Ordenação

Festa franciscana na Diocese de Colatina para a ordenação presbiteral de Frei Paulo

Frei Gilson Kammer 

A cidade de Colatina – ES foi novamente invadida pelos franciscanos na noite de 12 de agosto para celebrar a ordenação presbiteral de Frei Paulo César Magalhães Borges.

Com a presença dos frades e irmãs franciscanas que ajudaram na preparação do tríduo, de muitos frades que estavam no retiro provincial em Vila Velha – ES, que vieram especialmente para participar deste momento de alegria de toda a Província, dos irmãos e irmãs da Ordem Franciscana Secular, de muitos padres diocesanos de Colatina, Campos dos Goitacazes – RJ, Cachoeiro do Itapemirim – ES, dos familiares do ordenando, dos amigos de Petrópolis – RJ, Paty do Alferes – RJ, Nilópolis – RJ, Bom Jesus do Itabapoana – RJ, Divino São Lourenço – ES e todas as comunidades da Paróquia Santa Clara de Assis de Colatina – ES, a Catedral Sagrado Coração de Jesus, em Colatina, se tornou o local deste encontro entre Deus e seu povo, fazendo com que o tema de ordenação: “Ficai conosco, pois é tarde e o dia já declina”! (Lc24,29) se atualizasse neste encontro de fé e de amor.

O bispo diocesano de Colatina, Dom Décio Sossai Zandonade, SDB acolheu a todos com a saudação franciscana de Paz e Bem! Agradeceu a presença da família francicana na diocese e do trabalho evangelizador dos frades à frente da paróquia Santa Clara de Assis.

A Palavra de Deus foi trazida até a mesa da Palavra por alguns jovens da paróquia e o Evangelho foi proclamado pelo diácono João, da Pia Sociedade São Caetano. Após o Evangelho, Frei Paulo foi chamado a apresentar-se diante do bispo e da comunidade. Com um abraço em seus familiares, como gesto de gratidão pelo dom da vida e do exemplo deles recebido, e com a resposta: “eis-me aqui, Senhor”!, mostrou sua total disposição em servir ao reino de Deus. O Definidor Frei Mário Luís Tagliari, representando o Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, quando perguntado por Dom Décio sobre a idoneidade de Frei Paulo, disse que a Província consultou o povo e a fraternidade de Colatina, e o governo provincial, diante das respostas afirmativas vindas do povo, o considera digno para ser ordenado presbítero.

Após a homilia, em diálogo com Dom Décio, Frei Paulo afirmou e prometeu desempenhar a missão de presbítero com fidelidade, sabedoria e devoção, firmado na oração e no Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. Prometeu ainda obediência e respeito aos bispos. Logo em seguida, em sinal de humildade e reverência, Frei Paulo prostrou-se por terra e todo o povo entoou a ladainha de todos os santos e santas para que Deus possa abençoar, santificar e consagrar o serviço ministerial de Frei Paulo.

O bispo e todos os presbíteros impuseram as mãos sobre Frei Paulo, a fim de que o Espírito Santo possa iluminar e renovar o coração de Frei Paulo no serviço a Deus em favor de todo o povo de Deus.

Terminada a oração consecratória, a tia de Frei Paulo, Sra. Lourdes Magalhães, trouxe a estola e suas irmãs, Izabel Cristina e Lúcia Helena trouxeram a casula, vestes que representam o trabalho assumido pelo neo sacerdote. O pároco de Bom Jesus do Itabapoana – RJ, Pe. Vicente Osmar Coelho e o Presidente da Fundação Franciscana da Tailândia, Frei Gregorius Pontus ajudaram Frei Paulo a vestir-se, que imediatamente pôs-se de joelhos diante do bispo para que este ungisse suas mãos com o Óleo do Crisma e atasse suas mãos com uma fita que foi desamarrada pelo seu pai, Sr. Jary Coelho Borges, que teve a graça de receber a primeira bênção do filho agora presbítero. As oferendas do Pão e do Vinho foram trazidas pelo seu irmão José Francisco, sua cunhada Indiara e seus sobrinhos Conrado e Iara Maria. Depois de Frei Paulo apresentar ao povo o Pão e o Vinho, Dom Décio o acolheu com a saudação da paz e com abraço fraterno, gesto com a qual todos os presbíteros, frades e familiares também o acolheram e o parabenizaram pelo seu sim.

A celebração continuou com o ofertório, a oração eucarística, com a partilha do Pão e do Vinho. Logo após a Oração da Comunhão, como forma de agradecimento e de oração, a imagem de Nossa Senhora Aparecida foi trazida por pessoas das comunidades da paróquia Santa Clara de Assis.

Frei Mário Luís Tagliari, em nome de toda a província agradeceu a generosidade de Frei Paulo, a disponibilidade e acolhida de Dom Décio, agradeceu de maneira especial a família de Frei Paulo pela doação de seu filho e irmão à Província e à igreja e a todos desejou a paz e o bem.

Frei Vanilton Aparecido Leme, coordenador da Fraternidade Santo Antônio de Santana Galvão e pároco da paróquia Santa Clara de Assis, agradeceu a presença de todos na celebração e a doação e serviço de todas as comunidades durante o tríduo e de toda a preparação da ordenação, e convidou todos para uma confraternização após a celebração, com direito a muito capeleti, bolo e refrigerante.

Em seguida, Frei Paulo agradeceu a Deus, ao bispo Dom Décio, a Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, a fraternidade Santo Antônio de Santa Galvão, a família, aos seminaristas diocesanos, irmãos e irmãs que ajudaram no tríduo e a todos os amigos e amigas que se fizeram presentes em um momento tão importante de sua vida. Lembrou ainda, seu trabalho missionário na Tailândia, afirmando que pôde aprender muito com o povo deste país.

Para concluir a celebração, Dom Décio deu a Bênção ao neo sacerdote e a bênção a todo o povo.

Primeira Missa

Primeira Missa de Frei Paulo Borges

Frei Gilson Kammer 

No sábado de manhã, 13 de agosto, às 9h30, na comunidade São Vicente de Paulo, em Colatina – ES, Frei Paulo Borges celebrou pela primeira vez a Eucaristia. Uma celebração muito bem animada pela equipe de liturgia e cantos da paróquia e que contou com a presença de Frei Pedro da Silva, Frei Paulo Ferreira, Frei José Martins Coelho, Frei Gregorius Pontus, Frei Gilson Kammer, Frei Vanilton Leme e Irmã Ildacy Ferreira, amigos de Paty do Alferes – RJ e de sua cidade natal, Bom Jesus do Itabapoana – RJ, bem como a família de Frei Paulo e muitas pessoas das comunidades da paróquia Santa Clara de Assis, de Colatina.

Quem fez a homilia foi o amigo de Frei Paulo, Monsenhor Padre Paulo Pedro Serôdio Garcia, da Diocese de Campos – RJ. Ele começou falando da alegria de poder pregar na primeira missa de Frei Paulo, e expôs de maneira bastante breve como o conheceu no grupo de jovens na cidade de Campos. Afirmou que Frei Paulo era muito tímido, mas que sempre afirmou que gostaria de ser franciscano. Depois de tornar-se frade, pegou a todos de surpresa quando afirmou que iria ser missionário na Tailândia, trabalho que o ajudou a vencer sua timidez, podendo hoje celebrar sua primeira missa.

Para demonstrar a importância da vida presbiteral que Frei Paulo está abraçando e mostrar a grande responsabilidade deste serviço, Padre Paulo lembrou a passagem de São Francisco de Assis quando ele afirma: “Se ao mesmo tempo me encontrasse com um anjo e um sacerdote, eu beijaria em primeiro lugar a mão deste e depois cumprimentaria o anjo.  Devo mais respeito àquele que segura nas mãos o Corpo Santíssimo de Jesus Cristo”.

Afirmou ainda que a humildade e a reverência diante do Santíssimo corpo de Cristo fez com que São Francisco elaborasse uma das mais belas e conhecidas jaculatórias da Igreja: “Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, aqui e em todas as vossas igrejas que há em todo o mundo, e vos bendizemos, porque, pela vossa santa cruz, remistes o mundo”. Lembrou que a eucaristia é o Cristo que se oferece a todos e que o altar é o lugar deste sagrado sacrifício, e por isso toda missa começa e termina com o beijo do sacerdote no altar.

Padre Paulo lembrou por diversas vezes uma frase que está escrita na sacristia da matriz de Campos: “Padre, celebre esta missa como se fosse sua primeira missa, como se fosse sua última missa, celebre como se fosse sua única missa”!

Lembrou também uma frase profética do saudoso Dom Hélder Câmara: “A queda do comunismo será grande, mas a queda do capitalismo será trágica”! É o que estamos vendo em muitos paízes da Europa nesses dias, porque o mundo não ouve mais os valores de Deus e está pondo seus desejos em algo totalmente perecível, o ser humano.

A maneira como São Francisco de Assis, que humildemente não aceitou ser padre, mas que buscava a cada dia a força do Espírito Santo e o amor de Deus Pai e seu profundo respeito para com o santíssimo Corpo e Sangue de Cristo nos atestam que esta história de amor só é possível através das mãos do sacerdote, onde o Cristo desce todos dias entre nós, sobre o altar. Desta forma, celebrar a missa é celebrar esta história de amor entre Deus e a humanidade, com alegrias e tristezas. A eucaristia é a plenitude desta história de amor.

Concluiu sua homilia dizendo que da mesma forma como São Francisco de Assis fez de sua vida uma vida de oração, devemos nós também fazer de nossas vidas, vidas de oração e entrega aos irmãos e irmãs, e novamente lembrou a Frei Paulo que o espírito de respeito e adoração ao Santíssimo deve ser sempre como se estivesse celebrando sua primeira missa, sua última missa, como se estivesse celebrando sua única missa. E pediu que Nossa Senhora abençoe sempre Frei Paulo neste seu ministério sacerdotal.

Logo após a homilia, a comunidade elevou a Deus suas preces em favor de Frei Paulo, sua família, a paróquia Santa Clara de Assis e todos os religiosos e religiosas e todo o povo de Deus.
As oferendas do pão e do vinho foram trazidas por pessoas das comunidades e foram consagradas pela primeira vez por Frei Paulo. Durante a oração eucarística Frei Paulo lembrou de sua falecida mãe, que sempre o apoiou e lhe deu forças para responder ao seu chamado.

Já no final da celebração, Frei Paulo agradeceu sua família, os amigos de Paty do Alferes – RJ, Nilópolis – RJ, as irmãs religiosas que estavam presentes, os frades que ajudaram no tríduo e todas as comunidades da paróquia. Frei Pedro da Silva agradeceu o trabalho de todos durante a semana missionária e Frei Paulo Ferreira também expressou sua alegria de ter passado esses dias nas comunidades de Colatina. Sua amiga Angélica, que veio da Alemanha proferiu algumas palavras de agradecimento e louvor em inglês, todo o povo aplaudiu e pediu para que Frei Gregorius Pontus – frade natural da Indonésia e presidente da Fundação Franciscana da Tailândia – falasse alguma coisa em tailandez, atendendo o pedido, ele agradeceu a oportunidade de estar no Brasil, conhecer o povo capixaba de Colatina e parabenizou Frei Paulo pela sua ordenação.

Após a celebração todos foram recepcionados no Colégio Cleres Martins – colégio dos Vicentinos que fica ao lado da capela São Vicente de Paulo – para um delicioso e farto almoço preparado com muito amor pelas comunidades da paróquia Santa Clara de Assis.

Entrevista

Frei Paulo César Borges

Por Moacir Beggo

Com o lema “Ficai conosco, pois é tarde e o dia já declina”, será ordenado presbítero no próximo dia 12 de agosto, Frei Paulo César Borges, em celebração presidida por Dom Décio Zandonade, SDB, bispo da Diocese de Colatina. A ordenação acontecerá às 19 horas na Catedral do Sagrado Coração de Jesus de Colatina e a primeira missa será celebrada no dia 13 de agosto, às 9h30, na Igreja São Vicente de Paulo, no Bairro São Vicente, também em Colatina.

Frei Paulo é natural de Bom Jesus do Itabapoana (RJ), onde nasceu no dia 8 de novembro de 1964. Ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 9 de janeiro de 1993 e fez a profissão solene em 12 de dezembro de 1998.

Frei Paulo ingressou no Seminário de Agudos, em 91, quando já tinha 25 anos e trabalhava numa revendedora de carros. Para tomar esta decisão, ele se preparou durante três anos. “Eu queria ter certeza, afinal eu ia deixar meus pais, que ajudava financeiramente”, conta. O trabalho com os pobres na delegacia, na favela etc o animou a ingressar na vida religiosa. “Eu queria viver para os pobres. Mas não queria ser padre. Então, depois soube que podia ser um irmão, como São Francisco. Aí eu comecei a ler sobre a vida de São Francisco de Assis, de Maria Sticco’ É um livro romântico, mas foi importante para me despertar”, lembrou o missionário, que pretende voltar um dia à Tailândia como sacerdote.

Entre os seus principais trabalhos, não tem dúvida de afirmar que foi o de missionário na Tailândia, onde atendia os soropositivos. Tudo começou em 2000, quando estava terminando o curso de Teologia. “Em 2001, no dia 2 de setembro, cheguei à Tailândia. Eram 2h15 da tarde quando eu olhei no relógio. Desde então, essa vocação foi aflorando. Fui me descobrindo aos poucos. Por exemplo, os freis falaram: ‘Você tem de estudar tailandês’. Falei: ‘Então, está bem. Deus vai me capacitar para aprender esta língua’. Então, fui para aula e fiz de tudo para aprender. Os professores falavam: ‘Você tem uma boa motivação e vai aprender logo’. Graças a Deus, hoje consigo dominar o inglês e o tailandês. Depois, comecei a trabalhar na Casa Santa Clara, para os portadores do HIV. Então, lá descobri que tinha essa vocação também para enfermagem, mesmo sem nunca ter estudado. Aprendi na prática. Troco fraldas, limpo os feridos, corto peles que já estão morrendo, coloco sondas nos órgãos… Ser missionário é uma graça muito grande”, recordou. Atualmente, Frei Paulo vive na Fraternidade Franciscana de Colatina.