Vocacional - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Ordenação Presbiteral de Frei André Luiz da Rocha Henriques

Ordenação

Muita emoção e alegria na ordenação de Frei André Luiz da Rocha Henriques

 

Cláudio Santos, OFS, especial para este site

Nilópolis (RJ) – Uma multidão de fiéis lotou a Matriz de Nossa Senhora Aparecida, em Nilópolis (RJ), no último sábado (27) para celebrar com alegria e devoção a ordenação presbiteral de Frei André Luiz da Rocha Henriques. Várias regiões da Província da Imaculada Conceição, por onde frei André passou ao longo dos seus dez anos de preparação, enviaram pessoas para celebrar esse momento especial de sua vocação e manifestar seu carinho e gratidão pelo apoio fraterno que dele receberam por onde passou evangelizando.

Frei Evaristo impõe as mãos sobre o ordenando

A solene procissão de entrada marcou o início da celebração, na qual estavam os frades da Província, especialmente das fraternidades do Rio de Janeiro, entre eles o Definidor Frei Evaristo Spengler, representando o Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, o pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, Frei Walter Ferreira Júnior, ministros da Eucaristia e familiares de Frei André que vieram de Cândido Mota (SP).

A celebração foi presidida pelo bispo da Diocese de Nova Iguaçu (RJ), Dom Luciano Bergamin, CRL, que encantou a todos com sua simplicidade e alegria durante e no decorrer de toda a celebração. Após a Liturgia da Palavra, deu-se início ao Rito de Ordenação no qual Frei André foi apresentado ao bispo e escolhido para o serviço na Igreja como presbítero.

Em sua homilia, o bispo ressaltou a dimensão missionária do apóstolo Paulo que visitava as comunidades nascentes e as confirmava na fé, deixando nelas presbíteros para animar as comunidades para que a comunidade progredisse na fé, esperança, no amor e na missão, traçando um paralelo com a ordenação presbiteral que toda a comunidade celebrava.

Dom Luciano recordou o lema da ordenação de Frei André – ‘É necessário que Ele cresça e eu diminua (Jo 3,30)’ – e o exortou a ser na Igreja e onde for: homem de Deus, homem da Igreja, homem do povo. Que seja um bom mestre da fé, bom sacerdote na vida cristã e bom pastor do povo com seu ensinamento e, sobretudo, com seu viver, valorizando as celebrações litúrgicas e sendo instrumento de Deus e para o povo de Deus.

Finalizando sua homilia, Dom Luciano confiou Frei André aos cuidados de Nossa Senhora Aparecida e pediu-lhe que confiasse no Senhor e procurasse ter com ele um encontro pessoal, recomendando-lhe que amasse a juventude e a levasse para Deus.  Dom Luciano presenteou Frei André com um lindo crucifixo para recordar sempre o imenso amor misericordioso de Deus por todos nós.

Na sequência, Frei André manifestou perante o povo o propósito de aceitar o encargo de presbítero e, em seguida, em sinal de despojamento e entrega total se prostrou no chão enquanto os fiéis acompanhavam a prece litânica, na qual toda a comunidade suplicou à Deus para que derramasse a sua graça e a sua bênção sobre aquele que foi eleito para o serviço da Igreja.

Toda assembleia acompanhava com muita atenção e devoção cada passo da celebração até que chegou o momento central da ordenação sacerdotal: a imposição das mãos do bispo – gesto da tradição bíblica e apostólica – e a prece de ordenação que conferiram a Frei André o dom do Espírito Santo para o serviço de presbítero.

Após o rito de imposição das mãos, o recém-ordenado é revestido dos paramentos próprios do presbítero e, na sequência, o bispo unge com o óleo do crisma a palma das mãos do presbítero para que ele tenha a unção para perdoar, abençoar, consagrar e santificar o povo de Deus como sinal de Cristo, o Ungido de Deus Pai.

Finalizando o rito, Frei André recebeu das mãos de Dom Luciano o cálice e a patena para poder oferecer a Deus, em nome de seu povo, o santo sacrifício eucarístico. Após o ritual de ordenação, num gesto de comunhão fraterna, os presbíteros e confrades acolheram com entusiasmo o neo-sacerdote na Ordem do Presbiterato.

Na Ação de Graças, Frei André fez os seus agradecimentos, recordando, emocionado, a figura marcante do Pe. Marcos Damasceno, já falecido, em sua trajetória vocacional. Ainda nesse momento, Frei André recebeu de sua irmã Flávia Marcela da Rocha Henriques uma singela homenagem executando na flauta transversa a música Greensleeves.

Atendendo ao pedido do bispo, o novo presbítero abençoou os fiéis e foi receber os cumprimentos e homenagens singelas do povo de Deus que fez questão de celebrar essa nova etapa de sua vocação cristã, servindo a Deus, a Igreja e o Povo de Deus; vivendo com perseverança o Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo os passos de São Francisco de Assis.

Primeira Missa

Frei André celebra Primeira Missa em Nilópolis

 

 

Por Cláudio Santos, OFS, especial para este site

Nilópolis (RJ) – Mais uma vez os fiéis lotaram a Paróquia Nossa Senhora Aparecida para celebrar as primícias do mais novo presbítero da Província da Imaculada Conceição: Frei André Luiz da Rocha Henriques. Ele foi ordenado no sábado pelo bispo da Diocese de Nova Iguaçu (RJ), Dom Luciano Bergamin, CRL, na Igreja Nossa Senhora Aparecida, em Nilópolis (RJ), e ontem (28) celebrou a sua primeira missa.

A celebração foi concelebrada pelo Definidor da Província, Frei Evaristo Spengler, representando o Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, e pelo pároco da Matriz Nossa Senhora Aparecida, Frei Walter Ferreira Júnior e pelos confrades presbíteros que vieram prestigiar a celebração. Os pais, Luiz Firmino e Conceição Aparecida da Rocha Henriques e a irmã Flávia Marcela da Rocha Henriques vieram de Cândido Mota (SP), especialmente para participar da ordenação e da celebração da Primeira Missa como presbítero.

Como de costume nas primícias, o neo-sacerdote costuma chamar alguém para fazer o sermão. Frei André escolheu Frei César Külkamp, seu formador, para fazer a homilia, no qual Frei César fez uma reflexão sobre o sentido bíblico das primícias como oferta da própria vida e vocação a Deus, destacando o amadurecimento vocacional de Frei André e sua fraterna convivência nos anos de formação como formador e confrade.

Ao longo de toda celebração a assembleia acompanhava atentamente e com muita atenção cada passo da celebração até que chegou o ápice da celebração eucarística, momento em que o pão e o vinho se transformaram no corpo e sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. No final da celebração, Frei André apresentou as crianças que estavam no templo, dedicando-as a Nossa Senhora Aparecida e saudou os aniversariantes do mês com o tradicional canto de parabéns.

O novo presbítero abençoou os fiéis e foi receber os cumprimentos e homenagens singelas do povo de Deus que, mais uma vez, fez questão de celebrar essa nova etapa de sua vocação cristã de serviço a Deus, a Igreja e ao Povo de Deus.

Frei André reside atualmente na Fraternidade de Nossa Senhora Aparecida, local que escolheu para a sua ordenação presbiteral.

Entrevista

“Sei que só serei um bom presbítero se Cristo for tudo em mim”

 

 

Por Moacir Beggo

Paulista de Ilha Solteira (SP), Frei André Luiz da Rocha Henriques será ordenado presbítero no dia 27 de abril, às 17 horas, na Igreja Nossa Senhora Aparecida, em Nilópolis (RJ), pelo bispo Dom Luciano Bergamin, CRL, bispo de Nova Iguaçu (RJ).

Filho de Luiz Firmino e Conceição Aparecida da Rocha Henriques, Frei André tem como irmãos Flávia Marcela da Rocha e Clóvis Assis da Rocha e uma tia materna, Luiza Aparecida, que é deficiente mental  e tem sua mãe como tutora. 

Frei André nasceu no dia 5 de março de 1984 e ingressou na Ordem Franciscana no dia 8 de janeiro de 2005. Sua Primeira Missa será celebrada no dia 28 de abril, às 8h30, também na Igreja de Nossa Senhora Aparecida. Frei André escolheu como lema: “É necessário que Ele cresça e eu diminua” (Jo 3,30).

Site Franciscanos – Como se deu seu discernimento vocacional para a vida religiosa? Fale um pouco de sua vocação e de sua família.

Frei André – Meus pais e avós são do interior de Minas Gerais. Em vista de um crescimento profissional, meu pai foi trabalhar em uma barragem hidrelétrica em Ilha Solteira (SP), onde nascemos meus irmãos e eu. O nome da barragem acabou sendo bem significativo, pois somos de fato “Três Irmãos”, sendo eu o do meio. Devido ao trabalho do meu pai, mudamos de cidade constantemente, permanecendo em algumas cinco anos; em outras, um ano e meio; e até mesmo um único semestre em Assis (SP). No entanto, minha história vocacional se desenrola quase exclusivamente em Cândido Mota (SP), cidade vizinha de Assis, última cidade onde morei com os meus familiares e onde eles resolveram fixar residência. Minha paróquia de origem é capuchinha, assim como o era também na minha cidade natal. Meus irmãos foram batizados por um frade capuchinho, enquanto eu fui batizado em Minas Gerais por um padre diocesano. Foi justamente esta convivência próxima com os frades capuchinhos a minha primeira experiência relacionada à vida religiosa. Quando eu tinha por volta dos meus quinze anos, comecei a frequentar com maior assiduidade as missas semanais e outros encontros de oração e pastoral. Falando sobre vocação com um frade capuchinho, ele me aconselhou a terminar os estudos na casa dos meus pais. Passado este tempo de amadurecimento, junto com alguns amigos, comecei a frequentar os encontros vocacionais na diocese e a visitar algumas congregações e ordens religiosas. Por indicação de um aspirante capuchinho, acabamos conhecendo a Ordem dos Frades Menores e a Província da Imaculada. Meus amigos e eu fizemos o acompanhamento vocacional no Seminário de Agudos e, em 2003, entrei para o Aspirantado, em Ituporanga (SC).

Site Franciscanos –  Por que escolheu ser franciscano?

Frei André – Mesmo sem conhecê-lo, São Francisco sempre esteve muito próximo de mim. Lembro que no meu quarto sempre esteve um quadro da Terra Santa, onde figurava São Francisco, com o hábito da Ordem dos Frades Menores. Além disso, seja na minha cidade natal, seja em Cândido Mota, minha família sempre teve certa proximidade com os frades capuchinhos. Inclusive, meu irmão recebeu o mesmo nome de um frade, Frei Clóvis. Contudo, foi a leitura das Fontes Franciscanas na internet que me moveram definitivamente a buscar este carisma.

Site Franciscanos – Quais as suas expectativas e desafios como presbítero neste mundo globalizado? Neste ano da JMJ, como falar de Deus para o jovem?

Frei André – Ser presbítero me dá um pouco de medo. Realmente, são inúmeros os desafios que cercam a vida do presbítero hoje. No entanto, mais do que expectativas, tenho fé de que o Senhor que me chamou a este ministério estará sempre comigo para me socorrer com a sua graça, pois sem ela nada posso. Como diz o lema da minha ordenação, “é necessário que Ele cresça e eu diminua”. Sei que só serei um bom presbítero se Cristo for tudo em mim. Acredito que o único modo de se chegar ao coração do jovem de hoje é o da autenticidade de vida. As novas tecnologias, os novos areópagos, os novos métodos de evangelização, são todos eles muito importantes, mas perderiam toda a sua eficácia se não comunicassem um coração inflamado pelo amor de Deus. Se se deseja alcançar o coração dos jovens, é preciso primeiro falar ao coração de Deus e deixá-lo falar ao próprio coração.

Site Franciscanos –  Como é o religioso Frei André?

Frei André – É difícil descrever com retidão a si mesmo, mas imagino que eu seja um frade tímido, um tanto indeciso, e paradoxalmente muito teimoso. Frei André é um religioso inquieto, com grande desejo de consagrar-se inteiramente à vontade de Deus, mas que facilmente dorme na oração; um tanto dedicado à leitura e aos estudos, sem, contudo, poder ser considerado um intelectual; esforçado nos trabalhos pastorais e fraternos, ainda que nem sempre consiga dar conta do recado. Sou um religioso em formação… Queira Deus que eu chegue lá um dia!

Site Franciscanos – Que mensagem daria a um jovem que pensa em seguir os passos de São Francisco? 

Frei André – Jovem, se o Espírito Santo te inspira a seguir os passos de São Francisco, não permitas que nada venha a “esfriar” este teu desejo. Que os obstáculos aumentem em ti o ardor da busca e que os desafios enfrentados façam crescer a esperança em Cristo. Francisco foi um jovem ambicioso e sua ambição tornou-se força propulsora em sua caminhada espiritual após a sua conversão: tudo que fazia por amor a Deus ainda era pouco, desejava sempre de novo recomeçar, ir além. “Recomecemos, irmãos, porque pouco ou nada fizemos!” Se Aristóteles estava certo ao descrever a virtude como meio termo entre dois extremos, com São Francisco devemos confessar que o verdadeiro apaixonado não vê limites e só o amor é infinito. Deus, que te inspirou tão grande propósito, infunda em teu coração este mesmo amor.