Vocacional - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Ordenação Presbiteral de Frei Evaldo Ludwig

Ordenação

Frei Evaldo é convidado a ser “sal e luz” como presbítero

 

 

Moacir Beggo e Diogo Rossoni (fotos)

 Xaxim (SC) – As qualidades do verdadeiro discípulo, descritas nos símbolos do sal e luz, esteve no centro da mensagem do bispo diocesano de Chapecó, Dom Odelir José Magri, MCCJ, ao novo presbítero da Província Franciscana da Imaculada Conceição, Frei Evaldo Ludwig. Tendo como lema – “Vós sois o sal da terra, vós sois a luz do mundo” – Frei Evaldo foi ordenado presbítero neste sábado, às 19 horas, na Matriz São Luiz Gonzaga de Xaxim (SC), no Oeste Catarinense.

“Ser sal e ser luz. Isso que queremos continuar celebrando agora com a ordenação de Frei Evaldo, que já foi luz e sal, mas hoje, como presbítero, fazendo com que esse ser sal e ser luz seja mais forte, significativo e firme na sua vida pessoal e daquelas pessoas que fizerem parte de sua caminhada”, pediu Dom Odelir.

A Matriz lotou para ver esse momento histórico na vida de Frei Evaldo. A celebração teve como testemunhas paroquianos, familiares (Evandro e Maristela, irmãos), e amigos. Além do Definidor Provincial, Frei Alexandre Magno, representando o Governo Provincial, a Fraternidade local e confrades de diversos Regionais da Província marcaram presença. Também vieram partilhar da alegria de Frei Evaldo diferentes comunidades da região, como os paroquianos de Lages, Curitibanos e Gaspar, onde Frei Evaldo residiu antes.

 

 

“Motivado pelo desejo de fazer da sua própria vida um testemunho que seja motivo de louvor e glória a Deus, Frei Evaldo assume seu ministério presbiteral com o desejo de ser verdadeiro sal da terra e luz do mundo, assim como o foi Frei Bruno Linden, modelo de vida e santidade para todos nós”, anunciou o comentarista da celebração, Frei Diego Melo, coordenador do Serviço de Animação Vocacional da Província.

Frei Evaldo, que é natural de Gaspar, preferiu ser ordenado em Xaxim, já que sua família reside em São Lourenço, cidade próxima a Xaxim. Ele aproveitou os grandes momentos celebrativos do Ano Jubilar da Paróquia São Luiz Gonzaga para partilhar sua ordenação. Tanto que ela fez parte do último dia do Tríduo preparatório para a 8ª Festa de Frei Bruno, que se encerra neste domingo, às 10 horas, quando estará celebrando a sua Primeira Missa.

 

O RITO

Frei Evaldo teve ao seu lado, na procissão de entrada, o pai Arno Inácio Ludwig e a mãe Doralina Rodrigues Ludwig, que permaneceram com ele até ser chamado para se aproximar do bispo. Teve início, então, o rito da ordenação, que obedeceu a seguinte ordem: a eleição do candidato; homilia, propósito do eleito; ladainha; imposição das mãos e prece de ordenação; unção das mãos e entrega da patena e do cálice.

Frei Alexandre Magno, Definidor Provincial, apresentou Frei Evaldo a Dom Odelir e deu o testemunho, em nome da Província Franciscana da Imaculada Conceição, e a senhora Nilza Conradi, liderança da Paróquia Nossa Aparecida, de Lages, deu o seu testemunho em nome do povo de Deus, que ele “era considerado digno” para o ministério sacerdotal.

Na homilia, Dom Odelir disse que a mensagem maior desse momento é ver esse jovem que poderia ter escolhidos outros caminhos, mas fez esse discernimento e hoje se consagra de modo definitivo no ministério presbiteral. Confessou sua alegria por estar ordenando um filho da terra de Campo Erê (SC), onde é natural.

Emoção para os pais de Frei Evaldo, D. Doralina e o sr. Arno Ludwig

Falando com os pais de Frei Evaldo, Dom Odelir destacou que a vocação nasce na família. “E o Papa Francisco tem aquela mensagem bonita que fala que a vocação nasce na família e cresce na comunidade”. Segundo o bispo, aquilo que Frei Evaldo está fazendo hoje é um passo mais radical. “Ele assume o seu batismo de um modo mais radical, no carisma franciscano e no seguimento de Jesus Cristo”, disse.

Dom Odelir também fez referência às Missões Franciscanas da Juventude, dizendo que era uma alegria celebrar a ordenação na Paróquia que nos últimos dias teve um movimento missionário. “E depois vieram outros momentos de celebração, como a Festa de Frei Bruno”, ressaltou, perguntando quem conhecia Frei Bruno. Um bom número de pessoas levantou a mão. “O tema da festa que escolheram, ‘Oração e Caridade’, resume esse testemunho bonito do frade que vai em saída, que visita as famílias, os doentes e se encaixa na mensagem do Papa Francisco de uma Igreja Missionária que vai ao encontro dos mais necessitados. Tudo isso inspira muitos vocacionados (as)”, destacou.

 

Como é uma característica sua, o bispo pediu ao ordenando para explicar por que ele escolheu esse lema: “Vós sois o sal da terra – vós sois a luz do mundo”. “Eu escolhi ser um simples presbítero por cumprir o meu batismo e o que Jesus pede a todos nós que sejamos ‘sal da terra’ para dar gosto à vida. E quem dá gosto à vida das pessoas, torna-se luz automaticamente”, explicou Frei Evaldo.

Dom Odelir lembrou que, ao longo da história, tantas pessoas foram dando sabor, sendo sal. “São Francisco do seu jeito, Frei Bruno do seu jeito. E assim por diante, cada um de nós, do nosso jeito”, disse, pedindo: “Seja um sacerdote com o coração de Jesus”.

No propósito do eleito, diante da Igreja e no diálogo com o bispo, Frei Evaldo manifestou seu consentimento a respeito de seu chamado ao ministério presbiteral, suas funções e seu modo de vida.

 

Em seguida, foi cantada a Ladainha de todos os Santos, quando o eleito se prostrou, como sinal de sua total entrega a Deus. Veio, então, o momento central da ordenação com a imposição das mãos, um gesto de tradição bíblica e apostólica, e a prece da ordenação. O bispo e todos os presbíteros impuseram as mãos sobre Frei Evaldo, a fim de que o Espírito Santo possa iluminar e renovar o seu coração no serviço a Deus em favor de todo o povo de Deus.

Terminada a oração consecratória, os pais trouxeram a estola e a casula, vestes que representam o trabalho assumido pelo neo-sacerdote. Pela Fraternidade, Frei Vanderlei Neves e Frei Jacir Zolet, ajudaram Frei Evaldo a se vestir com os paramentos e, na sequência, pôs-se de joelhos diante do bispo para que este ungisse suas mãos com o Óleo do Crisma e as atasse com uma fita que foi desamarrada pelo pais Arno Inácio e Doralina. Eles tiveram a graça de receber a primeira bênção do filho agora presbítero, num momento de sempre muita emoção.

 

As oferendas do Pão e do Vinho foram trazidas pelo casal Leonor e Suzana Cuprinski, amigos de Frei Evaldo e membros da Comunidade Ary Lunardi. Dom Odelir as entregou a Frei Evaldo como sinal da oferenda do povo que de agora em diante ele irá apresentar em cada Eucaristia: “Recebe a oferenda do povo para apresentá-la a Deus. Toma consciência do que vais fazer e põe em prática o que vais celebrar, conformando tua vida ao mistério da cruz do Senhor”, rezou. Num gesto de comunhão fraterna, representando a acolhida do neo-sacerdote entre os presbíteros, Frei Evaldo recebeu o abraço da paz de Dom Odelir, de seus confrades e dos sacerdotes presentes.

Ordenado, Frei Evaldo concelebrou no altar: “Inicia-se, agora, a Liturgia Eucarística. As oferendas do Pão e Vinho, que já estão sobre o altar, são apresentadas juntamente com a oferenda da vida e vocação de Frei Evaldo, que celebra pela primeira vez como presbítero”, explicou Frei Diego. Neste domingo, 16 de fevereiro, o ordenado presidirá a sua Primeira Missa nesta Paróquia.

 

AGRADECIMENTOS

A duas turmas de Frei Evaldo (a do noviciado e a de Teologia), entregaram um presente ao novo presbítero e deram um afetuoso abraço coletivo. “Saiba que você não está sozinho, estamos contigo neste serviço! Seja feliz e seja fecundo no seu ministério”, disse Frei Leandro Costa.

O Definidor Provincial, Frei Alexandre Magno, em nome da Província da Imaculada, agradeceu a Frei Evaldo pela sua perseverança e a todo o povo de Xaxim, especialmente pela acolhida dos frades e dos jovens nas Missões Franciscanas da Juventude. Agradeceu a Dom Odelir: “Obrigado pelo carinho para conosco e por esse apoio sempre constante, nos lembrando essa vocação primordial de estarmos sempre obedientes ao seu pastor”, disse. “A vocês, povo de Deus, um pedido para continuarem rezando pelos frades, rezando pelas famílias e abrindo as portas para que as vocações possam nascer na casa de vocês. Essa Paróquia tem uma longa tradição franciscana. A gente respira o clima franciscano nesta cidade”, observou.

 

O pároco Frei Gilson Kammer agradeceu, em nome da Paróquia São Luiz Gonzaga, a Frei Evaldo por permitir participar de sua vida nesta ordenação. “Obrigado pela presença de cada um de vocês e obrigado Dom Odelir por aceitar presidir esta celebração. Que Deus abençoe nossas famílias e que a gente possa ser sal e luz na vida de nossos filhos e de tantas pessoas”, enfatizou.

Frei Evaldo começou seus agradecimentos lembrando o título de uma matéria de Dom Odelir no Jornal Diocesano: “Se o coração não arder os pés não andam”. Segundo ele, durante toda a sua caminhada procurou cultivar esse ardor por onde passou. Agradeceu a Dom Odelir, a todos seus familiares e amigos que se juntaram nesta família. “A    vocês os meus mais sinceros agradecimentos”, disse, lembrando também as duas turmas que teve na etapa formativa. Muito obrigado pela presença de todos os confrades que vieram de longe”.

 

“Ainda estamos anestesiados com as Missões Franciscanas da Juventude”, disse, pedindo a todos os jovens para se aproximarem do presbitério. “Sem dúvida nenhuma, as Missões não marcaram nosso coração, mas continuam marcando. Eu disse numa entrevista que essas Missões foram o momento mais forte da minha vida franciscana. As missões desafiam a ter coragem, desafiam a sair do nosso conforto”, enfatizou.

Os jovens, contudo, não esqueceram de agradecer e homenagear às comunidades que acolheram os jovens nas Missões, levantando cartazes com os dizeres “Obrigado, Comunidades!”. Segundo eles, as missões não poderiam ter acontecido sem as comunidades. “Somos eternamente gratos por cada um de vocês que ajudaram a realizar esse sonho de muitos jovens. Que São Francisco esteja sempre intercedendo por vocês junto a Deus!”, pediram. Os jovens terminaram fazendo uma homenagem emocionante a Frei Evaldo e dando um abraço coletivo.

Ao término da celebração, Frei Evaldo deu sua primeira bênção ao povo e Dom Odelir estendeu suas mãos sobre o ordenado, dizendo: “Deus, pastor e guia da Igreja, te guarde constantemente com sua graça para cumprir com fidelidade os deveres de presbítero”.

Primeira Missa

“Vamos iluminar e temperar a vida de nossa Paróquia”, pede Frei Gilson

 

 

Moacir Beggo

 Xaxim (SC) – A Missa de encerramento da Festa de Frei Bruno, que foram também as Primícias de Frei Evaldo Ludwig, ganharam um colorido especial neste domingo, 16 de fevereiro, na Matriz de São Luiz Gonzaga, quando os 110 coroinhas, chamados de “Francisquinhos e Clarinhas”, foram acolhidos pelo pároco Frei Gilson Kammer para o serviço ao altar nas 24 comunidades das 60 existentes na Paróquia.

Para receber tanta gente nesse dia festivo, a Paróquia instalou um telão na parte externa da Matriz ligada ao Salão Paroquial. Além do povo, familiares e confrades que vieram para a ordenação presbiteral de Frei Evaldo, participaram das suas Primícias. “Ser sal da terra e luz do mundo é o convite de Cristo para cada um de nós podermos viver a nossa fé”, anunciou a comentarista Andressa.

 

Frei Evaldo explicou ao povo que é uma tradição na Província da Imaculada a homilia da Primeira Missa ser feita por um convidado do novo presbítero. E, no seu caso, ele convidou o pároco e confrade de Fraternidade, Frei Gilson. “Desde já, agradeço a Frei Evaldo por poder fazer parte de nossa vida, e deixar que a nossa Paróquia e cada um de nós faça parte da vida dele a partir desse ministério sacerdotal”, agradeceu.

Frei Gilson destacou a importância da família e da fraternidade na vida das pessoas e dos religiosos, como havia feito o bispo diocesano de Chapecó, Dom Odelir José Magri, MCCJ, na ordenação presbiteral ontem (15/2). Para ele, a base desta vivência está no lema tirado do Evangelho: “Ser sal da terra e luz do mundo”. “Se a gente perder a capacidade de temperar a nossa vida, como vamos temperar a vida de outras pessoas? Se nós perdemos a capacidade de iluminar a nossa vida, como vamos iluminar e conduzir outras pessoas por esse mesmo caminho?”, questionou.

 

Segundo o pároco, para que não se perca a essência de salgar, de iluminar a todos, é necessário que se retome novamente a capacidade de ouvir, de amar, de perdoar. Ou seja, de viver a caridade. “E para conseguir isso, a gente tem o exemplo de tantas pessoas. O primeiro deles que podemos destacar hoje é a vida de santidade de Frei Bruno, que celebramos na nossa Paróquia com a oitava festa e logo mais com a 30ª Caminhada Penitencial em Joaçaba. Muitos o conheceram pessoalmente e muitos de nós ouvimos com muita alegria, com muita esperança, aquilo que vocês contam da maneira como ele viveu, da maneira como ele foi sal e luz. Frei Bruno, então, torna-se um modelo dessa vivência caridosa na nossa comunidade, na nossa família”, exaltou.

Outro modelo, segundo Frei Gilson, é Frei Evaldo ao abraçar com convicção a sua vocação. “Por isso, então, ao  viver e celebrar com ele a sua ordenação e hoje concelebrar a sua Primeira Missa, ele também se torna expressão de como podemos, sim, viver melhor a nossa vocação, seja religiosa, sacerdotal, mas principalmente familiar”, ressaltou.

 

Convidou os coroinhas para ficarem de pé e disse que eles eram o último exemplo de ser sal e luz. “Vocês, crianças e jovens, tornam-se não somente a partir de hoje sal e luz na sua família, mas se tornam ainda mais sal e luz para as suas comunidades. Vocês se tornam, a exemplo de Frei Bruno, de Frei Evaldo, modelos de como ser sal e ser luz. Por isso, não percam aquilo que é essencial na nossa vida. Por isso, logo mais, com aquele ‘sim’ bem forte, vocês vão prometer continuar nesse serviço para olhar com cuidado para Deus, para a comunidade, e assim também vão se fortalecer nessa mesma fé, nessa esperança, na caridade. Que vocês, crianças e jovens nesse ministério, possam também se tornar para todos nós causa de alegria, causa de contentamento, para que a gente possa cada vez mais superar os pesos de nossa vida”, animou. “Vamos iluminar e temperar a vida de nossa Paróquia e de nossas comunidades”, pediu.

O rito de acolhimento dos coroinhas começou logo depois da homilia, quando a coordenadora Paroquial da Pastoral dos Coroinhas, Fabíola  Preihs, chamou-os por comunidade, num total de 24 (Alvorada, Anita Garibaldi, Ari Lunardi, Bela Vista, Cachoeirinha São José, Despraiado, Entre Rios, Ervalzinho São José, Flor, Frei Bruno, Golfo São Roque, Guarani, Igreja Matriz, Lajeado Grande, Limeira, Marema, Monte Belo, Pilão de Pedra, Primavera, Santa Lúcia, Santa Teresinha, Uvarana, Vila Aparecida, Vila Tigre).

 

Frei Gilson perguntou a Fabíola se essas crianças estavam preparadas para exercer este ministério e ela afirmou e deu o testemunho que todos estavam preparados para exercer este serviço litúrgico. Em seguida, Frei Gilson perguntou às crianças e recebeu o sim delas. “Estimadas crianças e jovens. Vocês escolheram livremente e com exemplar generosidade servir a comunidade em todos os momentos de oração a Deus. Vocês foram preparados e formados para este serviço, portanto, sejais fiéis e perseverantes no compromisso assumido. E eu, em nome da Igreja aqui reunida, acolho a cada um de vocês como coroinha desta paróquia São Luiz Gonzaga. Deus que vos inspirou este bom propósito, vos conceda a graça da perseverança e vos una mais perfeitamente a Cristo através do serviço a sua comunidade.

Frei Gilson, então, pediu que Frei Evaldo desse a bênção às vestes que imitam o hábito franciscano. “Ó Deus de bondade, que ornais a vossa Igreja com os ministérios e carismas e a conduzis com amor e misericórdia, dignai-vos abençoar estas vestes usadas por estes vossos filhos e filhas que desejam servir fielmente o vosso altar. Fortalecendo a oração do vosso povo e permanecendo na vossa presença, possam eles serem confortados pelas virtudes dos sacramentos e caminhar sem tropeço rumo ao banquete celeste. Por nosso Senhor Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo. Amém”, rezou, aspergindo água benta nas crianças.

 

O rito não acabou. Em novo diálogo com os padrinhos, Frei Gilson declarou: “Queridos padrinhos e madrinhas, vocês foram escolhidos por estas crianças e jovens para os acompanhar neste serviço que eles acabam de assumir. Esta é uma missão bonita que exige amor e respeito pela decisão deles em convidar a cada um de vocês.

Por isso pergunto: Vocês se comprometem, acompanhar, ajudar e caminhar com estes coroinhas em seu ministério na comunidade?”, disse, e diante da afirmação positiva, ele propôs: “Como símbolo deste compromisso assumido por vocês, convido a cada um vir aqui à frente com seu afilhado e lhe entregar o Tau franciscano que por ele será usado como sinal deste compromisso assumido por vocês”. Os padrinhos e os coroinhas vieram um a um e pegaram o Tau, colocando no afilhado, enquanto a assembleia cantou a “Oração de São Francisco”.

 

Para terminar, uma jovem coroinha leu a “Oração dos Coroinhas”: Deus nosso Pai, que amais os pequeninos e a eles prometestes o Vosso Reino, neste dia em que nos consagramos ao Vosso serviço, pedimos que a Vossa graça sempre nos acompanhe para que possamos servir esta comunidade com dedicação e zelo. Que os nossos irmãos e irmãs na fé nos ajudem a cumprir esta missão, rezando por nós e nos apoiando. Igualmente, pedimos a Vossa proteção sobre a nossa vida, nossa família e nossa paróquia. Que a exemplo dos santos Anjos e dos nossos Santos padroeiros sempre vos possamos melhor servir e amar. Que, igualmente, em cada celebração eucarística, possamos ajudar nossos irmãos e irmãs a melhor rezar e vos encontrar. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.

HOMENAGENS

A irmã Maristela fez uma homenagem emocionante a seu irmão. “Nós precisaremos todo dia do seu sacerdócio. Há um povo, uma Paróquia, um redil de vidas que dependerão do seu sim cotidiano e da fadiga do seu ministério. Que o teu amor seja sal, seja a marca da tua caminhada”, disse.  “Conte sempre conosco. Saiba que o amamos e assim será para sempre!”, disse, trazendo toda a família para dar um abraço coletivo a Frei Evaldo.

 

O Definidor Frei Alexandre Magno, em nome da Província, fez os agradecimentos à Fraternidade, aos confrades, à Comunidade Paroquial, aos familiares, aos padrinhos dos coroinhas e a Frei Evaldo. E para os coroinhas deixou uma mensagem: “Existe um espaço que os catequistas não conseguem chegar, mas vocês conseguem. Existe amiguinhos e amiguinhas de vocês que só vão poder ouvir falar de Jesus através de vocês”, pediu.

Cláudio Orso, em nome da comissão organizadora, fez os agradecimentos aos paroquianos, às comunidades, pastorais, equipes litúrgicas e patrocinadores da Festa. Pediu para todos continuarem participando celebrações a Frei Bruno, para que seja beatificado em breve. A novena de Frei Bruno começa amanhã e vai até o dia 25 de fevereiro, o dia de seu falecimento. Faz 60 anos que Frei Bruno faleceu.

No final da celebração, foi dada a bênção ao chá de Frei Bruno, que é feito da planta “pata de vaca”, e é distribuído às pessoas.

Entrevista

“Vós sois sal da terra – Vós sois luz do mundo” (Mt 5,13,14).

 

 

É com esse lema que Frei Evaldo Ludwig será ordenado presbítero no dia 15 de fevereiro de 2020, na Paróquia São Luiz Gonzaga, em Xaxim (SC). O bispo da Diocese de Chapecó, Dom Odelir José Magri, MCCJ, fará a imposição das mãos durante a Celebração Eucarística, às 19 horas. Sua primeira Missa será no dia seguinte, às 10 horas, no mesmo local da ordenação.

Para Frei Evaldo, o período da formação foi muito importante e decisivo para dar a base da vida franciscana, que é a fraternidade. “E depois que convivi e vi a realidade do nosso dia a dia, mesmo sabendo das dificuldades e mazelas, não voltei mais atrás. E disse no meu íntimo: é isso que eu quero e não interessa o que for acontecer, apenas pedi e continuo pedindo que Deus me inspire, e que São Francisco me ajude a seguir fiel aos votos e ao carisma franciscano”, confessa. Direto, Frei Evaldo não gosta de meia voltas. “A franqueza me ajuda e atrapalha, como meus próprios colegas de turma dizem: ‘Tenho sangue de alemão’”, confessa.

Como presbítero, sente-se motivado a continuar a pastoral da escuta. “Essa expectativa é a maior delas. Já como diácono esse serviço é muito valoroso e desejo continuar, pois já aprendi muito e é uma oportunidade de estar perto das chagas humanas de hoje. Quero estar aberto sempre para servir onde a Província assim desejar e ajudar em tudo e a todos aqueles que me procurarem”, garante o também cozinheiro de mão cheia. 

Acompanhe a entrevista a Moacir Beggo!

Site FranciscanosFrei Evaldo, por favor, fale um pouco de sua vida e de sua família.

Frei Evaldo – Sou Frei Evaldo Ludwig, nasci em Campo Êre, SC, no dia 16 de novembro de 1986, portanto tenho 33 anos. Sou filho de Arno e Doralina Ludwig e tenho dois irmãos Evandro Ludwig e Maristela Ludwig Benvenutti, sou o mais novo da família. Desde pequeno demonstrei interesse em seguir uma vocação religiosa, claro, espelhado na minha família, de modo especial no meu pai e minha mãe, que sempre nos incentivavam a participação na vida de fé da comunidade. Tinha um tio padre (que faleceu em Chapecó em 2018) e tenho primos sacerdotes que também serviram de inspiração. No decorrer da vida, minha família foi morar em Gaspar,SC, cidade essa que me oportunizou conhecer os frades. Iniciei a minha caminhada no Seminário São Francisco de Assis, em Ituporanga, SC, no ano 2006, e Postulantado em Guaratinguetá, SP, no ano 2007. Ingressei no Noviciado em Rodeio, SC, no ano de 2008, onde fiz a primeira profissão em 2009.

De 2009 a 2011 cursei Filosofia em Curitiba, morando em Rondinha, Campo Largo, PR, e em 2012, por opção, vivenciei o ano de estágio pastoral em Curitibanos, SC. Cheguei à Fraternidade Nossa Senhora Mãe Terra em Imbariê, em Duque de Caxias, RJ, em 2013 para o tempo da Teologia, onde residi até 2014. Fui transferido para Petrópolis, morando nos anos de 2015 e 2016. Ao final de 2016, conclui o curso de Teologia e fui transferido para Lages, SC, onde residi 2017-2018 (cidade em que fui ordenado diácono). Em 2018, fui transferido para Xaxim, onde resido.

Site Franciscanos – Como você se define?

Frei Evaldo – Tenho personalidade forte. Não gosto de muitas voltas, sou direto. Mas a franqueza me ajuda e atrapalha, como meus próprios colegas de turma dizem: “Tenho sangue de alemão”. Gosto de ajudar em tudo que for possível e aprendi com o tempo que a calma é restauradora e edifica, e que o tempo é o maior juiz das nossas ações. Gosto de cozinhar e de trabalhar com a terra, é edificante.

Site Franciscanos – Como se deu o seu discernimento vocacional?

Frei Evaldo – O desejo vocacional vem desde muito cedo. Mas a busca para realização foi um pouco mais tarde. Em 2005, em Gaspar, SC, tomei coragem e procurei os frades para conversar. Na época, quem me atendeu foi Frei Germano Guesser, que, de uma forma muito atenciosa, me acolheu e explicou os passos para o acompanhamento vocacional. Naquele mesmo período, Frei Alex Sandro Ciarnoscki foi transferido para Gaspar e passou a ser o promotor vocacional e a me acompanhar. Havia muitas dúvidas a serem esclarecidas que desde o início me proporcionou a ver a vida religiosa franciscana como uma opção de vida. Comecei a conhecer mais sobre São Francisco de Assis e, a partir desse conhecimento da vida do santo e da vida dos frades, optei em ser um franciscano. A participação na comunidade de fé sempre foi um pilar importantíssimo. Ali, aprendi de forma concreta a ação de Deus na vida comunitária, de modo especial nas celebrações, ajuda nas festas e na participação do grupo de jovens. Quando recebi o Sacramento da Crisma, no mesmo dia, a comunidade me convidou para ser catequista e assim continuei a minha caminhada comunitária até o dia que entrei no seminário. Tudo isso me ajudou a seguir em frente com o meu desejo de ser um frade franciscano.

Site Franciscanos – Por que escolheu a vida religiosa franciscana?

Frei Evaldo – Eu conhecia a diferença do modo franciscano de ser e do diocesano. Sabia por que tinha um tio que era padre diocesano (que não gostou muito quando soube que entraria para seminário franciscano), por isso, na convivência com os frades descobri um modo diferente de ser Igreja. Mas confesso que a opção concreta em ser um franciscano aconteceu com o passar do tempo formativo, a opção foi acontecendo. O período da formação foi muito importante e decisivo, pois encontrei o que considero a base da vida franciscana que é a fraternidade. E depois que convivi e vi a realidade do nosso dia a dia, mesmo sabendo das dificuldades e mazelas, não voltei mais atrás. E disse no meu íntimo: é isso que eu quero e não interessa o que for acontecer, apenas pedi e continuo pedindo que Deus me inspire e que São Francisco me ajude a seguir fiel aos votos e ao carisma franciscano. Sei que tenho muito a aprender, de modo especial não ficar parado no tempo e buscar sempre ler o presente.

Site Franciscanos – Como você define a Ordem do Presbiterato?

Frei Evaldo – Seria muito bonito aqui descrever a espiritualidade do presbiterato, mas não convém. É fácil dizer que é serviço, que é dom e que é carisma, e é tudo isso mesmo. No entanto, vejo atualmente o presbiterato conforme o lema que escolhi: “Vós sois sal da terra – Vós sois Luz do mundo”. Esse lema, tirado do Evangelho de Mateus 5, 13.14, revela a grande motivação que Jesus expõe para todos os cristãos. Dar gosto fecundo à vida das pessoas pelo cuidado e a atenção. Ser honesto e direto com as palavras e exemplos. Assim, o presbítero ilumina a sua vida e, consequentemente, a vida das pessoas. Ser presbítero é cumprir até as últimas consequências o seu batizado no segundo grau da Ordem.

Site Franciscanos – Quais suas expectativas para esta nova missão?

Frei Evaldo – É uma missão difícil. Não gosto da pastoral de manutenção. Gosto de propor coisas edificantes para atender a cada situação e momento. Sou agitado e meu serviço assim se concretiza. Mas a principal motivação e urgência é, sem dúvida, a pastoral da escuta. Essa expectativa é a maior delas. Já como diácono esse serviço é muito valoroso e desejo continuar, pois já aprendi muito e é uma oportunidade de estar perto das chagas humanas de hoje. Quero estar aberto sempre para servir onde a Província assim desejar e ajudar em tudo e a todos aqueles que me procurarem.

Site Franciscanos – O que é ser presbítero no Pontificado do Papa Francisco?

Frei Evaldo – O Papa Francisco é uma bênção de Deus. O que mais chama atenção nele é o seu modo de ser aberto a todos. A diferença não é mais causa de divisão, mas de soma em prol de um projeto comum de paz, por isso, é respeitado. Ser um presbítero nesse Pontificado é entender que o serviço à Igreja é um dom de Deus e não um poder. É ser um sonhador com os pés no chão e no Evangelho e saber que a vida sacerdotal é uma cruz diária, capaz de transformar morte em vida. Falar com convicção evangélica para ajudar o bem comum. Saber se calar quando o falar não soma, mas diminui. Também é uma luta por transformações no seio da Igreja, para que cada vez mais a Mãe Igreja possa ser aberta a todos. E, sem dúvida, o Papa nos ensina e exorta a sermos homens de fé e oração antes de ser meros administradores de bens.

Site Franciscanos – Que mensagem deixaria para um jovem que quer ser sacerdote?

Frei Evaldo – A vida franciscana também oportuniza dentro das suas várias formas de servir a Igreja ser um sacerdote. É uma missão na Igreja urgente hoje. No entanto, é necessário refletir as verdadeiras motivações dessa disposição. A sociedade atual apresenta a dinâmica humana como uma disputa de poderes e, para quem quer ser um sacerdote, é divino e humano romper com esse vínculo devastador de almas. É uma missão do vinde e vede. É uma opção de vida capaz de transformar o ser humano que dela escolhe. É uma vocação com intuito de viver o seu batizado servindo na Igreja e de modo especial pela Igreja. É seguir Jesus Cristo de modo mais radical e ser instrumento fecundo de Deus no Mundo. Portanto, incentivo aos jovens fazerem uma experiência de vida na busca desse sacramento para ser transformado e ajudar a transformar o mundo.