Vocacional - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Ordenação Diaconal de Frei António Boaventura Zovo Baza

Ordenação

Ordenação do Frei António Boaventura Zovo Baza

 

Frei Vitalino Piaia

No domingo, dia quinze de janeiro de 2012, desde muito cedo, aconteciam os últimos preparativos. O povo ia chegando das aldeias de caminhão, candongas, ônibus, carros particulares, motos, uma verdadeira romaria. Calcular os presestes é sempre um risco. Com certeza estavam presentes acima de quantro mil pessoas. Coube a Frei Piaia e ao Pe. Cuebo a animação da ordenação, bilíngue: Português e Ibinda. Destaca-se: “Reunidos e unidos em Subantando – Cabinda, para participar da Ordenação Sacerdotal do primeiro filho daquela Comunidade Paroquial, Frei António, Franciscano da Ordem dos Frades Menores. Esta ordenação sacerdotal foi sonhada e esperada pela família do Senhor Eduardo e Teresa Baza. Foi sonhada e esperada pela paróquia N. S. Fátima. Foi sonhada e esperada pela Igreja de Cabinda. Esta ordenação foi sonhada e esperada por muitos. Neste dia, o sonho e a espera tornam-se realidade. É o segundo “Filho” (frade) que a Fundação Imcaulada Mãe de Deus de Angola apresenta para a Ordenação Sacerdotal. Ao completarmos 22 anos de presença em Angola, estamos felizes com este acontecimento”. Foi com essa motivação que iniciou-se a missa de ordenação.

O coral, com 150 vozes, animou a celebração que contou com a presença de sacerdotes, religiosos, religiosas, seminaristas, vocacionados da diocese, e de várias congregações. Dom Filomeno, de início, destacou: “… é importante estarmos aqui, pois Subantando tem a graça desta grande celebração”.  Coube a Frei Angelo apresentar o candidato ao ministério sacerdotal ao senhor Bispo. Frei António disse “presente” e acompanhado de seus pais, levantou-se do meio da assembleia, e entoou  o hino “Eis-me aqui, Senhor”, em Ibinda. Momento lindo. Abraça seus pais e se coloca diante do bispo. Na sua homilia, Dom Filomeno enfatizou o rito da Ordenação Presbiteral. A cada parte, bem explicada, fazia uma aplicação à vida do padre no seu dia a dia. No momento da ordenação, como sinal de agradecimento, um grupo da cultura tradicional, com seus berrantes, anunciava a alegria de se ter um sacerdote ungido e confirmado. Concluída a ordenação, Frei António foi conduzido, por Frei Angelo e Padre Carlos (pároco), pelo meio da assembléia que não parava de aplaudir. Foi um  momento muito emocionante. A tâmbula estava repleta com muitos presentes para Frei António, bem como produtos da terra e símbolos. O mais expressivo dos símbolos foi “o arco usado pelos “palmadores” para subir nas palmeiras e colher líquidos e frutos. Essa atividade é muito típica da região. E assim prosseguiu a missa com a apresentação das oferendas.

Agredecimentos: Frei Angelo falou em nome da Fundação e destacou: “Somos gratos a Dom Filomeno por aceitar ordenar Frei António. O Bispo nos  garantiu que a paróquia N. S. de Fátima daria todo o apoio. Isso foi uma realidade que todos podemos ver e sentir.  Quero manifestar, em nome da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola, a minha gratião ao Pe. Carlos Bambi pelo belíssimo trabalho onde tudo saiu maravilhosamente bem…”.  Padre Carlos, em nome da paróquia, também agradeceu a presença de todos e deu os informes de como continuariam os festejos. Frei António, por sua vez, agradecu a todos. Destacamos parte de sua fala: “O Senhor conceda graças e bênçãos àqueles que, direta ou indiretamente, deram de si para que este dia se transformasse num  projeto realizado, em que a entrega total e definitiva ganhasse corpo no ministério sacerdotal. Tendes a certeza de que recebereis o que vos está reservado da parte do Senhor; porquanto atendestes ao Seu solidário pedido expresso na parábola do bom samaritano: cuida bem dele, e o que gastares a mais, eu pagar-to-ei quando voltar (Lc 10,35).

Do pressuposto de que “não se alcança o mérito sem batalha”, também este milagroso acontecimento resultou de vários sacrifícios; pois, ao longo do percurso não faltaram lágrimas e lamentações, desprezos e abandonos, humilhações e zombarias; mas, como diz S. Paulo: nada nos separará do amor de Cristo: nem a tribulação, nem angústia, nem a perseguição, nem a fome e nem a nudez (Rm 8,35).

Aos meus pais e familiares que são a fonte e a razão do meu “sim” ao serviço do Reino e do Evangelho, superiores e formadores, vai o meu eterno reconhecimento; graças a Deus, por seu intermédio, sou constituído ministro da Sua vinha. Obviamente sejam reconhecidos, pois deram de si, esvaziaram-se para enriquecer o alfobre do viveiro… Uma palavra digna de menção dirige-se ao benemérito e inefável, Reverendíssimo Pe. Carlos Bambi, pelo grandioso apoio em ambas dimensões, quer material, quer espiritual, que se empenhou com todas as forças…”

Festa

Após a missa de ordenação, Frei António recebeu os abraços de todos numa grande fila. Em seguida, o neo-sacerdote foi carregado num “andor” até o local da festa, numa grande caravana, cantando. Foi um momento, diríamos “espetacular”. Durante o almoço, que foi servido para todos, numa grande área com belas árvores nativas, grupos folclóricos se apresentavam. O ponto alto foi os Bakamas, que só aparecem em grandes acontecimentos. São sete personagens míticos, da cultura tradicional. Imagine alguém  revestido de folhas de bananeria, com máscaras simbólicas, panos e sem mostrar nada do corpo. As fotos são proibidas. No final da sua apresentação, eles fizeram reverência ao neo-sacerdote,  como sinal de que eles aceitam e respeitam a autoridade do padre.

Concluímos pedindo ao Senhor  que proteja e abençoe os 17 frades da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola. Que proteja e abençoe os 5 frades estudantes, em formação. Que a Mãe de Angola ampare os 5 noviços e os mais de 40 seminaristas, nas suas diversas etapas de formação. Afirmamos: Foi com grande alegria e emoção que participamos desta ordenação. Foi uma grande semana, uma grande celebração, uma grande ordenação e uma grande festa. Grande em vários sentidos: espiritual, preparação externa, acolhida, ambiente, alegria, organização, disponibilidade da comunidade… Parabéns Subantando! Parabéns Pe. Carlos Bambi! Parabéns Frei António! Parabéns Cabinda! Obrigado, Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola! Obrigado, Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil! Obrigado, Irmãs Prediletas de Jesus! Obrigado, Eduardo e Teresa Zovo Baza! Mkuaça, buela mkuaça (palmas, muitas palmas).

 

Na íntegra – PALAVRAS DE AGRADECIMENTO POR OCASIÃO
DA ORDENAÇÃO PRESBITERAL DE FREI ANTÓNIO

Vossa Excelência Reverendíssima Dom Filomeno do Nascimento Vieira Dias, bispo da Diocese de Cabinda, presidente desta celebração.

Reverendo Frei Angelo José Luiz, delegado do Ministro Provincial da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil e Presidente da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola.

Reverendo Pe. Dr. Carlos Bambi, pároco da circunscrição que nos acolhe.

Magníficos reitores: do Seminário Maior de Luanda, Pe. Dr. António Afonso Rodrigues e Pe. José Bassanza, do Seminário Menor de Cabinda.

Vossa Excelência sr. Maweto João Baptista, digníssimo Governador da Província de Cabinda.

Vossa Excelência Sr. Bento Bembe, ilustre secretário do Estado pelos direitos humanos, Sr. Francisco Tanda, administrador municipal de Cabinda, e demais entidades governamentais e autoridades tradicionais.

Diletos confrades, sacerdotes diocesanos, religiosos e religiosas de diversas congregações, caros amigos, ilustres colegas e seminaristas.

Distintos convidados,

Santo Povo de Deus,

PAZ E BEM!

Eis-nos hic et nunc, para neste dia saborearmos o quanto é belo estarmos reunidos sob este teto de Cabinda por causa do Amor de Deus: é graça, é amor, e é providência divina.

O homem, no seu percurso, é chamado a abandonar-se nas mãos de Deus para que conheça a verdade: a Verdade Deus, a Verdade Cristo, a Verdade Espírito Santo. É, pois, esta Verdade trinitária que, no nosso rosto sorridente e afável, vai distribuindo a suave fragrância do amor de Deus para os irmãos, através desta magnífica celebração.

O Senhor conceda graças e bênçãos àqueles que, direta ou indiretamente, deram de si para que este dia se transformasse num  projeto realizado em que a entrega total e definitiva ganhasse corpo no ministério sacerdotal. Tendes a certeza de que recebereis o que vos está reservado da parte do Senhor; porquanto atendestes ao Seu solidário pedido expresso na parábola do bom samaritano: cuida bem dele, e o que gastares a mais, eu pagar-to-ei quando voltar (Lc 10,35).

Do pressuposto de que “não se alcança o mérito sem batalha”, também este milagroso acontecimento resultou de vários sacrifícios; pois, ao longo do percurso não faltaram lágrimas e lamentações, desprezos e abandonos, humilhações e zombarias; mas, como diz S. Paulo: nada nos separará do amor de Cristo: nem a tribulação, nem angústia, nem a perseguição, nem a fome e nem a nudez(Rm 8,35).

Aos meus pais e familiares que são a fonte e a razão do meu sim ao serviço do Reino e do Evangelho, superiores e formadores vai o meu eterno reconhecimento; graças a Deus, por seu intermédio, sou constituído ministro da Sua vinha. Obviamente sejam reconhecidos, pois deram de si, esvaziaram-se para enriquecer o alfobre do viveiro. E como dizia o Papa Gregório Magno, “desprezaram o que eles mesmos sofreram e preocupam-se para que, os discípulos não sofram em, seu interior, desvio algum. Desprezaram em si as feridas dos seus corpos e curaram aos seus formandos as feridas do coração; enquanto sofriam com paciência os seus próprios tormentos, continuavam a instruir o seu próximo, como os médicos magnânimos quando eles próprios estão doentes: suportam os golpes dolorosos das suas feridas e proporcionam os remédios necessários para a saúde dos outros”.

A verdade dita, o reluzir do dia e da vida, clamando que tudo seja feito e conduzido à base da humildade, da simplicidade e da bondade; a vós, Sr. (s). Bispo (s), superiores, colegas, santo Povo de Deus peço que me ajudeis a delinear os meus passos sacerdotais, ainda franzidos, nos prumos das citadas virtudes.

Uma palavra digna de menção dirige-se ao benemérito e inefável, Reverendíssimo Pe. Carlos Bambi pelo grandioso apoio em ambas dimensões, quer material, quer espiritual, que se empenhou com todas as forças, ao ponto de esquecer-se de si, dispensando os seus momentos de descanso e tantos outros trabalhos que teve que deixar de lado, priorizando este evento, e pelo acolhimento dos que vieram de outras localidades, dentro e fora do país.

Excelentíssimas Irmãs Prediletas de Jesus, que fizeram da noite e dia como um horário único de labor, sabemos que as nossas palavras não são suficientes para dizermos muito obrigado, porém, o nosso Deus a quem nada escapa recompensar-vos-á com a sua bênção e graça. Ilustres benfeitores que tudo fizestes para que a nossa festa acontecesse de forma maravilhosa, recebam do fundo do nosso coração a nossa gratidão; permitam-nos destacar o Sr. Francisco Tando, digníssimo administrador municipal de Cabinda e o seu executivo que dedicadamente orienta; a Dra. Lina Sambo, que durante os preparativos deste evento honrou-nos com a sua presença, trabalhando junto às irmãs na disponibilidade de apoiar-nos em situações que evocam a intervenção médica; às forças de segurança dirigimos o nosso agradecimento, porque a sua presença nos oferece tranquilidade e ordem; à pessoa da Senhora Angelina Teresa Essinda Tchamwenho, pela sua entrega e ajuda, à comunicação social que, no anterior e neste momento, nos faz presente em todo território nacional pela televisão pública de Angola e a Rádio Nacional, seja abençoado o vosso trabalho.

Ao estimado confrade Gabriel Tchivela, OFMCap, que foi o pregador do retiro alusivo à minha ordenação, o meu seráfico agradecimento. Ao Revendo Pe. Bassanza, cerimoniário, e ao grupo coral que, pelas suas harmoniosas melodias, tornam brilhante a nossa bela celebração, o nosso muito obrigado.

Aos seminaristas: não tendes vergonha de assumir Cristo nas vossas vidas, tal como dizia o Papa Bento XVI, quando da sua visita ao nosso País: Cristo seja sempre a razão do vosso existir. As dificuldades existem e existirão sempre e sempre por causa da limitada estrutura ôntico-humana, mas como diziam os grandes embondeiros da história da humanidade, “é subindo aos ombros dos mais velhos que se pode olhar mais além”. Colocai-vos, pois, nas mãos do divino Mestre que Ele saberá acudir-vos em momentos difíceis.

A todos aqui presentes, as vossas orações se elevem ao meu e ao nosso favor, para que possamos alcançar a santidade de vida. Assim alcançaremos a glória e cantaremos os nossos louvores diante do Senhor Criador. Queridos irmãos e irmãs, ajudai-me a viver santamente este sagrado ministério, para que, assim, consiga fazer santo o Povo que a mim for confiado.

Que dizer mais ainda? Esgotaram-se as palavras, mas num olhar terno e alimentado pelo Espírito Divino, digo afavelmente: O MEU ETERNO RECONHECIMENTO.

Frei António Boaventura Zovo Baza

Entrevista

Frei António Boaventura Zovo Baza

 

Por Moacir Beggo

Filho de Maria Tereza e Eduardo Baza, Frei António é natural de Cabinda, onde nasceu em 25 de setembro de 1976. Ele vai ser ordenado presbítero pelo bispo diocesano de Cabinda, Dom Filomeno do Nascimento Vieira Dia, no dia 15 de janeiro, às 10h30, na Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, em Subantando. 

Ele apresentou-se à Ordem dos Frades Menores no ano de 1997. Fez o curso propedêutico no Seminário Maior São José, em Malange, postulantado entre 2000-2001 na Fraternidade Nossa Senhora da Porciúncula em Viana, e em 2002 fez o noviciado em Rodeio, SC,  professando em 4 de janeiro de 2003.

Em 2006 obteve o título de Bacharel em Filosofia e Pedagogia pelo Centro Dom Bosco de Estudos Superiores, iniciando em 2008 os estudos de Teologia no Seminário Maior de Luanda. No dia 30 de agosto de 2009, fez a profissão solene na Ordem Franciscana. Sua ordenação diaconal foi no dia 31 de janeiro de 2011.

Frei António é o segundo presbítero da Fundação Imaculada Mãe de Deus, o trabalho missionário que está em Angola há 21 anos. O primeiro frade angolano a ser ordenado presbítero, no ano passado, foi Frei Afonso Kachekele Quissongo. A Fundação tem como professos temporários Frei João Batista Chilunda Canjenjenga, Frei Gaudêncio Chingando Choputo Numa, Frei José Morais Cambolo e Frei Manuel Tchincocolo Ramos.

Neste ano, faz o noviciado em Rodeio, no Brasil, Frei Mvula Nzaje André.

Comunicações – Como nasceu a sua vocação?

Frei Antônio – De uma maneira resumida, começaria por dizer que, já desde os 14 anos pensei em me entregar totalmente a Cristo e logo fiz-me acólito na Paróquia Imaculada conceição, de Cabinda. É de salientar que dois anos depois, senti-me vocacionado a uma vida consagrada. Nesta altura, frequentava a 7ª classe, pois o Seminário Propedêutico da Diocese de Cabinda só admitia alunos com 8ª classe completa. Todavia, como o meu maior desejo era um dia ser religioso, juntei-me ao grupo dos vocacionados; como gostava muito de ler livros que falam sobre a vida dos santos, e tendo visto que todos levaram uma vida humilde, de entrega total a Deus e ao serviço do próximo, senti uma vontade de segui-los.

Num dos retiros vocacionais, com o tema “Espírito Santo” senti-me chamado a uma vida de pobreza e tive como referência a vida dos pobres servos. E ouvindo falar da vida de São Francisco de Assis, fiquei enamorado com a sua obra, pois é ligada ao serviço do próximo. Desta feita, falei às Irmãs Catequistas Franciscanas sobre o meu desejo, e dois anos depois de um acompanhamento, encaminharam-me ao seminário, onde fui recebido pelos seguintes frades: Frei Samuel Ferreira de Lima (mestre), Frei Antônio Mazuco (vice-mestre) e Frei Genildo Provin (pároco e guardião da fraternidade).

Comunicações – Por que escolheu ser franciscano?

Frei Antônio – Ser franciscano não passa de uma opção fundamental entre as demais opções. A minha escolha não é a melhor; acredito também não ser a pior, mas uma coisa tenho certeza: de ela ser a escolha correta. Porque mais do que ninguém, excetuando os mosteiros, a vocação de Frade Menor está mais apta a seguir os passos de Jesus Cristo. Pois, há que se ter em conta que não é apenas o homem que escolhe ser isto ou aquilo. Mas sim, é Deus quem chama e, nós, muitas vezes, só respondemos ao seu chamado.

Comunicações – O que significa para você a ordenação presbiteral?

Frei Antônio –  Para mim a ordenação presbiteral significa consagração a Deus e ao seu serviço para que sejamos seus colaboradores mais diretos ou próximos. Todavia, é um acto de livre consciência de entregar-se totalmente a Deus servindo os irmãos, sendo um instrumento de Deus com os irmãos, ser uma ponte de Deus com a humanidade. Todavia, ser presbítero é ter esta licença da parte de Deus por que é ele que chama e escolhe para que alguém seja o seu instrumento.

Comunicações – Qual o desafio da Missão Franciscana nos próximos anos?

Frei Antônio – Em breves palavras, diria que o desafio da Missão Franciscana em Angola resume-se no testemunho de vida. Pois, não basta falarmos bem porque também o fazem os pagãos e os incrédulos, mais sim fazer o que o Senhor nos manda e esperar o que ele nos promete. Não numa sociedade fácil, onde tudo está ao nosso dispor, mas numa sociedade instável, onde o justo é oprimido e a mentira é o modelo perfeito a seguir, e a paz uma realidade a conquistar. É de salientar que a missão é árdua e requer firmeza e constância.

Comunicações – O que você diria para um jovem sobre o sacerdócio?

Frei António – Para começar, partiria da realidade do mundo em que nos encontramos e que nos oferece muitas oportunidades para o profissionalismo. Explicaria este assunto detalhadamente e só assim desembocaria no âmbito sacerdotal dizendo que é também uma profissão tal como afirmou muito bem o Santo Padre numa mensagem dirigida a todos os Seminaristas em 2010, apelando para que os jovens se sentissem a vontade porque o sacerdócio é também uma profissão. Só que esta “profissão” é muito diferente das outras, pois que ela tem um carácter “ab eterno”. Em suma, ser sacerdote é vocação tal como outra voçação. É Deus quem chama. Não devemos hesitar quando nos chama, pois ele nos dá força.