acredito que  estejam felizes percebendo o quão realizado e feliz eu me mostro pela caminhada que fiz e estou fazendo. A alegria dos pais é ver a alegria dos filhos, onde quer que eles estejam”, acredita Frei Rodrigo. Frei Rodrigo nasceu no dia 30 de abril de 1984 e ingressou na Ordem Franciscana no dia 8 de janeiro de 2005. Sua Primeira Missa será celebrada no dia 21 de abril, às 8 horas, tendo como pregador Frei Adriano Dias do Nascimento. Frei Rodrigo escolheu como lema “A obra de Deus é esta: crer naquele que Ele enviou” (Jo 6,29).

Site Franciscanos – Como você sentiu o chamado à vida religiosa?

Frei Rodrigo – Durante anos frequentava a igreja Matriz de minha cidade e ajudava como coroinha nas missas, primeiro pertencendo ao grupo dos mais pequenos, conduzido pelo Frei Aymoré, e, depois de algum tempo e à convite de Frei Adriano Dias do Nascimento, no grupo dos coroinhas mais velhos. Nesta época, Frei Perceval (Canuto Carvalho) era o animador vocacional da cidade e, numa ideia de mestre, decidiu reunir o grupo dos coroinhas com o grupo vocacional. Desta convivência com os frades, na vida celebrativa de minha comunidade e ouvindo falar de São Francisco de Assis, falei aos meus pais que gostaria de ser religioso franciscano. Se, num primeiro momento isso não passava, para mim, de um padre com hábito, fui descobrindo e me apaixonando por esta vida de doação, serviço e vivência do Evangelho. Hoje, não me vejo vivendo de outra forma, feliz pelos frades estarem em minha cidade evangelizando e acolhendo aqueles que inspiravam à mesma forma de vida.

Site Franciscanos – O que significa para você ser presbítero?

Frei Rodrigo – Como frades franciscanos, nossa primeira vocação é a de sermos religiosos na Igreja. De sermos sinais vivos de que a vida evangélica é possível de ser vivida e, além disso, em comunidade, como irmãos. Nossa entrega de vida é feita a partir do Noviciado e, de uma forma solene e perpétua, após alguns anos de confronto com esta forma de vida, não requerendo mais ser reafirmada perante a Igreja. Este é o momento decisivo e marcante da vida do religioso franciscano. Entretanto, alguns de nós acabam sendo chamados ao ministério ordenado. Para mim, como o próprio termo define, considero o ser presbítero como ministério ao qual a Igreja me confia para que o coloque a serviço da própria Igreja. Ser presbítero, assim, é assumir esta missão, junto ao Povo de Deus, sendo membro do Povo de Deus, de anúncio do Evangelho, testemunho de vida cristã e discernimento de nossa fé.

Site Franciscanos –  Quais os desafios de um jovem futuro presbítero neste mundo globalizado?

Frei Rodrigo – Vivemos, hoje, num mundo de constantes mudanças e que nos impõe desafios para os quais a Igreja luta por encontrar uma resposta que atenda aos anseios da humanidade. Ser presbítero no mundo atual é empenhar-se no diálogo com os diversos grupos da sociedade, buscando entender como o Evangelho lança luz sobre as maiores crises e dificuldades enfrentadas pelo homem moderno. Entretanto, o mundo também espera de nós clareza e discernimento sobre aquilo que somos e o que propomos, para não perder a identidade cristã. Ser presbítero, portanto, neste contexto é enfrentar com boa vontade os desafios que o mundo nos impõe, não lutar por uma Igreja certa de suas verdades, apegada ao seu status quo, mas certo de seu valor e importância para a sociedade.

Site Franciscanos – O que você diria para um jovem que quer ser sacerdote segundo o carisma franciscano?

Frei Rodrigo – Meu irmão, a Igreja precisa de jovens dispostos a evangelizar, capazes de compreender seus anseios e falar-lhes sobre o Evangelho. Precisa de jovens alegres e felizes por trabalhar em prol do Reino de Deus, desejosos de estar junto aos excluídos e empobrecidos, de levar-lhes a Boa Nova do Deus de misericórdia e perdão, que ama a todos sem distinção. A Igreja precisa de você, se você quiser colocar-se a serviço do próximo,  ser solidário com suas necessidades, guiá-lo pela verdade do Evangelho, se estiver disponível, estamos de braços abertos para acolhê-lo e mostrar-lhe a melhor forma de seguir sua vocação a partir do carisma do Santo de Assis.

Site Franciscanos – Sua primeira transferência, após o tempo da Formação Inicial, foi para o Seminário São Francisco de Assis, local do início de sua caminhada formativa. Como tem sido esta nova experiência?

Frei Rodrigo – Morar no Seminário São Francisco de Assis tem sido uma experiência enriquecedora. Nestes primeiros meses de convívio com a nova fraternidade constituída, bem como com os 24 seminaristas deste ano, fui me familiarizando com este novo trabalho e funções atribuídas pela Província, como professor e vice-orientador. Esta etapa inicial da formação requer muita atenção e cuidado por parte de nós, bem como discernimento sobre como fazer a proposta de nossa vida franciscana a jovens entre 14 e 22 anos, que vêm de culturas bastante diversas. De fato, mais que palavras e sermões que possamos dar, talvez o mais formativo seja o bom testemunho que devemos buscar dar a todo instante.